9º ANO

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Aula dia 03-08 – Geografia/Prof. Paulo 

DICAS PARA ESTUDAR EM CASA E MANTER A ORGANIZAÇÃO

 

1 - Prepare o ambiente para estudar

A escolha do seu cantinho de estudos é muito importante! Encontre um lugar de sua casa em que a chance de distrações seja a menor possível. Um ambiente iluminado e silencioso é o ideal para se concentrar nos estudos. Pode ser em seu quarto, na área, sala, mas de preferência a um local que os moradores da casa não circulem com frequência para não tirar a sua concentração. 

2-  Não fique de pijama
Se você deseja manter o ritmo dos estudos, nada de ficar de pijama o dia todo!

Estar de pijama é garantia de que vai dar vontade de se encostar na cama e tirar um cochilo no meio da manhã/tarde. E o que era para ser apenas um rápido descanso de 20 minutos, pode virar duas ou três horas de sono. E a preguiça depois? Com certeza você vai acordar se perguntando: por que eu fiz isso? 

Levante, tome café e troque roupa. O seu dia será mais produtivo assim!

 3- Estabeleça horários fixos

Vamos pensar na sua vida como estudante: durante o ano letivo, sua escola não começa as aulas na segunda-feira, ela segue horários fixos para o início e para o fim das atividades, além de pausas preestabelecidas para o descanso dos alunos.

É bem provável que você ache essa rotina um tédio, mas os educadores sabem que o seu corpo precisa de hábitos para ter um funcionamento adequado e apresentar um bom rendimento.

Para estudar em casa, você também precisa manter essa disciplina. Crie horários fixos durante a semana para começar — e terminar — os seus estudos. Se em um determinado dia, você precisar mudar os seus horários para realizar outras atividades, volte à rotina normal no dia seguinte. Esses hábitos te ajudarão a disciplinar o seu corpo e a sua mente sem sacrifícios.

 4- Desenvolva um cronograma de estudos

Por mais que a nossa casa não seja uma instituição de ensino, ter um cronograma de estudos, com rotina definida e uma boa organização daquilo que precisará ser estudado ao longo das semanas, é crucial para que você não procrastine os seus estudos quando estiver em casa.

Você pode dividir as matérias a serem estudadas de acordo com o horário de aulas preestabelecidos assim, fica mais fácil criar metas de leitura, realizar exercícios e se preparar com qualidade sem deixar tudo para a última hora, já que estudar requer concentração e disposição do aluno.

 5- Entenda o que funciona para você

É importante que você preste atenção em si mesmo e em como você se sente enquanto estuda em casa para entender o que funciona para você. Porque a disciplina de estudar em casa é algo pessoal, e cabe a cada um descobrir, além dessas orientações gerais, qual é a maneira mais adequada para ela criar sua disciplina de estudos. Para cada pessoa existe um jeito, estudar em casa exige mais autoconhecimento para entender o que funciona melhor para você, o que funciona para uma pessoa é justamente o oposto do que funciona para a outra.

 6-Tenha paciência/ Peça ajuda

A experiência de aulas não presenciais, na forma como está sendo imposta ao cenário brasileiro devido à crise do Covid-19, exigirá de paciência dos alunos com os imprevistos. Você precisará se adaptar e nem sempre é fácil para quem passou a vida inteira frequentando o ensino presencial, se você sentir dificuldade com a nova metodologia, sentir que não está entendendo ou não está conseguindo utilizar os recursos adequadamente, peça ajuda ao seu professor, coordenador.  Muitas escolas estão fazendo o possível para garantir ferramentas, mas sem ao menos terem tempo hábil de testá-las ou capacitar as pessoas para seu uso. Sem falar que muitas vezes a tecnologia nos deixa na mão, então seja resiliente nesta hora.   

 7- Separe o material necessário

Deixe ao seu alcance somente o essencial para o estudo como lápis, borracha, canetas, marcadores, blocos de anotações, caderno e livros. Ter o material próximo evita a necessidade de para a todo momento as atividades para buscar algo e diminui a possibilidade de distrações.

 8- Assista vídeo aulas / Use a internet a seu favor

Assista vídeo aulas para complementar o conteúdo o conteúdo estudado e ter uma variedade de explicações variadas para encontrar a linguagem que você entenda com nitidez. Mas sabemos que a realidade de muitos estudantes é diferente e nem todos têm suporte on-line para o período sem aulas presenciais, se for seu caso use os livros impressos e tenha foco. 

A internet é a principal aliada do estudante que está em casa. O conteúdo on-line permite ao aluno procurar diferentes fontes de informação e complementar o que há nos livros didáticos de sua escola. 

Tenha cuidado com as distrações na WEB

Não há dúvidas a internet é um importante aliado na sua rotina de estudos. Graças a ela, você tem acesso a qualquer informação à distância de um clique, não precisa mais carregar dezenas de livros da biblioteca para casa e pode até assistir aulas no YouTube.

O problema é usar a internet como uma desculpa para perder horas atualizando as suas redes sociais ou em sites que não estão ligados ao que é relevante para os seus estudos naquele momento.

Sobretudo o estudante que está em casa e pela qual tem a flexibilidade na realização de atividades e tarefas, pode haver uma série de deslizes, já que tende a procrastinar enquanto navega por outros sites ou quando desperdiça horas nas redes sociais, deixando as responsabilidades em 2º plano.

O ideal é que, antes de começar a estudar em casa, você separe uma lista do que precisa consultar para os estudos.

Dessa forma, procure organizar um cronograma de estudos e segui-lo com seriedade, reservando as horas certas do seu dia para se dedicar aos seus estudos e evitar perdas em sua aprendizagem.

Se não for usar desligue o smartphone e a TV e só utilize o computador para pesquisas extremamente necessárias. Durante as horas em que precisa se concentrar não se esqueça de avisar à sua família que aquele é o seu horário de estudos e que você não deve ser incomodado.

 9- Estabeleça metas a serem cumpridas

Esse hábito ajuda a manter a organização e serve como motivação. Quando você completa suas metas, se sente movido a seguir estudando mais e mais.

O importante é que essas metas sejam realistas à sua rotina e às suas limitações. Não adianta tentar estudar 12 horas por dia se você não consegue se manter concentrado nem por 2 horas.

E, se perceber que o seu plano não está apresentando rendimentos, mude-o. Observe quais são as suas principais dificuldades e tente adaptá-lo de uma forma que você consiga superá-las e cumprir os seus objetivos de forma realmente produtiva.

 10- Mantenha-se motivado e desenvolva a autonomia

Para cumprir as metas estabelecidas, manter-se motivado é crucial para que, ao longo dos dias, você não desista daquilo que estabeleceu cumprir.

Não adianta chegar do trabalho ou da escola depois de um dia cansativo e partir diretamente para os livros. Mesmo que você se dedique por horas e horas ao estudo, dificilmente conseguirá absorver aquele conteúdo se não estiver motivado.

Antes de começar, tome um banho, coma algo leve e se dedique inteiramente ao que estiver fazendo.

E o mais importante: não deixe de estudar. Até mesmo nos dias em que a sua motivação não ajudar, se dedique a fazer uma revisão de determinado conteúdo ou à leitura de textos mais leves. Motivação não é apenas um estado de espírito, e sim um hábito.

Outro fator de destaque e a autonomia que é uma característica muito importante a ser desenvolvida por quem decide estudar em casa.

Ela ajuda a manter o estudante esforçado, curioso e em constante aperfeiçoamento, seja por meio da busca exaustiva pelo conhecimento ou pela interação professores e colegas que estejam inseridos em seu processo de aprendizagem. 

Dessa forma, habitue-se a tirar as suas dúvidas, busque realizar com excelência as atividades às quais se propuser e vá além do conhecimento oferecido pelos materiais que tiver em mãos, aprofundando sempre mais os seus estudos em prol do seu objetivo.

Afinal, o que definirá o sucesso do estudante é o seu grau de comprometimento com a sua formação.

Sucesso a todos!

 

 

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AULA DIA 01-06 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO

Geografia da China

A República Popular da China é, na atualidade, a segunda maior economia mundial, o terceiro maior país do mundo em superfície (9.597.000 km²) e a maior população nacional (mais de 1,3 bilhão de habitantes).
Esse país, de rica, antiga e brilhante civilização, durante mais de um século, foi dominado por potências estrangeiras, em especial europeias, até 1949, quando se tornou socialista.
O país é marcado por inúmeros contrastes, como a grande disparidade entre a parte oriental industrializada, em acelerado desenvolvimento, e a parte ocidental agrícola, pobre e rural.

Aspectos físicos da China


Relevo
A China tem o terceiro maior território do mundo (9,6 milhões de Km²), superado apenas pelos territórios da Rússia e do Canadá. O país revela um grande contraste fisiográfico entre as porções oeste e leste.
Em relação ao relevo (estrutura geológica), o território chinês apresenta, na porção oeste, os planaltos, com grande destaque para o Planalto do Tibete, considerado o “teto do mundo”, em razão das altitudes médias que superam os 4 mil metros.
Na porção sudoeste, fronteira com Índia, Nepal e Butão, países da Ásia Meridional, está disposta a imponente Cordilheira do Himalaia – cadeia do Período Terciário formada pela convergência das placas Indo-Australiana e Eurasiana, decorrente de um dobramento moderno, área com intensos abalos sísmicos por se tratar de um processo orogênico.
No Himalaia, encontra-se o Monte Everest, ponto culminante do planeta com 8 848 metros de altitude, localizado na fronteira entre China (território anexado do Tibete) e o Nepal.

Hidrografia
Na porção leste, localizam-se extensas planícies aluviais, com solos férteis e banhadas por rios exorreicos e perenes, como o Huang-ho (Rio Amarelo) e Yang-tse-Kiang (Rio Azul), cujas nascentes localizam-se no Planalto do Tibete.
Ao longo dessas planícies aluviais com alta fertilidade, em que se destaca a do Rio Amarelo, que apresenta solo de loess (tipo de depósito de solo amarelado que foi transportado pelo vento), há grande concentração populacional, com intenso desenvolvimento agrícola.
Perante as sucessivas crises hídricas vivenciadas pela população ao norte, o governo chinês implementou o megaprojeto de transposição das águas do sul para o norte, visando abastecer a região da capital Pequim, por meio de três canais sul-norte. A maior obra de transposição foi batizada de Transposição de Água do Sul ao Norte. No dia 27 de dezembro de 2014, as águas do Rio Yang-tse-Kiang chegaram a Pequim, depois de percorrerem 1 200 km em 15 dias, na culminação da primeira parte da obra da transposição.
No oeste, há rios endorreicos, que acabam desaparecendo por causa do deserto ou desaguando em lagos, no interior do território. A Bacia da Ásia Central é a maior bacia endorreica do mundo.

Clima e vegetação
Localizado quase totalmente na Zona Climática Temperada do Norte, o grande território chinês apresenta grande diversidade climática e paisagística, sofrendo influência da latitude, do relevo, da continentalidade e das monções.
Nele, há clima árido e semiárido, com vegetação de xerófilas e estepes; frio de montanha, com vegetação de montanha (altitude), na área do Tibete; temperado e subtropical, com vegetação de floresta temperada e subtropical e presença de caducifólias e subcadu­cifólias; tropical de monções, de verão chuvoso e inverno seco, com vegetação de floresta tropical. A vegetação de bambuzais é presente no leste-sudeste do território.
Climas da China

Aspectos humanos da China

A população chinesa, atualmente a maior do mundo, é composta por 56 grupos étnicos, dos quais o grupo han é majoritário, representando 92% da população nacional. O restante da população é formada por grupos como zhuang, manchu, hui, miao, uyghur, tujia, yi, mongol, tibetano, buyi, dong, yao e coreano.
Após a Revolução de 1949, a população chinesa passou a apresentar forte crescimento populacional em razão do elevado crescimento vegetativo (elevadas taxas de natalidade e fecundidade). O acelerado crescimento populacional tornou-se uma preocupação do Estado e o governo central da China implementou um rigoroso projeto de controle da natalidade: a política do filho único.
A população distribui-se de modo heterogêneo pelo território, isto é, de maneira desigual, existindo regiões fracamente povoadas no oeste, com planaltos desérticos e montanhas, em contraste com grandes áreas densamente povoadas, consideradas frequentemente como formigueiros humanos, na porção leste, que é favorecida pelos climas e pelas planícies fluviais.
No Tibete, no Sinkiang e na Mongólia, no interior continental, as densidades ficam próximas a 15 hab./km²; na China monçônica (leste), a densidade ultrapassa os 400 hab./km².
Na região das planícies orientais (leste), em que relevo e clima favorecem a ocupação humana, há mais de 80% da população nacional, com forte predomínio da etnia han. Recentemente, o governo vem tentando, por meio da criação de projetos de mineração e agricultura irrigada, intensificar o povoamento das regiões a oeste.

Principais cidades
Xangai (com 20 milhões de habitantes), importante centro industrial, financeiro e portuário junto à foz do Rio Yang-tse-Kiang;
Pequim (capital, com 16 milhões de habitantes), centro financeiro (concentrado principalmente na área central de Guomao), comercial e industrial e principal centro cultural da China;
Guangzhou ou Cantão (com aproximadamente 13 milhões de habitantes), grande centro industrial (o maior da região do Rio Zhu Jiang ou Sikiang ou Xun Jiang), comercial, portuário e financeiro, com moderno sistema de transporte por trem-bala;
Tianjin (com 12 milhões de habitantes), centro industrial;
Nanjing ou Nanqum (com 10 milhões de habitantes), grande centro industrial, comercial e histórico-cultural; situada em uma das maiores zonas econômicas da China, o delta do Rio Yang-tse-Kiang, a cidade foi ocupada na Segunda Guerra Mundial pelo exército japonês, que cometeu numerosas atrocidades, como saques, incêndios criminosos e execução de milhares de prisioneiros de guerra, principalmente civis;
Wuhan (com 8 milhões de habitantes), centro industrial e portuário (Rio Yang-tse-Kiang);
Shenzhen (com 10 milhões de habitantes), centro industrial e financeiro;
Hong Kong (com 7,2 milhões de habitantes), Região Administrativa Especial que se destaca como Tigre Asiático.
Mapa da China e suas regiões.

Economia da China
A economia chinesa é altamente diversificada, mas é dominada pelos setores manufatureiro e agrícola, apesar de seus outros setores serem bastante significativos.

Agropecuária
A agricultura constitui ainda uma atividade agrícola importante para a economia chinesa e ocupa grande parcela da população ativa. Até as reformas econômicas dos anos 1970, a agricultura tinha base na produção em propriedades coletivas (comunas populares), que mantinham um sistema de produção tradicional com grande uso de mão de obra.
A modernização agrícola é recente e ainda conta com interferência das autoridades, pois há um grande receio do governo com a excessiva migração para as cidades – calcula-se um número adicional de 182 milhões de migrantes movendo-se para as regiões urbanas até 2020.
Na porção oeste do território, a produção de algodão e trigo depende da ação do estado, por meio dos grandes projetos de irrigação, com 60 milhões de hectares irrigados.
Na porção oriental, especialmente na Manchúria e na Bacia do Rio Huang-ho (Amarelo), a presença de solos férteis de origem aluvial favorece a cultura de trigo, sorgo, beterraba e soja.
Já na porção sudeste, o clima de monções influi mais fortemente no cultivo de produtos tropicais como o arroz, cana-de-açúcar, tabaco, amoras, chá e milho, destacando-se a Bacia do Rio Yang-tse-Kiang (Azul).
A pecuária chinesa caracteriza-se pelo grande rebanho de suínos (maior rebanho mundial com um número superior a 430 milhões), de ovinos e bovinos, com números superiores a 100 milhões respectivamente, além da criação de galináceos e patos.
Embora a atividade agrícola tenha grande capacidade de produção, em muitos casos é insuficiente para atender à demanda interna, gerando então a necessidade de importação de gêneros agrícolas – ex.: soja e carne bovina e de aves do Brasil.
O país foi classificado, em 2014, como o primeiro produtor mundial de alimentos como carne de porco e arroz. A produção de grãos ultrapassa as 450 milhões de toneladas anuais. Entre os produtores de leite, frango e carne bovina, a China fica em terceiro.
Outro aspecto fundamental é sua permanência entre os sete maiores exportadores agrícolas do mundo, sendo o milho e o arroz os principais produtos exportados, principalmente para o Japão e Coreia do Sul.
A mecanização e a propriedade privada avançam sobre os campos, ampliando a produção, entretanto ainda há 150 milhões de chineses sofrendo com a fome.

Indústrias
A China apresenta condições básicas importantes para o desenvolvimento da atividade industrial: matéria-prima (ferro, tungstênio, antimônio, estanho, manganês, mercúrio, terras raras, fosfatos etc.), mão de obra barata, mercado consumidor e fontes de energia (carvão, petróleo, xisto, energia hidrelétrica e gigantesco potencial em energia solar) em abundância.
Antes da Revolução Chinesa de 1949, a exploração do território era reservada a grandes empresas internacionais, especialmente as europeias e japonesas, que produziam bens de consumo e situavam-se predominantemente próximas às grandes reservas de matéria-prima, por exemplo na Manchúria, e nas áreas de fácil acesso ao litoral, como Tientsin e Xangai.
Com a transformação do país em república socialista, as multinacionais foram banidas e os investimentos estatais convergiram para as indústrias de base como a siderurgia, máquinas pesadas, material de transporte e metalurgia.
A grande mudança vivenciada pela indústria ocorreu com a introdução da política das Grande Quatro Grandes Modernizações, pois o setor industrial foi o mais privilegiado com a entrada do capital internacional a partir dos anos 1970, revolucionando seu sistema produtivo e modernizando o país.
Para se ter uma ideia, a China era o 23º PIB mundial em 1979, passando para nono, em 1995, e para segundo em 2010; seu comércio externo, que era inexpressivo antes da abertura econômica nos anos 1970, pulou para o 1º lugar em 2013, o que permitiu ao país sucessivos superávits comerciais e o acúmulo de reservas cambiais.












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AULA DIA 13-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO

Geografia do Japão











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AULA DIA 06-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO


Geografia do Japão

O território japonês é constituído por um arquipélago vulcânico com mais de 3 000 ilhas, destacando quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu (mais extensa), Shikoku e Kyushu.
O território insular apresenta litoral recortado, o que favorece a construção de portos, dos quais o Japão é fortemente dependente para manter o comércio exterior, a estrutura pesqueira e o sistema de cabotagem (navegação que ocorre apenas entre portos nacionais).

Aspectos físicos e naturais do Japão

Relevo
O relevo do Japão é de formação jovem (Período Terciário da Era Cenozoica), montanhoso (84% do território) e com estrutura geológica de dobramentos modernos.
O território se localiza no Extremo Oriente (leste) da Ásia, estando sobre a convergência de placas tectônicas na área conhecida como Círculo ou Anel de Fogo do Pacífico, sendo sujeito a uma intensa instabilidade geológica – vulcanismo ativo (mais de 60 vulcões) e terremotos, que determinam o surgimento de tsunamis. O relevo acidentado dificulta a ocupação do interior, mas favorece a manutenção de áreas naturais nativas.
O ponto mais elevado do país corresponde ao Monte Fuji, com 3 776 metros de altitude. A sua última erupção ocorreu em 1707, e uma nova erupção colocaria em risco a vida de milhões de pessoas que vivem em Tóquio e em áreas próximas, além de destruir a infraestrutura, como estradas e ferrovias que ligam as cidades mais populosas do Japão.
O Monte Fuji, classificado em 2013 como patrimônio cultural pela Unesco, localiza-se a cerca de 100 km ao sudoeste de Tóquio (Ilha de Honshu) e recebe aproximadamente 300 mil visitantes durante os dois meses de verão em que o montanhismo é autorizado.
As planícies (16% do território) apresentam elevadas densidades demográficas, estando geograficamente espremidas em áreas do interior, em grande parte localizadas em áreas próximas de rios, como a Ilha de Honshu, e, e no litoral, como a Planície de Kanto-Keya em Tóquio.

Hidrografia
Em relação à hidrografia, o Japão apresenta rios com pequena extensão, porém com potencial hidrelétrico, além da utilização para irrigação.
O Rio Shinano, localizado na Ilha de Honshu, é o mais longo do território, com 367 km, atravessando vales e planícies com as de Saku, Ueda, Nagano e Echigo (mais importante).
Outros rios também se destacam: Tone (322 km) – região metropolitana de Tóquio (Ilha de Honshu), Ishikari (268 km) e Teshio (256 km) – ambos na Ilha de Hokkaido, Mogami (229 km) – Ilha de Honshu.
O Rio Arakawa, apesar de apresentar somente 173 km, ganha importância por atravessar a capital Tóquio (Ilha de Honshu).

Clima

Ao norte do arquipélago, a corrente marítima fria chamada Oya Shivo, conjuntamente à posição geográfica (latitude) do país, determina a existência de áreas com clima frio, na Ilha de Hokkaido, e clima temperado oceânico, na porção centro-norte de Honshu, que são aproveitados para a produção agrícola de cereais.
Na porção centro-sul de Honshu e nas ilhas de Shikoku e Kyushu, aparece o clima subtropical e, no extremo sul, surge uma área com característica tropical. O centro-sul do território está sob influência da corrente marítima quente de Kuro Shivo, que, em conjunto com o clima de monções, determina a existência de áreas com climas mais brandos, que são aproveitadas para a produção de arroz, laranja, chá e amora.
A ação das correntes marinhas e das monções é importante para a determinação do clima japonês e para a prática agrícola.

Vegetação

Em relação à vegetação, o país apresenta elevada concentração de áreas preservadas. As florestas, influenciadas pelo clima, apresentam-se temperadas e subtropicais. Há também coníferas mais ao norte e nas áreas mais elevadas, por influência da altitude (relevo montanhoso). Bambuzais também são encontrados no território.
Após a Segunda Guerra Mundial, o país apresentou um incremento contínuo de florestas, ampliando em quatro vezes as áreas plantadas entre as décadas de 1960 e 2000, as quais correspondem, atualmente, a 69% do território nacional, sendo metade pertencente à propriedade privada, principalmente pessoas físicas, que respondem por 98% desse total.
O Código Florestal permite que proprietários de terra recebam empréstimos a juros baixos e tratamento fiscal especial em troca de práticas sustentáveis na ocupação e uso do solo.

Aspectos humanos do Japão

O Japão é reconhecido mundialmente por ter a mais elevada expectativa ou esperança de vida, com 83,5 anos, em razão da ótima qualidade de vida, resultante da aplicação de excelentes políticas sociais no tocante ao oferecimento de serviços públicos essenciais ligados à saúde.
A população com mais de 65 anos já representa um quarto da população absoluta e, em 2060, chegará a cerca de 40%, segundo cálculos do governo japonês. Comparativamente, a expectativa de vida do Brasil está em 74 anos e a da República Democrática do Congo é de aproximadamente 50 anos. Em relação ao IDH publicado em 2015, o país ocupa a 17ª posição, com índice de 0,890.
Os imigrantes representam somente 1,6% da população absoluta, pouco mais de 2 milhões, sendo o total de 90 mil ilegais. O país, entretanto, prefere o caminho do incentivo à natalidade como forma de manter sua cultura.
O Japão preza a liberdade religiosa, sendo as religiões majoritárias o xintoísmo e o budismo, que representam 84% da população. O restante da população segue o cristianismo, confucionismo, taoismo e xamanismo.
É um dos países mais populosos, povoados e urbanizados – 93% da população vive na cidade. A principal concentração populacional fica na Ilha de Honshu, destacando-se a elevada concentração urbana na faixa litorânea da ilha voltada ao Oceano Pacífico.
Essa área originou uma gigantesca mancha urbano-industrial, que se estende para Shikoku e Kyushu, conhecida como megalópole Tokkaido, composta pelas cidades de Tóquio, Kawasaki, Yokohama, Nagoya, Quioto, Kobe e Osaka, área urbana totalmente conurbada. A população da megalópole supera os 35 milhões de habitantes.

História do Japão

Revolução Meiji
Data de 1868 a Revolução Meiji, que pôs fim ao governo Tokugawa. O Japão, então, deixa de ser um Estado feudal e passa a ser um Estado moderno. O que abriu o Japão para o Ocidente.
No final da década de 1860, o Japão entrou em um dos períodos mais tumultuados de sua história. Esse período é conhecido como a Restauração Meiji.
A Restauração Meiji propunha a queda do Shogunato – que mantinha o país em uma forma de governo sob o comando ditatorial e praticamente mergulhado em um sistema feudal – para abertura do Japão para o mundo.
Por incrível que pareça, os militares cederam os seus poderes sem grandes problemas. Porém, com isso, a classe dos samurais, que havia ganhado grandes privilégios e um do status mais invejável dentro da sociedade, perderam tudo o que tinham e muitos se tornaram vagabundos andantes, os chamados Rurouni.
Há 140 anos ocorreu o Kurofuneraikou, quando um capitão chamado Perry chegou da América com a missão de estreitar os laços de amizade entre os dois países. Só que na ocasião estourou a guerra civil – a Bakumatsu – e pôs fim à Era Edo, que já durava desde o ano de 1600.
O impasse surgiu quando a corrente do atual governo, e a Edo Bakufu, não concordava em abrir as portas para negociações com outros países. Muitas províncias também se recusavam a aceitar forasteiros em suas terras. Só que algumas dessas províncias decidiram agir por conta própria, como a Choushuuhan que ficava em Kyoto, e abriram fogo contra os visitantes. A ação não agradou o governo que enviou soldados a Choushuuhan. Um combate ocorreu e resultou na morte de centenas de pessoas.
A província não gostou da retalhação e se uniu a outras que estavam descontentes com o governo Edo, que mantinha o Japão preso ao Shogunato. Surgiu então da união dessas províncias uma nova facção que lutava por um novo Japão, a Meiji Ishin.
A Meiji Ishin era encabeçada por três pessoas: Shintarou Nakoaka, Ryouma Sakamoto e Toshimichi Ookubo que passaram a organizar o movimento reformista. Temendo um ataque, o governo Edo cria uma polícia especial em Kyoto para deter os rebeldes, a Shinsengumi. Ela matava qualquer um que mostrasse um mínimo de alinhamento aos revolucionários. Para se protegerem os líderes da Meiji Ishin recrutaram espadachins e formaram uma nova tropa, Ishinshishi.
A Bakumatsu, a guerra civil terminou com vitória da Meiji Ishin, quando então surgiu um novo governo, o Meiji, que se baseou na cidade de Edo, conhecida hoje como Tóquio. Mas as mudanças sociais e políticas estavam apenas começando. Ainda havia muito descontentamento no ar e classes sociais marginalizadas como os próprios samurais.
Durante muito tempo as autoridades do novo regime perseguiram os defensores do antigo sistema Edo, enquanto o Japão abria suas fronteiras para novos países, iniciando sua industrialização.
A Revolução Meiji (1868-1900) marcou a entrada do Japão na corrida imperialista do século XIX. Para conquistar a supremacia da Ásia, as elites japonesas seguiram dois caminhos: o do domínio econômico e o do expansionismo militar.
No período posterior à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o Japão começou a exercer um poder maior na hegemonia mundial.
O imperialismo nipônico no extremo leste asiático seria bruscamente interrompido pela crise de 1929. A economia japonesa era dependente do mercado externo es os resultados da crise nos Estados Unidos acabaram comprometendo as relações comerciais do Japão com o exterior. Como consequência, os mercados estrangeiros do Japão reduziram-se de maneira drástica, o que instalou uma grave crise econômico-social.
No fim da década de 1930, o Japão apresentava-se ao mundo como uma nação forte e determinada a manter sua hegemonia na Ásia. Por isso, o governo japonês considerava a União Soviética a grande rival em termos de hegemonia no extremo oriente. Numa tentativa de neutralizar o poder soviético, os japoneses trataram de assinar um pacto com a Alemanha, que ficou conhecido como o Pacto Anti-Komintern, isto é, contra a União Soviética e o que ela representava, o comunismo. Esse acordo foi o embrião de eixo, aliança política que reuniu Alemanha, Itália e Japão na Segunda Guerra Mundial.

Economia do Japão

O Japão é a terceira maior economia mundial, superada apenas pelos EUA e pela China. Apesar de sua limitação territorial, apoiou-se fortemente no mercado capitalista internacional e na produção de alta tecnologia, para se reerguer após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
A economia japonesa assenta-se sobre o setor secundário e terciário, ou seja, o país produz suas riquezas principalmente pela atividade industrial e serviços. Apesar disso, a agropecuária japonesa possui um lugar de destaque quando se pensa no abastecimento interno, mas com baixa utilização de mão de obra diante das modernas técnicas agrícolas, tendo em vista que apenas 14% das terras japonesas são de planície, que também sofrem forte ocupação urbana. As propriedades rurais são pequenas, com 1,4 hectare em média. Os terraços são desenvolvidos nas encostas, como forma de ampliar as áreas cultivadas.
As primeiras unidades fabris no Japão surgiram na segunda metade do século XIX, notadamente aquelas ligadas ao setor têxtil, que aproveitaram a grande quantidade de matérias-primas, como a seda e o algodão. No início do século XX, em decorrência do expansionismo militar, as indústrias pesadas, como as siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas, começaram a ser implantadas no país.
A carência em recursos minerais e energéticos levou o governo a procurar compensar as importações cada vez maiores com volumes crescentes de exportação de manufaturados, política existente desde o final do século XIX e que caracteriza o país até os dias atuais. A necessidade de estar voltado para o mercado externo e a configuração territorial em arquipélago explicam a localização dos grandes centros industriais do país sempre próximos ao litoral, com destaque para o litoral sudeste da Ilha de Honshu – presença da megalópole Tokkaido.
As quatro principais ilhas (Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu), que representam 97% do território, são as que apresentam as maiores aglomerações urbano-industriais. No sudeste da Ilha de Honshu, a maior megalópole do mundo, chamada de Tokkaido, abriga grande diversidade industrial e pós-industrial. Nessa região, destacam-se as cidades de Tóquio, Osaka, Nagoya, Yokohama, Kobe, Quioto, Kitakyushu e Fukuoka.
Atualmente, o Japão é responsável por grande parcela do comércio mundial de bens de consumo: relógios, máquinas fotográficas, celulares, carros, motos, computadores, aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, além dos de alta tecnologia ligados ao setor da robótica, microeletrônica, química fina e informática.

Dados gerais:
Japão (Nippon)
Capital: Tóquio.
Nacionalidade: japonesa.
Localização: leste da Ásia.
Área: 372.819 km².
Clima: temperado continental (N) e subtropical (S).
Características: montanhas (maior parte), 225 vulcões (65 ativos), terremotos frequentes, fontes termais, gêiseres e águas sulfuradas, planícies no litoral e no interior da ilha de Honshu.
Cidades principais: Tóquio, Osaka, Yokohama, Nagoya, Sapporo, Kyoto e Kobe.
População: 127 milhões (2016).





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AULA DIA 29-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
ORIENTE MÉDIO


É uma região em torno das costas sul e leste do mar Mediterrâneo que engloba os países situados na confluência de três continentes: a Europa, a Ásia e a África. Apesar de eventuais discordâncias por parte de geógrafos e historiadores, normalmente se considera que o Oriente Médio é composto por estes países: AfeganistãoArábia SauditaBareinQatarEgitoEmirados Árabes UnidosIêmenIrãIraqueIsraelJordâniaKuwaitLíbanoLíbiaOmãSíriaSudão e Turquia. Quando não se consideram os países mais a leste (o Afeganistão e o Irã), o Oriente Médio também é chamado de Oriente Próximo.
Arábia Saudita

A Arábia Saudita é o maior país do Oriente Médio e o maior produtor de petróleo do mundo. Sua capital é Riyad. O país tem 31.776.000 habitantes (estimativa de 2016) e área de 2.149.690 km2.
Geografia
A Arábia Saudita ocupa quatro quintos da península Arábica, um grande triângulo de terra entre a África e a Ásia. Faz fronteira com JordâniaIraqueKuwaitQatarEmirados Árabes UnidosOmã e Iêmen. O mar Vermelho se estende no oeste e o golfo Pérsico fica a leste.
Quase todo o território da Arábia Saudita é constituído por desertos. O Rub al-Khali, no sudeste, é um dos desertos mais extensos do mundo. Seu nome significa “parte vazia”. Um paredão íngreme de montanhas se ergue no oeste.
A maior parte do país tem pouca chuva, verões muito quentes e invernos amenos. Como não há lagos ou rios perenes, é preciso extrair água do subsolo.
População 
Os sauditas compõem a maioria da população. Os demais habitantes são principalmente árabes de outros países e sul-asiáticos. Alguns africanos negros vivem na costa do mar Vermelho. O árabe é o idioma oficial.
A maioria dos sauditas vive nas cidades, das quais as maiores são Riyad e Jidda. Outras cidades importantes são Meca e Medina, as duas mais sagradas da religião islâmica. Todo ano, milhões de muçulmanos do mundo inteiro vão em peregrinação a Meca.
Quase todos os sauditas praticam o islamismo. Conforme a lei islâmica, mulheres e homens ficam separados em áreas públicas. As mulheres também se cobrem com um véu negro em público. Os homens tradicionalmente usam a cabeça coberta e longos trajes brancos.
Economia 
A economia da Arábia Saudita se baseia na extração e na venda de petróleo. O país também usa seu petróleo para fabricar combustíveis, produtos químicos e outros derivados. Há indústrias de cimento e de produtos metalúrgicos. Serviços, como turismo, bancos e comunicações, também são importantes para a economia.
A agricultura é limitada no país, pois só é possível plantar em oásis ou com o uso de sistemas artificiais de irrigação. Há cultivos de trigo, alfafa, tâmaras, tomates e melões, assim como criação de ovelhas, cabras e camelos.
História 
As regiões costeiras da península Arábica são ocupadas há milênios. As rotas de comércio entre a África e a Ásia eram controladas pelos diferentes reinos que surgiram na região.
Surgimento do islã
Maomé, o fundador do islamismo, nasceu em Meca por volta de 570 d.C. Em 622, com 52 anos, ele se mudou de Meca para Medina, o que marca o início dessa religião. Quando Maomé morreu, em 632, a maior parte da península Arábica estava convertida ao islamismo. Nos séculos seguintes, essa religião expandiu-se bem além da península.
O Reino da Arábia Saudita
Em 1517, os turcos anexaram a península Arábica ao Império Otomano, mas exerciam pouco controle sobre ela. Poderosas famílias sauditas detinham a maior parte do poder real.
No século XVIII, a dinastia Saud ligou-se a líderes religiosos para dominar a península. No final da década de 1920, o líder Ibn Saud havia conquistado todo o território da atual Arábia Saudita. Em 1932, ele formou o Reino da Arábia Saudita. Reis sauditas continuam a governar o país no século XXI.
O petróleo
Em 1938 ocorreu a descoberta de petróleo na Arábia Saudita. O país tornou-se o maior fornecedor dessa matéria-prima para os Estados Unidos e para o restante do mundo ocidental. Isso permitiu ao governo saudita construir muitas estradas, escolas e hospitais. A nação tornou-se uma grande potência no Oriente Médio.
Eventos recentes
O rei Fahd assumiu o trono saudita em 1982. Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait, país vizinho da Arábia. O rei Fahd temia que o Iraque invadisse também a Arábia Saudita e convidou os Estados Unidos e outros países a formar uma enorme força militar em seu país. Essa força militar derrotou o Iraque durante a Guerra do Golfo, em 1991.
No final da década de 1990, o rei Fahd delegou grande parte de seu poder a seu meio-irmão, o príncipe herdeiro Abdullah. Após a morte de Fahd em 2005, Abdullah tornou-se rei. O rei Abdullah fez várias reformas durante seu reinado, especialmente na área dos direitos das mulheres. Ele abriu a primeira universidade saudita a permitir que homens e mulheres estudassem juntos. Também decretou que as mulheres poderiam votar e concorrer em eleições locais a partir de 2015. O rei Abdullah morreu em 23 de janeiro de 2015 e foi sucedido por seu meio-irmão, o príncipe herdeiro Salman

Irã
O Irã é um país localizado no sudoeste da Ásia. Até 1935, era conhecido no Ocidente como Pérsia. Irã significa “terra dos arianos”, o povo que se estabeleceu na região durante a Antiguidade. Sua capital é Teerã. O país tem 81.714.000 habitantes (estimativa de 2018), e sua área é de 1.628.771 km2.

Geografia 
O Irã faz parte de uma região chamada Oriente Médio e tem fronteiras com vários países: IraqueTurquiaArmêniaAzerbaijãoTurcomenistãoAfeganistão e Paquistão. Seu litoral abrange o mar Cáspio e os golfos Pérsico e de Omã.
O território iraniano é de altitudes elevadas, com exceção de algumas regiões estreitas ao longo da costa. Cadeias de montanhas rodeiam uma grande área central de terras rochosas altas e desertos. Parte dos grandes desertos é arenosa, enquanto uma crosta de sal cobre outras áreas. O ponto mais elevado no Irã é o monte Damavand, com 5.671 metros. Ele fica nas montanhas Elburz, no norte do país. O Irã tem vulcões ativos e costuma sofrer terremotos que provocam graves danos.As temperaturas variam de muito quentes a muito frias, dependendo do lugar e da estação do ano. A maior parte do país tem clima seco, com exceção de uma região em torno do mar Cáspio.

População 
Muitos grupos étnicos vivem no Irã. Os persas representam o maior deles. Azerbaijanos, curdos, lúrios e outros povos formam grupos menores. O idioma principal é o persa, mas cada grupo étnico também tem sua própria língua. A maioria dos iranianos vive em cidades e povoados.
Cerca de 90 por cento da população pertence ao ramo xiita do islamismo, que é a religião oficial do país (na maioria dos países muçulmanos, os sunitas são o ramo mais comum do islamismo). Uma pequena porcentagem de iranianos pratica o zoroastrismo, a religião da antiga Pérsia.

Economia 
O Irã é um dos maiores produtores mundiais de petróleo.Também produz gás natural e máquinas, além de produtos químicos, alimentícios, metalúrgicos e têxteis. Muitos iranianos fazem tapetes tradicionais, que são exportados para diversas partes do mundo. Os serviços — principalmente os ligados ao governo, às finanças e ao turismo — também são importantes para a economia.
Entre os produtos agrícolas, destacam-se grãos, beterraba açucareira e muitos tipos de frutas e nozes. As ovelhas representam o principal rebanho. Empresas pesqueiras operam no golfo Pérsico e no mar Cáspio.

História 
O povo ariano migrou da Ásia central para o atual Irã depois de 2000 a.C. Os dois principais grupos de arianos eram os medas e os persas. Estes últimos tomaram o controle da região por volta de 550 a.C., quando conquistaram grandes territórios. O Império Persa logo se estendeu do norte da África até o rio Indo, no sul da Ásia.
Invasão árabe
No ano 640, os árabes invadiram o Irã e introduziram o islamismo no país. Durante cerca de 850 anos, muçulmanos que não eram iranianos governaram o Irã. Em 1502, a dinastia iraniana safévida tomou o controle do país. Uma dinastia mais fraca, os qajars, governou entre 1779 e o começo do século XX. Durante o governo dos qajars, a Rússia e a Grã- Bretanha dominaram algumas regiões iranianas.
A dinastia Pahlevi
Em 1921, Reza Khan, um oficial do exército, tomou o poder. Em 1925, tornou-se xá — ou rei — e adotou o nome de Reza Pahlevi. Ele deu mais direitos às mulheres, construiu escolas modernas e uma ferrovia. Seu governo deu início à dinastia Pahlevi.
Seu filho, o xá Mohammad Reza Pahlevi, assumiu o trono em 1941. O novo xá continuou a modernizar o Irã. No entanto, também usou a polícia secreta para prender quem discordasse dele. Muitos líderes religiosos achavam que as ideias do xá iam contra o islamismo. Em 1964, o governo expulsou do país um desses líderes religiosos, o aiatolá Ruhollah Khomeini.
Do exterior, Khomeini liderou uma revolução contra o xá. Os seguidores de Khomeini fizeram tantos protestos no país que, em 1979, o xá foi obrigado a deixar o Irã.
A república islâmica
Khomeini voltou para o Irã e proclamou que seria seu líder máximo, tanto político quanto religioso, até o fim da vida. Rebatizou o país com o nome de República Islâmica do Irã e adotou leis religiosas islâmicas severas, proibindo as influências ocidentais (dos Estados Unidos e da Europa). No final de 1979, pessoas que apoiavam as mudanças feitas por Khomeini invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Teerã e tomaram 66 americanos como reféns.
Em 1980, o Iraque invadiu o Irã, dando início à Guerra Irã-Iraque. O conflito terminou em 1988 e fez cerca de 1 milhão de vítimas, entre mortos e feridos.
Khomeini morreu em 1989. O Irã escolheu um novo líder religioso, Ali Khamenei, que deu prosseguimento à política severa do governo anterior. Khamenei trabalhou com os presidentes do país, mas manteve, com outros líderes religiosos, o controle de grande parte do governo.
No início do século XXI, diversos países começaram a temer que os líderes do Irã estivessem construindo armas nucleares. As Nações Unidas e outros membros da comunidade internacional impuseram sanções ao Irã (quando um país sofre sanções, outros países deixam de fazer comércio com ele e de lhe prestar ajuda). As sanções permaneceram em vigor durante vários anos e trouxeram grandes dificuldades para a população iraniana. Em 2016, muitas dessas sanções foram suspensas depois que o Irã concordou em desfazer-se da maioria dos materiais que poderiam ser usados para fabricar armas nucleares. No entanto, em 2018, os Estados Unidos se retiraram do acordo nuclear com o Irã, e as sanções voltaram a ser impostas.

Iraque

O Iraque é um país situado na antiga região da Mesopotâmia, onde foi criada uma das primeiras civilizações do mundo. Mesopotâmia é uma palavra grega que significa “terra entre rios”. Esses rios, o Tigre e o Eufrates, ainda correm através do Iraque. Hoje em dia, o país é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Bagdá é sua capital e maior cidade. A população do Iraque é de 39.930.000 habitantes (estimativa de 2018) e sua área é de 434.128 km2.

Geografia 
O Iraque localiza-se no sudoeste da Ásia, na região conhecida como Oriente Médio. Faz fronteira com TurquiaIrãKuwaitArábia SauditaJordânia e Síria. Tem também um litoral curto no golfo Pérsico.
As partes central e sudeste do país são de planícies, com muitos lagos. Terras baixas pantanosas cercam a área em que o Tigre e o Eufrates se encontram, perto do golfo Pérsico. O norte das planícies, entre os rios, é uma área seca conhecida como Al-Jazirah. As partes sul e oeste do Iraque são um vasto deserto. As terras altas do nordeste incluem a região montanhosa conhecida como Curdistão.
As planícies e os desertos têm verões muito quentes e invernos amenos. Essas regiões recebem pouca chuva. O nordeste é mais frio e mais úmido, especialmente nas montanhas. Tempestades de areia podem ocorrer em todas as partes do país.

População 
Os iraquianos étnicos formam a maioria da população do país e falam o árabe, que é a principal língua. Os curdos formam o segundo maior grupo, falam curdo e vivem principalmente no norte e no nordeste. Quase todos os iraquianos são muçulmanos.
A maior parte dos iraquianos reside em cidades e vilas, onde têm um estilo de vida moderno, semelhante ao ocidental. Bagdá é de longe a maior cidade, e Mossul é a segunda mais populosa.
Diversos sítios arqueológicos famosos estão localizados no Iraque, e objetos desses sítios estão em exibição no Museu de Mossul e no Museu Nacional do Iraque, em Bagdá. Porém alguns museus sofreram perdas e alguns sítios arqueológicos foram perturbados na desordem que se seguiu à invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003.

Economia 
petróleo foi descoberto no Iraque em 1927. As guerras do fim do século XX e do início do XXI prejudicaram muito a economia do país. Contudo, o petróleo ainda fornece quase todos os ganhos comerciais do Iraque. O país também produz derivados de petróleo, produtos químicos, materiais de construção e alimentos industrializados. O comércio iraquiano foi prejudicado devido à Guerra do Golfo, em 1991, e às restrições comerciais que perduraram mesmo após o fim do conflito.
A agricultura é parte importante da economia, embora a guerra tenha interferido nessa atividade também. Entre as principais culturas estão trigotâmaratomatecevadalaranja e uva. Os iraquianos também criam carneiros e gado bovino.

História 
A história do Iraque remonta a milhares de anos. Por volta do ano 3300 a.C., os sumérios criaram uma das primeiras civilizações do mundo na Mesopotâmia. Mais tarde, a Babilônia e a Assíria se tornaram grandes potências da região. A Pérsia assumiu o controle da Mesopotâmia por volta de 540 a.C. Os persas governaram até aproximadamente 330 a.C., quando Alexandre, o Grande conquistou a área.
Domínios árabe e otomano
A partir do século II a.C., a Mesopotâmia se tornou um campo de batalhas entre vários povos, situação que perdurou por centenas de anos. Muçulmanos da Arábia conquistaram a área no século VII d.C. Por algum tempo, Bagdá foi o centro do mundo islâmico. Muitos dos maiores filósofos, poetas e escritores muçulmanos viveram ali. Em 1258, os mongóis, um grupo da Ásia central, conquistaram a cidade. O Iraque tornou-se então uma terra de pequenos reinos. Os turcos otomanos assumiram o domínio da região no século XVI. O Iraque permaneceu como parte do Império Otomano até o século XX.
A República do Iraque
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914–18), tropas britânicas ocuparam Bagdá e derrubaram o governo otomano. Após a guerra, o Iraque permaneceu sob o domínio britânico. Em 1921, o país tornou-se uma monarquia, alcançando independência plena em 1932. Uma revolução comandada por um grupo de oficiais do exército pôs fim à monarquia em 1958, transformando o Iraque em república.
Nos anos 1960 e 1970, o governo iraquiano enfrentou a rebelião dos curdos, que queriam autonomia. O Irã forneceu ajuda militar aos rebeldes, o que estremeceu as relações entre o Iraque e o Irã. A rebelião curda terminou em 1975, mas lutas ocasionais continuam ocorrendo no século XXI.
As guerras Irã-Iraque e do Golfo
Saddam Hussein tornou-se presidente do Iraque em 1979. Um ano mais tarde, o Iraque invadiu o Irã. A Guerra Irã-Iraque durou até 1988. Nenhum dos lados obteve uma vitória absoluta.
Em 1990, Saddam ordenou que as tropas iraquianas invadissem outro país vizinho, o Kuwait. O Iraque alegava que o Kuwait era parte de seu território desde 1871. A invasão levou à Guerra do Golfo, no início de 1991. Em menos de dois meses, um grupo de países sob o comando dos Estados Unidos expulsou as forças iraquianas do Kuwait.
Distúrbios contínuos
Ao fim da Guerra do Golfo, inspetores de armas das Nações Unidas entraram no Iraque. Eles queriam assegurar-se de que o país tinha destruído algumas de suas armas e também parado de fabricá-las. O Iraque se recusou a cooperar com os inspetores.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha temiam que o Iraque estivesse fabricando armas ilegais. Com essa justificativa, forças americanas e britânicas invadiram o país em março de 2003. Saddam se escondeu imediatamente após a invasão, e tropas estrangeiras assumiram o controle do Iraque. Saddam foi capturado pelas tropas americanas em dezembro de 2003 e executado três anos depois. Forças estrangeiras e líderes iraquianos trabalharam então para estabelecer um novo governo no país. No entanto, alguns iraquianos continuaram a se opôr às tropas estrangeiras e aos novos líderes do país. A violência também eclodiu entre os sunitas e os xiitas, os dois principais ramos do islamismo. As forças dos EUA deixaram o Iraque em dezembro de 2011.
Em 2014, o grupo terrorista conhecido como Estado Islâmico dominou a cidade de Mossul. O grupo usou a violência extrema para obrigar as pessoas a seguir uma versão rígida da sharia, um conjunto de leis islâmicas. Além de Mossul, o Estado Islâmico ocupou diversas outras cidades no oeste e no norte do Iraque. No final de 2017, forças iraquianas e curdas, com a ajuda de outras nações, expulsaram o Estado Islâmico de quase todo o país.

Síria

A Síria é um país do Oriente Médio, no sudoeste da Ásia, com área de 185.180 km2 e 18.284.000 habitantes (estimativa de 2018). A capital é Damasco, uma das cidades mais antigas do mundo.

Geografia 
Localizada na extremidade leste do mar Mediterrâneo, a Síria faz fronteira com TurquiaIraqueJordâniaIsrael e Líbano. Síria e Israel discordam sobre os limites de sua fronteira comum.
Uma planície estreita segue ao longo da costa oeste da Síria. Há montanhas a leste da planície e no sudoeste. A leste das montanhas fica o deserto da Síria, que é coberto por rochas e cascalho, não por areia. Os principais rios do país são o Orontes e o Eufrates.
A maior parte da Síria tem clima seco, com invernos frios e verões muito quentes. A costa é mais chuvosa e tem temperaturas mais amenas.

População 
A maioria da população da Síria é árabe. Uma minoria é formada por beduínos, um povo árabe que pastoreia animais nos desertos do Oriente Médio. Depois dos árabes, o segundo maior grupo é o dos curdos. O país também tem um pequeno número de armênios, turcos e outras nacionalidades. O árabe é o idioma principal. A maioria da população vive perto da costa ou no vale do rio Eufrates.

A maioria dos sírios é muçulmana, e há uma minoria cristã. Alguns sírios são drusos, ou seja, seguem uma religião que tem elementos islâmicos, cristãos, judaicos e de outras crenças.

Economia 
O governo controla a economia da Síria, cujas atividades principais são a agricultura, a mineração e a indústria. Os agricultores cultivam trigo, beterraba açucareira, algodão, azeitonasuvas e outros alimentos. Muitas pessoas criam ovelhas, cabras e bois. Há minas de asfalto natural, sal, mármore e fosfatos, que são usados para fazer fertilizantes. As fábricas produzem tecidoscimento, óleo de cozinha e outros artigos. A Síria é rica em petróleo, que é seu principal produto de exportação.

História 
Há mais de 4.500 anos a região da atual Síria já era habitada. Alguns dos povos mais antigos escreviam em placas de argila que existem até hoje. Essas placas mostram como era a vida na Síria na Antiguidade. Diversos povos — entre eles egípcios, hititas e assírios — invadiram a Síria em seus primórdios. Posteriormente, a região foi controlada pelos impérios Babilônico, Persa e Grego. Em 64 a.C. os romanos conquistaram a Síria.
Impérios muçulmanos
No século VII, exércitos árabes muçulmanos invadiram a Síria, que foi dominada por impérios muçulmanos na maior parte dos 1.300 anos seguintes. Cruzados cristãos, porém, controlaram algumas áreas entre os séculos XII e XIV. A última potência muçulmana que governou a Síria foi o Império Otomano, que assumiu o controle em 1516.
Independência
Em 1920, a França passou a dominar a Síria, que só conquistou sua independência em 1946. A partir daí, vários líderes militares governaram o país.
Desde 1948, a Síria e outras nações árabes vêm travando várias guerras contra Israel. Em 1967, Israel tomou da Síria as colinas de Golan, que ocupam uma posição estratégica.
Na década de 1970, a Síria enviou soldados ao Líbano, que passava por uma guerra civil. As forças sírias permaneceram no Líbano até o início de 2005. Em 1991, a Síria lutou contra o Iraque na Guerra do Golfo Pérsico.
Em 2011, um movimento democrático chamado Primavera Árabe se espalhou para a Síria. Muitos sírios começaram a protestar contra o governo do presidente Bashar al-Assad. As forças de Assad usaram a violência para tentar parar os protestos. Muitos manifestantes foram mortos, mas a revolta continuou. Em meados de 2012, o conflito virou uma guerra civil, à qual líderes de outros países tentaram pôr fim. Esse esforço aumentou em 2013, depois que Assad foi acusado de usar armas químicas contra os rebeldes. Em 2015, a intensificação da guerra civil deu origem a um movimento de migração em massa. Milhões de sírios deixaram seu país natal para buscar refúgio em nações vizinhas, como a Turquia e o Líbano, bem como na Europa, especialmente na Alemanha. As lutas na Síria continuaram, porém em outubro de 2018 as forças de Assad haviam recapturado quase todos os territórios ocupados pelos rebeldes.
Em 2013, grupos militantes islâmicos começaram a tirar vantagem das revoltas na Síria. Um grupo extremista conhecido como Estado Islâmico dominou partes do leste do país e impôs à região uma versão rígida da sharia, um conjunto de leis seguidas pelos muçulmanos. Os Estados Unidos e outros países ajudaram a impedir o avanço do Estado Islâmico. No final de novembro de 2017, o grupo foi expulso da Síria.

Turquia

A República da Turquia fica parte na Ásia e parte na Europa. Durante séculos, a região foi o centro de dois impérios importantes: o Império Bizantino, que era cristão, e o Império Otomano, de religião muçulmana. Ancara é a capital do país, que tem 79.270.000 habitantes (estimativa de 2016) e ocupa uma área de 785.347 km2.

Geografia
A maior parte da Turquia fica na península de Anatólia, ou Ásia Menor, no sudoeste da Ásia (península é um trecho de terra cercado de água em três lados). Uma pequena parte da Turquia fica no sudeste da Europa. Canais estreitos e o mar de Mármara separam as duas partes do país.
mar Negro fica ao norte da Turquia. A Geórgia, a Armênia e o Irã ficam a leste. O Iraque, a Síria e o mar Mediterrâneo ficam ao sul. O mar Egeu, a Grécia e a Bulgária ficam a oeste.
A parte asiática da Turquia tem montanhas e um planalto central, ou área plana elevada. A parte europeia do país é mais baixa e plana. O Kizil, maior rio do país, corre através da península.
A maior parte da Turquia tem clima seco e verões quentes. Os invernos são frios no centro do país e amenos perto dos litorais. Terremotos são comuns. Em 1999, um terremoto matou milhares de pessoas no noroeste da Turquia. Em 2011, outro abalo forte atingiu o leste do país, matando mais de 500 pessoas.

População 
Os turcos formam a maior parte da população e falam o idioma turco. A segunda grande maioria é composta pelos curdos, que vivem no leste da Turquia e têm seu próprio idioma. Quase toda a população do país é muçulmana.
Mais da metade dos habitantes vive em cidades, das quais a maior é Istambul.

Economia 
Serviços e indústria são as principais atividades econômicas da Turquia. O setor de serviços inclui as comunicações, o transporte e o turismo. As indústrias produzem tecidos, vestuário, alimentos processados, ferro, aço e veículos, além de produtos químicos e eletrônicos. O solo do país é rico em petróleocarvãocobre e outros minerais.
agricultura é forte, com destaque para o cultivo de trigobeterraba açucareira, frutas cítricasalgodãoazeitonastabaco e figos. A pecuária se concentra em carneiroscabras e gado bovino.

História 
A Anatólia, a parte asiática da Turquia, é habitada desde pelo menos 7000 a.C. Os hititas a invadiram por volta de 2000 a.C. Posteriormente, a área foi disputada por gregos e persas. Os romanos se apossaram da Anatólia em cerca de 30 a.C.
Império Bizantino
Sob o Império Romano, a Anatólia viveu em paz. Em 395 d.C., o império se dividiu em duas partes. A porção oriental do Império Romano se tornou o chamado Império Bizantino. Sua capital era a cidade de Constantinopla (atual Istambul) e sua religião principal era o cristianismo.
Os turcos seldjúcidas (ou seljúcidas), da Ásia central, invadiram a Anatólia a partir da década de 1040. Em 1071, eles derrotaram o exército bizantino. Nos duzentos anos seguintes, os cristãos da Europa combateram os turcos em uma série de guerras conhecidas como Cruzadas.
Império Otomano
No final do século XIII, outro grupo de turcos tomou o poder na Anatólia e fundou o grande Império Otomano. Em 1453, os turcos otomanos tomaram Constantinopla e a tornaram sua capital, com o nome de Istambul.
Em meados do século XVI, o Império Otomano abrangia o norte da África, o Oriente Médio e o sudeste da Europa. Depois começou a enfraquecer, vindo a se dissolver em 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Governo de Atatürk
Após a guerra, muitos turcos se voltaram contra o governo otomano, o qual havia perdido grande parte das terras do império. O líder militar Mustafá Kemal formou um governo separado e, em 1923, fundou o país chamado Turquia. A cidade de Ancara tornou-se a nova capital, e Kemal foi escolhido o primeiro presidente do país.
Kemal governava com grandes poderes e adotou o nome de Atatürk, que em turco significa “pai dos turcos”. Com o objetivo de modernizar a Turquia, fechou escolas e tribunais islâmicos, proibiu vestimentas tradicionais como o fez, um tipo de chapéu turco, e deu direito de voto às mulheres. Kemal morreu em 1938.
Após Atatürk
Em 1960 e em 1980, os militares tomaram o governo da Turquia. Em 1997, forçaram o primeiro-ministro a renunciar. De tempos em tempos a Turquia retomou a democracia.
Desde a década de 1950 a Turquia disputava com a Grécia o controle da ilha de Chipre. Forças turcas invadiram o norte de Chipre em 1974. A Turquia apoiou os turcos de Chipre quando estes formaram um país separado, em 1983.
A Turquia moderna também enfrenta uma longa rebelião dos curdos, no leste. Os curdos lutam contra o governo turco desde a década de 1980, em uma disputa que dura até hoje.


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AULA DIA 22-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
GUERRAS ÁRABE-ISRAELENSE


As guerras árabe-israelenses foram os conflitos travados entre Israel e diferentes nações árabes após a criação do Estado de Israel em 1948.
As guerras árabe-israelenses foram os conflitos travados entre Israel e as nações árabes ao longo do século XX. Esses conflitos iniciaram-se a partir da criação do Estado de Israel em 1948 e foram motivados pelo controle da Palestina. Ao todo, foram disputados quatro conflitos entre israelenses e as nações árabes.

Origem dos conflitos árabe-israelenses


A origem dos conflitos árabe-israelenses está ambientada no contexto das duas guerras mundiais e no imediato pós-guerra, especificamente entre 1947 e 1949.
A origem dos conflitos árabe-israelenses remonta ao início do século XX, quando passou a se concretizar a ideia de construção de um Estado Judaico na Palestina. Saber do contexto no qual tiveram origem esses conflitos é importante para se entender a Primeira Guerra árabe-israelense, que ocorreu entre os anos de 1947 e 1949 e que pode ser dividida em duas fases: a Guerra Civil do Mandato da Palestina (30 de novembro de 1947 a 14 de maio de 1948) e a Guerra de Independência de Israel (15 de maio de 1948 a 20 de julho de 1949).
O conflito desenvolveu-se a partir do momento em que houve a aprovação, por parte da recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU), do Plano de Partilha da Palestina e intensificou-se após a Declaração de Independência de Israel em 14 de maio de 1948.

O Estado Judaico e o Mandato Britânico da Palestina

O contexto que acabou dando ensejo ao conflito entre árabes e judeus foi marcado pelos projetos nacionalistas de ambos os lados. Do lado judeu, havia o movimento sionista, fundado pelo húngaro Theodor Herzl, cujo órgão principal foi o Fundo Nacional Judaico (Karen Kayemet Israel) – uma espécie de banco que tinha por objetivo levantar fundos para a compra de terras na Palestina, então pertencente ao Império turco-otomano. As terras compradas abrigariam o futuro Estado Nacional judeu. Do lado árabe, havia o interesse de povos, como os jordanianos e os palestinos, de se tornarem independentes do Império turco-otomano e, tal como os judeus, formarem o seu Estado Nacional.
Quando sobreveio a Primeira Guerra Mundial, em julho de 1914, as potências associadas na Tríplice Aliança (Império Alemão, Áustria-Hungria e o reino da Itália) valeram-se do apoio do Império turco-otomano no Oriente e no Norte da África. Das potências contrárias, que formavam a Tríplice Entente, a Grã-Bretanha, em específico, deu apoio ao projeto sionista, em 1917, por meio de declaração do Ministro das Relações Exteriores, Arthur James Balfour, que prometeu aos judeus ajuda na fundação de seu Estado Nacional após a iminente derrota do Império Otomano.
O problema era que os britânicos precisavam também do auxílio militar dos árabes palestinos e jordanianos na luta contra os otomanos. Isso criou um impasse que o sociólogo Cláudio Camargo explica em seu ensaio presente no livro História das Guerras:
[…] a Grã-Bretanha estava em plena guerra contra o Império Otomano e, como precisava do apoio das populações árabes que habitavam aqueles territórios controlados pelos turcos, prometeu-lhes também mundos e fundos. Por isso, antes da Declaração de Balfour, o governo de Londres havia se comprometido com o emir Hussein ibn Ali, prefeito de Meca, a apoiar o estabelecimento de um reino árabe independente do Oriente Médio, em retribuição ao esforço árabe na guerra contra os otomanos. Pior: antes dessas vãs promessas, em 1916, os britânicos haviam firmado com os franceses os Acordos Sykes Picot, que previam a divisão do Oriente Médio em esferas de influência anglo-francesas em caso de vitória dos Aliados da Tríplice Entente (França, Grã-Bretanha e Rússia) contra a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano).
Com o fim da Primeira Guerra e a derrota do Império Otomano, britânicos e franceses definiram uma estrutura de mandatos administrativos para a região do Oriente Médio. A região da Palestina ficou sendo tutelada pelo Mandato Britânico da Palestina, firmado em 1922. Entretanto, logo as diferenças entre as duas comunidades levaram à explosão dos conflitos.

Guerra Civil do Mandato Britânico da Palestina

Durante a primeira década de vigência do mandato referido, o movimento sionista continuou a financiar a imigração de judeus europeus para a Palestina, e mais: as terras compradas assumiram o caráter de “propriedade do povo judaico” e só poderiam ser vendidas a judeus. Em meados da década de 1930, quando as ações antissemitas do nazismo alemão começaram a repercutir no mundo todo, o grão-múfti (autoridade espiritual do islamismo) de Jerusalém, Hajj Amin al-Husseini, organizou uma revolta contra as autoridades britânicas e os judeus instalados na Palestina. Al-Husseini era simpático ao nazismo e esteve com Adolf Hitler em diversas ocasiões.
Com o propósito de se organizarem contra as investidas das revoltas árabes, os judeus formaram a Haganá, organização paramilitar que depois viria a ser a base das forças armadas israelenses. No fim dos anos 1930 e durante toda a metade dos anos 1940, ocorreu a Segunda Guerra Mundial, o que enfraqueceu a capacidade de mediação de conflitos da Grã-Bretanha no Oriente Médio.
Findada a Segunda Guerra, o Mandato da Palestina já não conseguiu mais resolver a tensão instalada na região e transferiu o problema para a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU). Em 30 de novembro de 1947, a ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina, dividindo o território em algumas porções para judeus e outras para árabes. A recém-fundada Liga Árabe (constituída por países como Egito, Síria, Líbano e Arábia Saudita) recusaram, de imediato, o plano.
Esse plano pôs fim ao Mandato da Palestina e deu início à guerra civil envolvendo, do lado judeu, a Haganá e outras facções que flertavam com o terrorismo, como o Irgun e o Lehi, e, do lado árabe palestino, os Exércitos da Guerra Santa e da Libertação. O conflito limitou-se a essas forças até 14 de maio de 1948, quando, por uma decisão das autoridades judaicas, na pessoa de David Ben-Gurion, o conflito tomou proporções bem maiores.

Primeira Guerra árabe-israelense

Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, que viria a ser o primeiro-ministro de Israel, assinou a Declaração de Independência de Israel em Tel Aviv. A independência teve o reconhecimento imediato da URSS e dos EUA. Mal houve a comemoração do povo judaico, a reação da Liga Árabe já foi apresentada. Era deflagrada a Primeira Guerra árabe-israelense, com todos os exércitos da Liga Árabe mobilizados contra Israel.
Da Haganá surgiram as Forças de Defesa de Israel, que se uniram aos grupos Irgun e Lehi para combater os árabes. O mundo ficou impressionado com o poder de ação das forças israelenses, sobretudo na parte de logística e estratégia. A guerra só teve fim em 20 de julho de 1949, quando houve o último acordo de Israel com a Síria, com a vitória definitiva de Israel.
Depois da guerra, como diz Cláudio Camargo:
[…] Israel tinha expandido muito seu território: de 55% da Palestina que lhe tinha sido atribuídos pelo plano de partilha da ONU, conquistou 79% dela pelas armas. Essas terras tornaram-se, de fato, território de Israel. Ficaram de fora a cadeia de baixas montanhas do centro e sul da Palestina, conhecidas como Margem Ocidental ou Cisjordânia, que ficou sobre o controle da Transjordânia, além da Faixa de Gaza, que ficou sobre a administração militar egípcia. Jerusalém, que foi dividida entre a parte oriental – a cidade antiga e o bairro extramuros, que foram ocupadas pelos jordanianos; e a parte ocidental extramuros, que ficou sob o controle de Israel [2]
A Haganá foi o grupo paramilitar judeu que deu origem às Forças de Defesa de Israel

Criação do Estado de Israel

A Criação do Estado de Israel ocorreu, formalmente, em 1948, mas seu processo remonta ao século XIX.
A história da criação do Estado de Israel é um dos assuntos que mais geram polêmica nas discussões entre historiadores, cientistas sociais e jornalistas. Isso se dá pelo fato de que a porção de terras onde Israel foi construído situa-se na região da Palestina, de modo que os muçulmanos que habitavam essa região não conseguiram, de igual modo, formar um Estado para si. As razões para tanto estão relacionadas com o conflito étnico/religioso entre palestinos e judeus.
É sabido que, na Idade Antiga, os judeus conseguiram formar um reino na região do atual Estado de Israel. Essa região é tida tradicionalmente pelos judeus como a “Terra Prometida” por Deus e onde seriam realizadas todas as promessas divinas. É sabido também que o reino dos judeus sempre foi fustigado por outros povos, como assírios, egípcios, babilônios e romanos. Foram esses últimos que transformaram a região do Oriente Médio em uma de suas províncias e a ela deram o nome de Palestina. A partir de então, uma gigantesca parcela da população judaica dispersou-se pelo mundo (sobretudo pelo continente europeu), naquilo que ficou conhecido como diáspora.
À medida que os séculos corriam, os judeus dispersos pela Europa procuravam adaptar-se às singularidades regionais, preservando, contudo, sua tradição religiosa. Desse modo, várias comunidades judaicas foram surgindo em regiões como Holanda, Alemanha, Suíça, Rússia e Espanha, onde conseguiram estruturar-se em negócios relacionados com o comércio e finanças. Todavia, logo na Idade Média, surgiu o antissemitismo (aversão ao povo judeu), tendo se revelado com maior agitação em episódios como o da Peste Negra, diante do qual populações inteiras de judeus foram massacradas por terem sido consideradas provocadoras da moléstia. As teses antissemitas prosseguiriam nos séculos seguintes, de modo que, no século XIX, um judeu húngaro chamado Theodor Herzl passou a idealizar um retorno dos judeus para a região da Palestina, na qual teriam a possibilidade de não mais viveram dispersos e sem organização social, política e jurídica definida. O movimento encabeçado por Herzl ficou conhecido como sionismo.
A região da Palestina, até 1922, pertencia ao Império Otomano. Não existia um Estado árabe palestino definido na região, tampouco algo semelhante a um Estado judaico. O primeiro impulso no sentido da construção de uma nação judaica foi a compra de terras dos otomanos. Essas terras seriam destinadas aos primeiros assentamentos de judeus na Palestina. Em 1901, foi criado o KKL (Karen Kayemet LeIsrael), ou Fundo Nacional Judaico, órgão que passou a arrecadar as doações para a compra de terras e agenciar a emigração dos primeiros judeus europeus para a Palestina.
Ocorreu que, com a erupção da Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Império Otomano acabou por ser progressivamente deteriorado. Em 1922, toda a extensão de terras antes pertencentes aos otomanos passou a ser dividida entre os próprios muçulmanos, que queriam construir Estados livres (como foi o caso da Turquia), e entre os países vencedores da guerra. Um dos países vencedores foi a Inglaterra, que passou a administrar a região da Palestina por meio da criação do Mandato Britânico da Palestina. Foi, portanto, com os ingleses que os judeus continuaram a negociar a construção do Estado de Israel. O problema é que sobreveio, nas décadas de 1930 e 1940, o nazismo e a Segunda Guerra Mundial e, com isso, aquilo que já conhecemos: a perseguição, prisão e extermínio de milhões de judeus em campos de concentração.
Após a Segunda Guerra e a exposição de seus horrores, os representantes do sionismo aceleraram o processo da criação do Estado Judaico, dessa vez tutelado pela recém-criada Organização das Nações Unidas – ONU. A ideia originária era criar um Estado judaico que não comprometesse, no entanto, as comunidades de árabes muçulmanos que também residiam na Palestina. Entretanto, nessa mesma época, foi criada a Liga Árabe, uma associação entre países que se formaram após a dissolução do Império Otomano e que explicitamente não reconheciam a existência de um Estado judaico na Palestina. Entretanto, em 1948, o Estado de Israel foi reconhecido pela ONU e passou a existir formalmente. Nesse contexto, países como o Egito, Líbano, Síria e Arábia Saudita (membros da Liga Árabe) confrontaram-se com essa decisão e passaram a se digladiar contra os judeus naquela que ficou conhecida como Primeira Guerra Árabe-Israelense.
A existência do Estado de Israel foi formalmente instituída em 1948

Breve resumo das Guerras Árabe-Israelenses
As Guerras Árabe-Israelenses estenderam-se ao longo de grande parte da segunda metade do século XX e colocaram o controle da Palestina em disputa entre árabes e judeus.
Guerras Árabe-Israelenses são a junção dos conflitos que envolvem a ocupação da Palestina por palestinos e israelenses. A disputa pela Palestina tem como marco 1948, ano em que a primeira guerra entre árabes e israelenses foi realizada. Ao longo do século XX, uma série de conflitos aconteceu na região, e a indefinição acerca da questão palestina ainda é grande.
Raízes da disputa
A disputa pelo controle da Palestina está diretamente ligada com o surgimento do movimento sionista, no final do século XIX. Esse período ficou conhecido como a “fase de ouro” dos nacionalismos na Europa e, em relação aos judeus, deu origem a uma ideia que defendia a criação de um Estado que abrigasse a população judia da Europa.
O expoente desse ideal foi Theodor Herzl, jornalista judeu húngaro que, em 1896, publicou um livro chamado O Estado Judeu, no qual se argumentava exatamente a necessidade de se criar um Estado para o povo judeu. Segundo o autor Cláudio Camargo, esse livro de Herzl era uma resposta ao antissemitismo que começava a crescer, sobretudo, na Europa Oriental
A longo prazo, essa ideia levou à ocupação, em uma escala cada vez maior, da Palestina pelos judeus. A migração de judeus para a Palestina aumentou consideravelmente a partir da década de 1930, em decorrência do forte antissemitismo. Em 1945, dos 1,97 milhão de pessoas que viviam na Palestina, 808 mil eram judeus
À medida que a população judaica crescia na Palestina, os problemas com os palestinos – habitantes históricos da região – aumentavam consideravelmente. A disputa entre judeus e palestinos foi reforçada pela ação colonial dos ingleses, que realizaram as mesmas promessas territoriais e de criação de um Estado nacional tanto para palestinos quanto para judeus.
Paralelo a esse aumento considerável da quantidade de judeus na Palestina, o nacionalismo árabe entre os palestinos fortaleceu-se, bem como a exigência para a criação de um Estado nacional (promessa feita pelos ingleses). Os ingleses, percebendo a complexidade da situação, entregaram a questão palestina para que a Organização das Nações Unidas (ONU) tomasse as medidas necessárias.
A saída encontrada pela ONU foi decretar a criação de dois Estados distintos: o Estado da Palestina e o Estado de Israel. A criação do Estado de Israel deu-se a partir da resolução 181 da ONU, realizada em novembro de 1947. Essa resolução contou com 33 votos a favor da criação do Estado de Israel (incluindo o voto do Brasil) e 13 votos contra.
Com a decisão da ONU, foi determinado que 53,5% do território da Palestina faria parte do Estado de Israel, enquanto 45,4% faria parte do Estado da Palestina (os palestinos, mesmo tendo maior população, ficaram com parcela menor do território). Jerusalém – reivindicada pelos dois – ficaria sob controle internacional.

Os conflitos

A proposta da ONU de divisão da Palestina entre palestinos e israelenses foi prontamente aceita pela Organização Sionista Mundial, mas foi rejeitada pelos países árabes. A tensão entre os dois lados aumentou ainda mais, o que levou milícias judaicas a atacar comunidades árabes, causando a morte de centenas de pessoas.
Quando o Estado de Israel foi proclamado, a guerra na região começou. A primeira guerra, iniciada em 1948, ficou conhecida como Primeira Guerra Árabe-Israelense e foi resultado da não aceitação, pelos países árabes, da criação do Estado de Israel dentro dos termos estabelecidos pela ONU. Esse foi o primeiro de muitos conflitos entre árabes e israelenses ao longo da segunda metade do século XX.
Essa guerra estendeu-se até janeiro de 1949, quando um acordo de paz foi assinado e colocou fim ao conflito. Israel saiu vitorioso desse confronto e aumentou seu território em aproximadamente 1/3. Uma consequência grave dessa guerra é conhecida entre os palestinos como “nakba”, palavra que, em árabe, significa “tragédia”. A respeito de todo o contexto anterior à Primeira Guerra Árabe-Israelense,
“Nakba” faz referência à diáspora de cerca de 700 mil palestinos que foram obrigados a fugir da Palestina por conta da violência das tropas israelenses. Esses 700 mil palestinos espalharam-se por diversas partes do mundo, e Israel nunca concedeu o direito para que eles retornassem à Palestina, mesmo com a ONU determinando o direito de retorno desses refugiados.
Outros conflitos que aconteceram entre Israel e os países árabes ao longo do século XX foram:
Guerra de Suez (1956);
Guerra dos Seis Dias (1967);
Guerra de Yom Kippur (1973).
A Guerra de Suez aconteceu em 1956 e foi resultado de uma ação conjunta de Israel, França e Reino Unido contra o Egito, uma das nações de maior peso no “mundo árabe”. Essa guerra foi resultado da nacionalização, realizada pelo Egito, do Canal de Suez. Nesse período, o Egito era governado por Gamal Abdel Nasser, forte defensor de um ideal nacionalista árabe conhecido como pan-arabismo, movimento político que defendia a unificação de todos os povos do mundo árabe em apenas uma nação.
A nacionalização do canal prejudicava interesses de Israel, França e Reino. Assim, as três nações juntaram esforços, atacaram o Egito e reconquistaram o Canal de Suez. No entanto, a ação conjunta dos três países desagradou profundamente Estados Unidos e União Soviética, que estavam interessados na manutenção da paz e na estabilidade da região. Por isso, ambos pressionaram Israel, Reino Unido e França a abandonarem a Península do Sinai, região onde fica o canal.
Onze anos depois desse conflito, uma nova guerra aconteceu na região: a Guerra dos Seis Dias. Essa guerra foi iniciada como uma resposta do Egito aos ataques que Israel realizou contra aeronaves sírias. Nesse período, a luta dos palestinos contra Israel dava-se de maneira clandestina, por meio de duas organizações: a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e o Al Fatah.
O Al Fatah realizava ataques de guerrilha contra Israel a partir de suas bases estabelecidas na Síria. Esses ataques geraram uma resposta de Israel, que atacou e abateu seis aeronaves sírias que sobrevoavam o espaço aéreo da Síria. O ataque israelense mobilizou as nações árabes, que passaram a pressionar o Egito, potência árabe da região, para que alguma ação contra Israel fosse realizada.
A resposta do Egito veio com a ocupação da zona do Canal de Suez, que estava nas mãos da ONU, e com o embargo marítimo contra as embarcações israelenses no Golfo de Ácaba. A resposta militar israelense foi fulminante, e, ao longo de seis dias (5 a 10 de junho de 1967), Israel conquistou a Cisjordânia, Península do Sinai, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã, que não foram devolvidas para a Síria até hoje.
Por fim, a última guerra travada entre árabes e israelenses foi a Guerra de Yom Kippur, realizada em 1973. Essa guerra foi uma tentativa das nações árabes de recuperar os territórios que haviam perdido durante a Guerra dos Seis Dias. A guerra iniciou-se com um ataque surpresa conduzido pelos egípcios em 14 de outubro de 1973 contra a Península do Sinai. Uma trégua foi assinada no dia 22 de outubro e pôs fim a esse conflito.

O conflito árabe-israelense atualmente

A questão entre árabes-palestinos e israelenses segue bastante complexa. Após todas as guerras travadas no período 1948-1973, aconteceu uma série de momentos importantes que serviram ora para agravar, ora para atenuar as tensões existentes. Dentre esses acontecimentos, podem-se destacar as Intifadas de 1987 e 2000 (protestos violentos organizados pelas populações árabes contra arbitrariedades cometidas por Israel) e os Acordos de Oslo de 1993, que ensaiaram uma paz, mas acabaram fracassando.
Atualmente, observadores internacionais criticam Israel por não permitir o retorno dos refugiados palestinos à Palestina. Além disso, críticas contra Israel são realizadas em decorrência das leis discriminatórias que existem no país contra a população palestina e da ação expansionista de Israel sobre a Cisjordânia, que incentiva a construção de vilas israelenses na região. O símbolo da divisão entre os dois povos é o muro construído por Israel na Cisjordânia.
Ao longo do século XX, uma série de conflitos aconteceu entre Israel e diversas nações árabes

Antissemitismo

Antissemitismo é um termo cunhado na segunda metade do século XIX e designa a aversão e o ódio aos judeus.
Antissemitismo é um termo utilizado desde a segunda metade do século XIX para designar o ódio e aversão aos judeus. O cume dessa aversão, seguramente, foi a chamada shoa, ou holocausto, um genocídio promovido pelo nazismo na década de 1940 contra cerca de seis milhões de judeus da Alemanha, Áustria, Polônia e outras regiões.
É sabido que os judeus começaram a se dispersar pelo mundo ainda na Antiguidade, quando a região da Palestina era província do Império Romano. Essa dispersão, também conhecida como diáspora, foi provocada por expulsões forçadas, como a que ocorreu após a destruição de Jerusalém e do Templo de Salomão, no ano 70 d.C.
O continente europeu foi o principal destino dos judeus dispersos, que começaram a formar comunidades, tanto na parte ocidental quanto na parte oriental da Europa, na passagem da Antiguidade para a Idade Média. Com o avançar dos séculos, os judeus passaram a ter grande influência em negócios financeiros nas nações modernas europeias, mas não conseguiram eles próprios formar um Estado nacional tipicamente judaico em solo europeu.
Desde a Idade Média houve perseguição aos judeus na Europa. No século XIV, por exemplo, na época da Peste Negra, comunidades judaicas foram massacradas por terem sido acusadas de provocar a epidemia. Os judeus também eram acusados em nações como Portugal e Espanha de praticarem pecados como a usura, sendo, por isso, condenados à expulsão do país e ao degredo.
Antissemitismo e racismo
Com o avançar da modernidade, as perseguições, que antes eram de natureza religiosa, passaram a ser, a partir do fim do século XVIII, de natureza racial. O antissemitismo moderno, que desembocou no holocausto nazista, teve suas raízes no racismo calcado em preceitos científicos – como os pressupostos da teoria da evolução das espécies de Darwin, ideologicamente deturpados.
Um dos casos mais emblemáticos de antissemitismo no século XIX foi o ocorrido em Paris, em 1894, chamado de “Caso Dreyfus”. Esse caso consistiu em um “factoide” (informação falsa) armado pelo exército francês contra o oficial de artilharia Alfred Dreyfus, de origem judaica. Dreyfus foi acusado de ser espião do exército alemão infiltrado na França. O factoide tinha como objetivo criar uma “cortina de fumaça” em torno dos segredos militares franceses. O fato de ser judeu contribuiu para que Dreyfus fosse tomado como “bode expiatório”, haja vista que a sociedade fortemente antissemita da época teria mais propensão a acreditar na traição de um judeu, e não o contrário.
Origem do termo antissemitismo
Vale ressaltar que o termo antissemitismo foi cunhado pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1879, com o objetivo de “suavizar” ironicamente o termo alemão Judenhass, que significa “ódio aos judeus”. Foi esse jornalista que também fundou a organização “Liga dos Antissemitas”, uma das associações que criticavam explicitamente a presença dos judeus na Alemanha. A “semente” do genocídio planejado por Hitler e Himmler foi lançada nessa época.
O Nazismo e a “solução final”
Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, o antissemitismo tornou-se institucionalizado. Os ataques aos judeus começaram com uma intensa propaganda racista, com argumentos que ressaltavam que a degeneração social e econômica da Alemanha, em especial, e da Europa, em geral, era culpa dos judeus.
Esse tipo de ataque foi sucedido pela construção de guetos nas áreas urbanas para isolar os judeus do restante da população, formulação de leis que proibiam o casamento de judeus com não judeus e leis que proibiam a ocupação de cargos públicos por judeus. A isto sobrevieram ainda os chamados “pogroms”, destruição de lojas, casas, sinagogas e demais estabelecimentos alemães reconhecidos como judaicos.
Todo esse processo antecedeu a “solução final”, que consistia no extermínio dos próprios judeus. A solução final foi engendrada principalmente por Hitler e pelo chefe das forças especiais, SS, Heirinch Himmler. Tratava-se construção de campos de trabalho forçado e de extermínio por gás asfixiante em vários pontos da Europa, sobretudo no Leste europeu. Foi com base nessa “engenharia da morte” que seis milhões de judeus foram mortos.
Estrela judaica com o nome “Jude” (judeu, em alemão) no centro








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AULA DIA 16-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO

ORIENTE MÉDIO

Oriente Médio, também chamado de Médio Oriente, é uma região do globo que abrange alguns países da Ásia e um da África.
Possui uma população de cerca de 270 milhões de pessoas sendo que a maior parte são árabes.

Essa região abrange algumas capitais e grandes cidades como o Cairo (Egito), Istambul (Turquia), Ancara (Turquia), Teerã (Irã), Bagdá (Iraque), Riad (Arábia Saudita) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
Ali, diversas populações da antiguidade se desenvolveram, como por exemplo, os mesopotâmicos e os egípcios. Sua história, desde então, esteve repleta de alianças e conflitos que originaram essa região.
Note que parte da Turquia está localizada na Europa, sendo o único país do Oriente Médio nesse continente.
Características Gerais
Localização
O Oriente Médio está localizado entre os mares Mediterrâneo, Negro, Cáspio, Arábico e o Vermelho. Possui uma área aproximada de 7.200.000 km2 abrangendo mais de 15 territórios.
Mapa e Países
Mapa dos países do Oriente Médio

Os países que fazem parte do Oriente Médio são:
·        Egito
·        Israel
·        Líbano
·        Palestina
·        Jordânia
·        Síria
·        Turquia
·        Iraque
·        Barein
·        Kuwait
·        Arábia Saudita
·        Emiratos Árabes Unidos
·        Omã
·        Iêmen
·        Catar
·        Chipre
·        Irã

Note que esses países e o estado da Palestina estão inclusos na definição tradicional de Oriente Médio. O G8, por exemplo, já inclui o Afeganistão, o Paquistão e alguns países da África do Norte.

Aspectos Físicos

O relevo costuma apresentar baixas altitudes em praticamente todo o seu território, excetuando-se a região Norte, mais especificadamente a Turquia, que apresenta algumas regiões montanhosas. É composto por muitos planaltos, com destaque para o planalto de Anatólia na Turquia e algumas planícies, com destaque para a planície da Mesopotâmia.
A sua extensão é quase toda delimitada por mares: O Mar Negro e o Mar Cáspio ao norte, os Mares Vermelho e Mediterrâneo a oeste e o Mar Atlântico ao sul. Apenas a leste é que sua área é delimitada por terra: pela Ásia do Sul e do Sudeste e pela China, mais ao oriente.

Clima

Os climas predominantes no Oriente Médio são o semiárido e o desértico. Ambos são marcados por elevadas temperaturas e baixo índice pluviométrico.
Assim, trata-se de uma região muito seca onde a umidade relativa do ar é baixa. Dois importantes desertos estão localizados na região: o deserto da Arábia (na Península Arábica) e o deserto do Saara (no Egito).
Deserto da Arábia

Nas regiões onde o clima semiárido é predominante, o índice pluviométrico costuma ser um pouco maior.
Vegetação

Visto o clima hostil que possui, a vegetação da região é escassa. É marcada por plantas com raízes profundas, algumas árvores, gramíneas e cactáceas.
Essas plantas desenvolveram formas de sobreviver nesse tipo de ambiente, retendo água durante grande parte do tempo.
Onde o clima semiárido prevalece, encontram-se mais vegetações nos locais de pradarias e estepes.
No litoral, a vegetação é ainda mais abundante, com presença de arbustos e árvores. Isso porque a umidade, por estar próxima do mar, é mais elevada, o que favorece o desenvolvimento de mais plantas.

Hidrografia

Um dos fatores de desenvolvimento desse clima e vegetação presentes no Oriente médio deve-se ao pequeno número de rios que atravessam a região.
Os principais são o Tigre e o Eufrates, localizados na região conhecida como Crescente Fértil. Além deles, merecem destaque o rio Jordão e o rio Nilo.

Região do Crescente Fértil (em rosa) e a localização dos rios Tigres e Eufrates

Feita essa observação, devemos ressaltar que a água na região é escassa, o que pode levar ao desenvolvimento de mais conflitos que envolvem esse recurso natural.

Cultura

O Oriente Médio possui uma cultura religiosa muito forte. Isso porque foi ali que se desenvolveram diversas religiões desde o cristianismo, judaísmo e o islamismo. Portanto, o local abriga diversos templos e locais religiosos, como Meca e Jerusalém.
Cúpula da Rocha, um dos lugares sagrados de Jerusalém e exemplo da arquitetura islâmica.

É uma região muito diversa que abriga diversas etnias, sendo que a mais destacada é a árabe. Isso faz com que o local seja um amplo complexo cultural.

Economia

A região do Oriente Médio é um importante centro econômico do mundo. Um dos maiores motivos são as reservas de petróleo existentes, além de pedras preciosas.
Arábia Saudita e Irã são os dois países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo. Além deles, são também exportadores de petróleo o Iraque, Kuwait, Barein, Catar e Emirados Árabes Unidos.
Instalações da Saudi Aramco, empresa de petróleo e gás na cidade de Dhahran, Arábia Saudita.
Aproximadamente 60% das reservas mundiais desse minério estão localizadas aqui. Ainda que os dados demostrem que essas reservas gerem muitos lucros, grande parte da população que vive no Oriente médio é pobre. Ou seja, isso explica que há na região uma má distribuição de renda.
Outro setor que tem desenvolvimento na região é o setor agropecuário. Criação de animais e algumas plantações (cana-de-açúcar, arroz, trigo, etc.) são desenvolvidas em áreas onde o solo é mais fértil.
Por fim, o turismo é também uma atividade que move a economia desses países com destaque para a Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Israel.
A cidade de Meca, na Arábia Saudita, apresenta um turismo religioso muçulmano muito expressivo todos os anos.
Nesse sentido, Jerusalém também se destaca como uma das cidades mais antigas do mundo e considerada sagrada para os cristãos, judeus e islamitas.

Religião



A religião predominante é o islã, religião aderida por cerca de 90% da população total. Registra-se que ela tenha sido originada em tribos da península arábica e caracterizada por ser monoteísta, em que o único Deus é Alá, e pelo seu caráter messiânico, ou seja, a crença em um Messias (salvador), o profeta Maomé. O Islã compreende hoje em mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo e, desse total, 230 milhões são do Oriente Médio. Além dos muçulmanos, existem ainda cerca de 6 milhões de Judeus, quase todos concentrados em Israel, e mais de 13 milhões de cristãos.

Geopolítica

O Oriente médio é caracterizado pela ocorrência de muitos conflitos geopolíticos ao longo de sua história. É, de longe, o local com maior tensão no mundo. Em tempos históricos, muitos povos invadiram essa região, como os Persas, o Império Árabe e os Turcos Otomanos. Sua localização na divisa de três continentes, a posição geográfica de suas nações, conflitos religiosos e, principalmente, o petróleo estão na base desses conflitos.
O principal conflito do Oriente médio é entre Israel e Palestina, trata-se de uma guerra entre Árabes e Judeus em busca da formação de seus respectivos territórios e pela ocupação da cidade considerada sagrada para ambas as nações: Jerusalém.
Outra questão é a dos curdos, um povo atualmente formado por cerca de 30 milhões de habitantes dispersos por todo o Oriente Médio, mais conhecidos por ser a maior nação sem pátria do mundo. Reivindicam junto a ONU o seu território e, por isso, são muito perseguidos.
Além disso, muitas das nações dessa região, ao longo da história, guerrearam em busca de expansão de seus territórios. A intensificação dessas batalhas se deu após o processo de ocupação realizado pelas grandes potências europeias, que dividiram esse espaço em territórios diversos conforme suas vontades e necessidades.

Espaço regional do Oriente Médio




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AULA DIA 01-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO

ASPECTOS GERAIS DA OCEANIA

Oceania é o menor continente do mundo (constituída por apenas 14 países e de certa forma todos são insulares) e junto com a América forma o chamado “Novo Mundo”, aliás é um continente que possui algumas similaridades com a América como a presença de povos nativos originários dali (índios nas Américas e aborígenes na Oceania), os aborígenes após a colonização inglesa, foram exterminados em massa. Isso aconteceu da mesma maneira com os povos indígenas da América com a colonização portuguesa e espanhola, sendo que na Oceania a colonização foi basicamente inglesa.
O território continental da Oceania se resume ao território australiano, mas devido a sua extensão pequena para um continente, bem como por ser ocupado apenas por um país, a parte continental da Oceania é vista muitas vezes como se fosse uma ilha. Além da Austrália continental, a Oceania é formada por diversas ilhas sendo a maior delas a Nova Zelândia que junto com a Papua-Nova Guiné e a Austrália formam a chamada Australásia. Outras ilhas são as chamadas Melanésia, Micronésia e Polinésia.
Mapa político da Oceania.

Estas categorizações, criadas a partir de uma perspectiva colonialista, não dizem respeito à idade dos continentes. Pois, antes da descoberta por parte dos europeus, os continentes já eram habitados por seus povos nativos.

REGIÕES DA OCEANIA


A porção continental da Oceania é composta basicamente pela Austrália, sendo os demais países, todos insulares. Sua maior ilha é a Nova Zelândia que compõe a chamada Australásia. Pelas características da Oceania, ela divide-se em quatro regiões, sendo elas: Australásia, Polinésia, Melanésia e Micronésia.
Na Australásia temos com maior destaque, a Austrália, o estado de Tasmânia, Nova Guiné e Nova Zelândia. A Melanésia é onde encontramos ilhas como, Fiji, Ilhas Salomão e Papua-Nova Guiné. Na Micronésia, como o próprio nome já indica, temos a presença de ilhas menores, como as Ilhas Marshal, Kribati e Plau. Por fim, na região da Polinésia, que é a região de maior concentração de ilhas, temos a presença do Havaí e da Ilha de Pascoa.

Devido à colonização intensa e marcada por diversos conflitos ao longo da história, muitas destas ilhas localizadas nas regiões aqui citadas, pertencem a outros países. Como por exemplo, o Havaí e as Ilhas Marshall que pertencem aos Estados Unidos e a Ilha de Páscoa que pertence ao Chile.

RELEVO DA OCEANIA
Oceania compreende a Austrália e os arquipélagos da MelanésiaMicronésia e Polinésia. É o menor continente do planeta, com uma área semelhante à do Brasil. Contém mais de 10 mil ilhas, abrangendo uma superfície de cerca de 8.500.000 km². Aproximadamente 86% desse território é ocupado pela Austrália, única plataforma continental, enquanto o restante é formado pelas inúmeras ilhas de origens diferenciadas, podendo ser: ilhas continentais, vulcânicas ou coralíneas (atóis). O relevo do continente apresenta características muito diversificadas devido ao fato de ser formado por terrenos de idades geológicas muito diferentes.

Situada ao centro do continente, a nordeste da Austrália, a Melanésia é um conjunto de ilhas das quais fazem parte: as Salomão, o arquipélago de Bismarck, Vanuatu, Fiji, Nova Caledônia, Nauru, Tuvalu e, a maior delas, a da Nova Guiné (Papua-Nova Guiné). Algumas delas, as maiores ilhas da Oceania, são consideradas continentais, por terem a mesma estrutura rochosa dos continentes. A geologia dessas ilhas é baseada em rochas cristalinas muito antigas, assim como a Austrália.

Sua superfície é composta basicamente de extensos planaltos rochosos, elevações montanhosas suaves e bacias sedimentares ao longo dos vales dos rios.

No relevo da Oceania existem quatro grandes unidades geomorfológicas: o escudo australiano, a geossinclinal da Tasmânia, os arcos melano-zelandeses e o próprio Oceano Pacífico. Os territórios mais antigos são do escudo pré-cambriano, no oeste e no centro da Austrália. Os maciços de Hamersley, a noroeste, e de Kimberley, ao norte, bem como a região central de Alice Springs, afloramentos desse escudo, que em outras áreas é recoberto por sedimentos de idades diversas, inclusive do período quaternário.

A leste do escudo australiano, está a geossinclinal da Tasmânia, que possui as maiores elevações da Austrália. Seu ponto culminante é o monte Kosciuszko, com 2.228m. Montanhas de altitude moderada formam o divisor continental denominado Grande Cadeia Divisória, a cerca de 300km do mar.

Os arcos que se estendem da Nova Guiné à Nova Zelândia são a continuação das guirlandas insulares da Ásia oriental e meridional, áreas de intenso vulcanismo. De um modo geral, o relevo se dispõe em alinhamentos paralelos a depressões, emersas na nova Guiné e imersas em outras partes. Nas ilhas Fiji existem alinhamentos maiores, separados por depressões. Na Melanésia, os relevos emersos do continente são mais elevados, atingindo 5.000m no pico Sukarno, na Nova Guiné Ocidental, que possui ostenta uma geleira em plena linha do Equador. Por ser um processo recente, a orogênese ainda está ocorrendo em algumas áreas, como é o caso na Nova Guiné.

 

VEGETAÇÃO DA OCEANIA
A vegetação tem como principal fator de formação o clima. A Oceania possui territórios localizados no hemisfério sul entre a linha do Equador e o círculo polar Antártico, além de ter uma célula de alta pressão subtropical sobre o território australiano, que forma um deserto no interior desse país. Podemos observar que a Oceania apresenta diferentes tipos de clima, o que faz com que esse continente apresente variados tipos de formações vegetais. A Oceania pode ser dividida entre duas porções: continental, sendo a Austrália o único país; e insular com algumas ilhas grandes, como Papua Nova Guiné e Nova Zelândia, e inúmeras pequenas ilhas.
As vegetações de climas tropicais dominam as ilhas, salvo a Nova Zelândia, além de grande parte do território australiano. A vegetação de floresta tropical ocupa a porção insular do continente e uma pequena faixa do litoral nordeste da Austrália. O clima quente e úmido dessas florestas favorece o aparecimento de uma grande biodiversidade, e de uma densa cobertura vegetal. O dossel na floresta tropical é contínuo e dividido em três níveis: superior, entre 50 e 60 metros, médio (o mais denso), entre 20 e 40 metros, e o inferior, entre cinco e 15 metros. O norte da Austrália é dominado pela floresta tropical sazonal e o complexo arbustivo com árvores de pequeno e médio portes, com não mais do que 15 metros, possuindo galhos em forma de guarda-chuva virado de cabeça para baixo, além de arbustos xerófitos, adaptados ao clima seco. A savana tropical ocupa a parte periférica do deserto australiano, que fica no centro do país, e faz a transição entre o deserto e climas mais úmidos. Apresenta grandes campos de gramíneas, com árvores esparsas e de copas achatadas. Nas áreas mais secas, as gramíneas crescem em moitas, deixando o resto do solo descoberto.
Os climas mesotérmicos (subtropicais) são encontrados no litoral sul e oeste da Austrália e na Nova Zelândia, salvo o centro leste do litoral neozelandês. O litoral sul e grande parte do litoral leste da Austrália são cobertos pela vegetação de complexo arbustivo mediterrâneo. Arbustos lenhosos adaptados aos verões secos, folhas e caules “duros”, com entre um e dois metros de altura, e ramos retorcidos, dominam essa paisagem em conjunto com bosques e gramíneas. O leste da Austrália apresenta pequenos enclaves de floresta temperada, vegetação que domina quase toda a Nova Zelândia. A floresta temperada apresenta poucas espécies vegetais, sendo uma mistura de grandes pinheiros e árvores latifoliadas, com folhas largas. Essas florestas, junto com suas correlatas norte americanas, são os lares das maiores árvores do mundo.
Os climas secos (árido e semiárido) são encontrados no centro da Austrália e no litoral centro leste da Nova Zelândia. A vegetação desértica varia de quase nenhuma cobertura vegetal a arbustos xerófitos, adaptados à seca, e plantas de caule suculento, como os cactos. Entre as adaptações encontramos cascos duros e folhas cobertas por cera ou pelos, para evitar a transpiração, e raízes profundas e fasciculadas, para aumentar a absorção de água. O litoral leste da Nova Zelândia é coberto por campos de latitudes médias. Grandes campos de gramíneas com arvores latifoliadas nos cursos de água.
A tundra alpina é encontrada no topo das montanhas na Nova Zelândia e Papua Nova Guiné. Caracteriza-se por ser uma vegetação rasteira de herbáceas, musgoslíquens e pequenos arbustos lenhosos. A neve, o frio e o vento constante impedem o aparecimento de espécies vegetais mais desenvolvidas.
CLIMA DA OCEANIA
O clima leva em consideração dois principais fatores: as temperaturas médias e a quantidade média de precipitação. A temperatura média faz referencia as médias de cada mês e sua variação sazonal. O índice pluviométrico mede a quantidade de precipitação mensal e suas variações sazonais. Os dois fatores são influenciados por diferentes características do local, como a insolação e umidade. O nível de insolação, ou nível de energia solar, é dado principalmente pela latitude, controlando em grande medida a temperatura do local. A altitude do relevo, a proximidade ou não de grandes corpos de água (maritimidade/continentalidade), a pressão atmosférica e as correntes marítimas, também influenciam na umidade que uma região recebe e suas temperaturas.
Oceania pode ser divida em duas partes. A primeira é a continental cujo único país é a Austrália. A segunda é a porção insular, que compreende países como Papua-Nova Guiné, Nova Zelândia, Timor Leste, além de inúmeros arquipélagos de pequenas ilhas como Fiji, Tonga, Tuvalu, entre outras.
Os climas na região insular, exceto na Nova Zelândia, são considerados climas quentes e tropicais. O clima que abrange a maioria das ilhas e uma pequena parte ao norte da Austrália é o de floresta tropical pluvial, com temperaturas altas e pouca variação. O clima também apresenta umidade alta, resultante das altas temperaturas e da proximidade com o oceano, o que faz com que o índice pluviométrico seja alto durante o ano todo. Uma pequena porção sofre a ação do clima tropical de monções, com uma estação seca (de um a seis meses) e uma estação úmida (de seis a 11 meses), com temperaturas altas e com pouca variação. No centro de Papua-Nova Guiné, encontramos o clima de montanha, menos severo que em regiões subtropicais ou regiões com maiores altitudes. Na região, esse clima é seco e com temperaturas mais brandas.
Outro clima tropical é o de savana, encontrado no norte da Austrália. Esse clima apresenta duas estações, com verões úmidos e invernos secos, e temperaturas quentes com pouca variação.
Os climas mesotérmicos (subtropicais) são encontrados no litoral da Austrália, exceto a oeste, e Nova Zelândia. Encontramos no nordeste australiano uma pequena porção de terras sob influência do clima subtropical úmido de invernos secos, com quatro estações bem definidas, verão quente com alto índice de precipitação, e inverno brando e seco. Essa variação provém do efeito das monções, que cria no inverno uma área de alta pressão, tornando o tempo seco. O litoral centro leste da Austrália apresenta precipitações bem distribuídas durante o ano, com quatro estações bem definidas, clima típico subtropical úmido de verões quentes. O clima marítimo da costa oeste é encontrado no sudeste da Austrália e em toda a Nova Zelândia, com quatro estações bem definidas, verão e invernos brandos, e precipitação bem distribuída durante o ano. O litoral sul da Austrália é dominado pelo clima mediterrâneo de verões secos, onde, ao contrário da média global, a precipitação se concentra no inverno. Isso é decorrente da corrente marítima fria do leste australiano e da movimentação das zonas de alta pressão no verão, que impedem que a umidade se acumule no sul australiano.
Os climas desérticos são encontrados no centro da Austrália, onde uma zona de alta pressão subtropical impede que ventos carregados de umidade adentrem o continente. O deserto australiano é um típico deserto subtropical, com precipitação concentrada no verão, inferior a 350mm por ano, e estações que variam entre um verão muito quente e um inverno brando.

ASPECTOS AMBIENTAIS

Canguru-vermelho  

Atualmente um dos grandes problemas ambientais que tem afetado a Oceania, especialmente alguns pequenos países insulares como Tuvalu, tem sido o aumento no nível das águas oceânicas, em função do degelo das calotas polares.
Apesar de algumas controvérsias, o consenso da comunidade científica internacional é de que a causa principal do degelo é o aquecimento global, causado pelo agravamento do efeito estufa que tem como origem o buraco na camada de ozônio que tem sido aumentado pela poluição atmosférica.

O efeito deste aumento no nível dos oceanos é que algumas ilhas da Oceania estão desaparecendo debaixo da água, forçando alguns países como Tuvalu a fazerem acordos visando transladar seus cidadãos para outros países (como a Austrália) quando o seu território submergir completamente.
A Oceania é basicamente plana, sendo o território australiano formado principalmente por um planalto e algumas planícies. Por ser bastante plana, no nível do mar, o aumento das águas oceânicas tem uma maior facilidade para submergirem as terras deste continente.
Este continente também é muito lembrado pela sua curiosa fauna com animais únicos no mundo como o Canguru, o Diabo da Tasmânia, o Coala, entre outros. Sua vegetação varia bastante, possuindo florestas mais ao norte, com regiões semi-áridas com vegetação de arbustos e também áreas temperadas mais ao sul.


ASPECTOS CULTURAIS

Por conta da predominante colonização britânica, naturalmente há uma predominância da língua inglesa na Oceania, tendo o seu direito baseado na common law britânica e a religião predominante ser o cristianismo em sua vertente protestante e anglicana.
Isso não significa que não haja alguma cultura aborígine que ainda resista no continente, mesmo que bem diminuta. Apesar das longas políticas para que os nativos assimilassem desde cedo a cultura do colonizador (em alguns casos, inclusive com as crianças sendo retiradas das mães aborígenes para serem criadas na ilha da missão, aos cuidados da Igreja e do Estado). Inclusive o princípe William do Reino Unido, juntamente com sua esposa Kate Middleton, foram recebidos na ilha de Tuvalu com cerimônias tradicionais do povo nativo da ilha.

ECONOMIA DA OCEANIA


Oceania é um continente formado por milhares de ilhas no Pacífico sul e se divide em três regiões: Melanésia (ilhas negras), Micronésia (ilhas pequenas) e Polinésia (muitas ilhas), além de Nova Zelândia e Austrália. A Melanésia deve seu nome aos habitantes nativos que possuem a pele negra e se localiza ao norte, nordeste e leste da Austrália. A Micronésia é formada por várias ilhas pequenas, e se localiza ao norte e nordeste da Melanésia. A Polinésia é o conjunto de ilhas mais distantes, entre o nordeste e sudeste da Austrália, chegando até o Havaí (EUA), ao nordeste, e Ilha de Páscoa (Chile), ao sudeste. Apesar de o continente possuir muitas ilhas, a maioria delas são territórios da França, Inglaterra e Estados Unidos. Portanto, poucos são os países independentes. Economicamente, apenas Austrália e Nova Zelândia se destacam no cenário mundial.
Vista de Sydney, Austrália.

As ilhas da Oceania, salvo Nova Zelândia, possuem uma economia subdesenvolvida, devido a fatores naturais, isolamento dos principais mercados, diminuto território, e fatores humanos, como a superpopulação e falta de mão de obra qualificada. O turismo é a principal fonte de renda das ilhas, mas a pesca e extração de produtos primários também têm relevância. A agricultura é praticada em pequenas unidades familiares, com raros latifúndios nas ilhas maiores. As principais exportações agrícolas são coco e derivados, além de cacau, especiarias e cana-de-açúcar. A extração de minérios ocorre em algumas ilhas, os principais minérios são os cobre e ouro, nas ilhas Fiji, Salomão e Nova Guiné, o níquel, na Nova Caledônia, e petróleo, na ilha de Irian Jaya.
A Austrália é o maior país da Oceania, tanto em território quanto em população (aproximadamente 70% da população do continente), além de possuir a economia mais bem desenvolvida do continente. A produção primária, agropecuária e extração mineral, possui grande importância na economia australiana. A agropecuária possui uma forte mecanização, o que aumenta a produtividade agrícola, e exporta principalmente produtos como tabaco, vinho e trigo, sendo um dos maiores produtores deste último e produtos derivados. Os principais rebanhos da Austrália são os ovinos, caprinos e bovinos. A extração mineral é o carro chefe da economia australiana. Minérios como a bauxita (maior produtor mundial), para produção de alumínio, cobre, ferro, níquel e ouro são as principais exportações do país, além de outros com menos impacto econômico. A indústria australiana é bem diversificada, com produção de produtos alimentícios, indústria química, metalurgia, siderurgia e petroquímicas sendo as principais indústrias do país. O turismo tem uma grande importância na economia, principalmente o turismo de estudos, sendo um dos principais destinos pra quem deseja fazer um curso no exterior.
A Nova Zelândia mudou sua economia nos últimos anos, passando de uma economia dependente da agropecuária para uma economia diversificada. A agropecuária ainda representa uma importante fatia da economia neozelandesa, principalmente o rebanho ovino e exportação de kiwi, além da pesca, da silvicultura, produção de peixes e frutos do mar, e do plantio e extração de madeira – exportadas principalmente para países asiáticos. No setor secundário, observamos uma forte indústria de base, com siderúrgicas e metalurgia, além da produção de petróleo. O turismo, assim como na Austrália, possui uma grande importância na economia do país.

POPULAÇÃO DA OCEANIA

Oceania é o continente menos povoado do planeta, com densidade populacional de 5hab./km². Menos de 1% da população mundial habita o continente e praticamente metade de seus aproximados 36,5 milhões de habitantes vive na costa sudeste da Austrália. Na região as principais aglomerações urbanas são Melbourne (4.347.955 habitantes), Sydney (4.757.083), Adelaide (1.203.873) e Brisbane (2.274.600). O restante do território australiano registra densidade demográfica inferior a 1hab./km². Nas grandes áreas de deserto, nas regiões norte e central do país vivem povos nativos da Oceania, os aborígenes, e trabalhadores ligados à pecuária.
Somando-se a população da Austrália às de Nova Zelândia e Papua Nova Guiné, chega-se ao impressionante número de 33 milhões de habitantes, isto é, 92% de toda a população do continente. O restante da população, equivalente a 8%, distribui-se pelas inúmeras ilhas que do continente que formam a MelanésiaMicronésia e Polinésia.
A população urbana na Austrália é de 89% e, na Nova Zelândia, 86%. No caso de Papua-Nova Guiné, a população é majoritariamente rural, tendo um índice de urbanização de apenas 12%. Mesmo abrigando grande parte da população total do continente, esses países não são muito povoados. Papua-Nova Guiné tem uma densidade populacional de 11hab./km², enquanto Nova Zelândia tem 16.5hab./km² e Austrália, apenas 2,96hab./km². Os três países, portanto, possuem extensas áreas de vazios demográficos.
Samoa e Fiji são as ilhas da Oceania que apresentam as maiores densidades populacionais. Samoa registra 60hab./km² e Fiji, 148hab./km². Em toda a Oceania, apenas esses dois países têm uma densidade superior do que a média mundial, que é de 57hab./km² (em 2016). Vanuatu e Salomão também possuem densidades populacionais de destaque, com 17hab./km² e 18hab./km², respectivamente.
A colonização da Austrália e Nova Zelândia ocorreu tardiamente (se compararmos com a ocorrida na América), entre os séculos XVIII e XIX, e for protagonizada pelos ingleses. Juntamente com eles, imigrantes europeus de diferentes países chegaram nesses países, o que resultou na grande diversidade étnica e cultural que se desenvolveu historicamente.
Assim como na América, os povos nativos da Oceania, como os aborígenes e maoris, foram dizimados por conta dos conflitos com os colonizadores e doenças trazidas por eles. As atividades econômicas como agropecuária e mineração expulsaram essa parcela da população de seus territórios. Os maoris são apenas 10% da população neozelandesa hoje e os aborígenes, apenas 3% da população australiana.
Como a colonização na Austrália e Nova Zelândia foi de povoamento, e não de exploração, esses países puderam de desenvolver ao longo de sua história. Por esse motivo, são os únicos países no continente que apresentam uma economia desenvolvida. Os investimentos nas áreas sociais (saúde, educação, emprego, previdência social e programas sociais) proporcionaram a australianos e neozelandeses maior qualidade de vida, com a acesso a serviços e infraestruturas que destoam em grande medida da realidade da grande maioria dos países da Oceania.
A imensa desigualdade pode ser notada ao comparamos as estatísticas das duas nações desenvolvidas com as outras três que concentram a maior parte da população. Austrália e Nova Zelândia possuíam cada um, em 2012, um IDH de 0,929 e 0,908, renda per capita de 44 e 29 mil dólares e um PIB de US$956.912.000.000 e US$125.000.000.000, respectivamente. Fiji, Ilhas Salomão e Papua-Nova Guiné possuíam cada um, no mesmo ano, um IDH de 0,688, 0,510 e 0,466, renda per capita de US$4.000, US$1.000 e US$1.000, além de um PIB de US$3.085.000.000, US$552.000.000 e US$8.935.000.000, respectivamente.
Como se pode imaginar através análise das diferenças no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país, os dois primeiros também possuem taxas de mortalidade infantil e expectativa de vida muito mais satisfatórios que os demais
VÍDEO AULA








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AULA DIA 25-03 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO


Nova Ordem Mundial


Denomina-se por Nova Ordem Mundial o campo político mundial após a Guerra Fria.
A Nova Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano geopolítico internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano político.
A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito.
A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.
Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de poder econômico.

Mundo Bipolar

Após a Segunda Guerra Mundial estabeleceu-se uma nova ordem geopolítica no mundo, o mundo bipolar.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), os principais países envolvidos no conflito (França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Japão) se encontravam em péssima situação socioeconômica. O cenário de destruição nessas nações era enorme, a infraestrutura estava totalmente abalada, além da grande perda populacional. Apenas Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, apesar dos prejuízos gerados pela participação na Guerra, conseguiram manter uma estabilidade financeira.
Após o conflito, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas anexou vários territórios, aperfeiçoou o desenvolvimento de armas nucleares, ampliou sua área de influência no leste europeu, além de possuir o maior exército do planeta. Os Estados Unidos, por sua vez, destinou créditos financeiros para a reestruturação dos países envolvidos na Segunda Guerra Mundial, ampliou suas zonas de influência e cercou-se de tecnologia para produção de armas nucleares.
Por esses aspectos em comum, Estados Unidos e URSS passaram a ser considerados superpotências mundiais. Entretanto, havia um grande diferencial entre essas duas nações – o sistema político: Estados Unidos (capitalista) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (socialista). Cada um exercendo sua influência na geopolítica global.
Os EUA, através de financiamentos e outras medidas políticas (até mesmo fornecimento de armas), passaram a exercer grande influência sobre os países que optaram pelo sistema econômico capitalista. A URSS utilizou-se dos mesmos critérios para expandir suas áreas de influência. Estabeleceu-se a geopolítica bipolar, interferindo diretamente na política de vários países. Conflitos armados foram impulsionados por essa rivalidade entre as duas superpotências, entre eles estão: a Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, Revolução Cubana, os conflitos no Oriente Médio, conflitos entre grupos separatistas na África, além do apoio a golpes militares, como, por exemplo, a ditadura militar no Brasil, o golpe ao presidente Salvador Allende no Chile, e apoio a políticas ditatoriais em várias nações.
Porém, na década de 1980, a URSS passou por uma grave crise econômica, sendo consequência da própria política adotada. A falta de criatividade e agilidade para modificá-la, a estagnação do setor industrial, queda de produtividade de bens de consumo (alimentos, roupas, etc.), além dos altos gastos com armamentos, levaram a uma defasagem em relação aos avanços alcançados pelos países capitalistas desenvolvidos.
O agravamento da crise do sistema socialista ocasionou um processo de enfraquecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que culminou em 1991, na desintegração desta. Esse fato estabeleceu o fim da Guerra Fria, e, consequentemente, da ordem mundial bipolar.

Do Mundo Bipolar à Multipolaridade
A análise das transformações políticas mundiais desde o mundo bipolar à multipolaridade traz à tona a lógica global de disputa pelo poder entre os países.
As configurações geopolíticas globais variam conforme a evolução das sociedades e a transformação das configurações de poder entre os países afora. Critérios econômicos, militares e políticos são colocados como as principais condições para que um país ou bloco de países seja considerado influente, exercendo seu domínio e poder sobre os demais. Ao longo da História, diferentes fases marcaram essas correlações de força.
Em termos atuais, pode-se evidenciar o panorama dessas transformações a partir das duas últimas ordens mundiais analisando-se as mudanças que vão desde o mundo bipolar à multipolaridade, termos utilizados para designar as potências econômicas e militares em evidência no planeta. No primeiro caso, temos o período que se convencionou chamar por Guerra Fria, que culminou, ao seu final, na Nova Ordem Mundial da geopolítica atual.

O Mundo Multipolar
Com o fim da União Soviética e a fragmentação do mundo socialista, o mundo considerado bipolar deixou de existir, fazendo com que os Estados Unidos passassem a exercer uma hegemonia política sem precedentes desde a emergência do sistema capitalista no mundo.
Ao mesmo tempo, outros países capitalistas também se consolidaram como os protagonistas do sistema-mundo, que abandonou o foco no poderio militar (embora tenha continuado importante) e ampliou o status do poderio econômico dos países. Assim, os países da União Europeia (principalmente Alemanha, França e Inglaterra), o Japão e, mais tarde, a China passaram a dividir com os norte-americanos o protagonismo geopolítico. Surgiu, assim, o mundo multipolar.
Todavia, essa perspectiva é um pouco questionável. Em primeiro lugar, observa-se que uma comparação entre esses países não os coloca lado a lado, mas, sim, com os Estados Unidos muito à frente dos demais em termos econômicos e também bélicos, embora os chineses venham apresentando acelerados níveis de crescimento. Em segundo lugar, nota-se também que esses países – exceto os chineses – apresentam certo alinhamento político, ao contrário do que ocorrera na ordem mundial anterior, marcada pela rivalidade e tensão permanente.
Por isso, outros termos são utilizados para designar a ordem mundial atual, como a unipolaridade ou, mais comumente, a unimultipolaridade, embora isso não seja alvo de consenso. Recentemente, a postura mais agressiva do governo da Rússia – principal herdeira do império soviético – diante dos EUA em algumas questões, como o conflito na Síria, a tensão entre as Coreias e a Crise na Ucrânia, vem criando expectativas sobre o retorno de uma nova Guerra Fria, haja vista que ambos os países são grandes detentores de armamentos nucleares ainda nos dias atuais.

As configurações de poder perpassam por meios estratégicos

Mudanças na Hierarquia Internacional
Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada.
A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo.

Mapa com a divisão norte-sul e a área de influência dos principais centros de poder
É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países do Norte.
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No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.

Soberania Nacional e Ordem Mundial

A soberania de um país, em linhas gerais, diz respeito à sua autonomia, ao poder político e de decisão dentro de seu respectivo território nacional, principalmente no tocante à defesa dos interesses nacionais. Nesse sentido, cabe ao Estado nacional (ao governo, propriamente dito) o direito de sua autodeterminação em nome de uma nação, de um povo. Por outro lado, o conceito de ordem mundial remete à ideia de uma organização ou hierarquia dada pelas relações de poder entre atores internacionais, isto é, os próprios países ou Estados.
Dessa forma, qual a relação entre os conceitos de soberania e ordem mundial? Trata-se de conceitos complementares em política e relações internacionais. Qualquer leitura menos atenta de tais categorias pode levar à impressão de uma aparente contradição entre ambas, uma vez que a ideia da “anarquia” de soberanias poderia pressupor a ausência da ordem (uma Ordem Mundial propriamente dita). Segundo Giovanni Arrighi, o caos sistêmico (entre soberanias) demanda uma ordem, e tal situação favorece o surgimento de uma hegemonia. O poder hegemônico é dado, de certo modo, pelo consentimento e coesão entre os países e, dessa forma, quem (dentre os países) atender à demanda criada pelo referido caos sistêmico será tido como hegemônico.
O processo da formação de hegemonias foi se transformando ao longo dos séculos. Com o desenvolvimento das práticas capitalistas, temos uma organização da geopolítica do mundo que sai da legitimação religiosa, dinástica e política (predominantes outrora) para outra, dada pela capacidade técnica, bélica e financeira. Com a complexalização dos meios de produção e recrudescimento do capitalismo, há uma nova estruturação do espaço, a qual norteou o comportamento das soberanias pelo globo, entre fortes e fracos, ou centro e periferia, consequência direta da divisão internacional do trabalho e da produção.
Assim, o que legitima o diálogo entre as soberanias (dentro de uma ordem) é a busca de mecanismos que diminuam os “custos” da convivência mútua, com o discurso (ideológico até certo ponto) da promoção da paz e do desenvolvimento, seja para ricos, seja para pobres, fato que justifica a existência de discussões em fóruns internacionais sobre economia, promoção social e sobre a própria ordem mundial.
As potências que se destacam possuem um discurso legitimador para sua empreitada: são fiadoras, dão credibilidade e cobram respeito. Grosso modo, a Ordem Mundial pode ser considerada pertinente ao comportamento “habitual” dos países. Este hábito é delineado por suas ações diretas e indiretas enquanto soberania e, obviamente, está ligado de forma intrínseca às suas principais características econômicas, políticas, físicas (geográficas), ideológicas e religiosas. Em outras palavras, os países ocupam posições no sistema internacional conforme suas características mais gerais que lhe conferem maior ou menor destaque. Obviamente, nem todos os países consideram como legítimo o poder de algumas hegemonias, manifestando-se contrários a este poder. Exemplo disso estaria na relação de hostilidade aos Estados Unidos por parte de alguns países como Irã e Venezuela.
Ao longo do século XX, o que se assiste é o fortalecimento da hegemonia norte-americana, principalmente ao final da Guerra Fria. Já no início do século XXI, em termos de sistema internacional, algumas transformações são muito significativas, pois, se por um lado os Estados Unidos ainda possuem o status de maior potência mundial, apesar de problemas internos em sua economia, por outro já divide espaço no cenário da economia internacional com a União Europeia e com os chamados BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China). Ou seja, há indicações de que o sistema internacional torna-se cada vez mais complexo, fato que sugere um rearranjo das relações internacionais.
Claramente, as hegemonias e potências mundiais possuem estratégias diplomáticas não necessariamente para regular o “bom funcionamento” do sistema internacional, mas sim para atender a seus interesses em primeira instância, principalmente do ponto de vista econômico. As medidas protecionistas adotadas no momento da crise econômica (bem como os subsídios por parte dos governos para alguns setores) são representativas disso, uma vez que garantem maiores vantagens de competitividade para a produção nacional de seus países no mercado internacional.
Como se viu, embora a enorme crise econômica que se instaurou na economia mundial em meados de 2008 tenha se originado nos grandes centros financeiros das principais potências do mundo, os países considerados em desenvolvimento também foram chamados à discussão de alternativas para se alcançar uma saída. Em outras palavras, no plano das relações internacionais, o caos econômico causado por poucos teve de ser enfrentado por todos, dadas as consequências diretas ou indiretas sobre as economias em todo o mundo.
Além disso, muitas vezes a retórica dos discursos destas potências não coincide com as práticas políticas. Há um consenso em relação ao desenvolvimento sustentável, mas as posturas na prática são diferentes. As questões pertinentes ao aquecimento global, tão em voga na ordem do dia, parecem atender a uma agenda pressuposta como internacional, mas que na prática está alinhada aos interesses dos mais fortes (política e economicamente) e divide as responsabilidades (em grande parte “suas”, considerando a relação poluição/desenvolvimento industrial) com todos.
Assim, ao se refletir sobre as relações internacionais e sobre os conceitos de soberania e hegemonia, algumas questões são possíveis: até que ponto realmente as soberanias são respeitadas na atual conjuntura, uma vez que em nome da “democracia”, da luta contra o terrorismo e dos valores ocidentais de “liberdade”, países como Estados Unidos e outras potências da União Europeia se unem para comandar ataques, invasões e guerras contra outras nações? O modelo econômico liberal difundido no mundo não aumentaria o fosso das desigualdades econômicas entre os países? Como a soberania nacional de um país dependente economicamente estaria assegurada num contexto de globalização da economia quando o interesse dos mais fortes prevalece?

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