A escolha do seu cantinho de estudos é muito importante! Encontre um lugar de sua casa em que a chance de distrações seja a menor possível. Um ambiente iluminado e silencioso é o ideal para se concentrar nos estudos. Pode ser em seu quarto, na área, sala, mas de preferência a um local que os moradores da casa não circulem com frequência para não tirar a sua concentração.
2- Não fique de pijama Se você deseja manter o ritmo dos estudos, nada de ficar de pijama o dia todo!
Estar de pijama é garantia de que vai dar vontade de se encostar na cama e tirar um cochilo no meio da manhã/tarde. E o que era para ser apenas um rápido descanso de 20 minutos, pode virar duas ou três horas de sono. E a preguiça depois? Com certeza você vai acordar se perguntando: por que eu fiz isso?
Levante, tome café e troque roupa. O seu dia será mais produtivo assim!
3- Estabeleça horários fixos
Vamos pensar na sua vida como estudante: durante o ano letivo, sua escola não começa as aulas na segunda-feira, ela segue horários fixos para o início e para o fim das atividades, além de pausas preestabelecidas para o descanso dos alunos.
É bem provável que você ache essa rotina um tédio, mas os educadores sabem que o seu corpo precisa de hábitos para ter um funcionamento adequado e apresentar um bom rendimento.
Para estudar em casa, você também precisa manter essa disciplina. Crie horários fixos durante a semana para começar — e terminar — os seus estudos. Se em um determinado dia, você precisar mudar os seus horários para realizar outras atividades, volte à rotina normal no dia seguinte. Esses hábitos te ajudarão a disciplinar o seu corpo e a sua mente sem sacrifícios.
4- Desenvolva um cronograma de estudos
Por mais que a nossa casa não seja uma instituição de ensino, ter um cronograma de estudos, com rotina definida e uma boa organização daquilo que precisará ser estudado ao longo das semanas, é crucial para que você não procrastine os seus estudos quando estiver em casa.
Você pode dividir as matérias a serem estudadas de acordo com o horário de aulas preestabelecidos assim, fica mais fácil criar metas de leitura, realizar exercícios e se preparar com qualidade sem deixar tudo para a última hora, já que estudar requer concentração e disposição do aluno.
5- Entenda o que funciona para você
É importante que você preste atenção em si mesmo e em como você se sente enquanto estuda em casa para entender o que funciona para você. Porque a disciplina de estudar em casa é algo pessoal, e cabe a cada um descobrir, além dessas orientações gerais, qual é a maneira mais adequada para ela criar sua disciplina de estudos. Para cada pessoa existe um jeito, estudar em casa exige mais autoconhecimento para entender o que funciona melhor para você, o que funciona para uma pessoa é justamente o oposto do que funciona para a outra.
6-Tenha paciência/ Peça ajuda
A experiência de aulas não presenciais, na forma como está sendo imposta ao cenário brasileiro devido à crise do Covid-19, exigirá de paciência dos alunos com os imprevistos. Você precisará se adaptar e nem sempre é fácil para quem passou a vida inteira frequentando o ensino presencial, se você sentir dificuldade com a nova metodologia, sentir que não está entendendo ou não está conseguindo utilizar os recursos adequadamente, peça ajuda ao seu professor, coordenador. Muitas escolas estão fazendo o possível para garantir ferramentas, mas sem ao menos terem tempo hábil de testá-las ou capacitar as pessoas para seu uso. Sem falar que muitas vezes a tecnologia nos deixa na mão, então seja resiliente nesta hora.
7- Separe o material necessário
Deixe ao seu alcance somente o essencial para o estudo como lápis, borracha, canetas, marcadores, blocos de anotações, caderno e livros. Ter o material próximo evita a necessidade de para a todo momento as atividades para buscar algo e diminui a possibilidade de distrações.
8- Assista vídeo aulas / Use a internet a seu favor
Assista vídeo aulas para complementar o conteúdo o conteúdo estudado e ter uma variedade de explicações variadas para encontrar a linguagem que você entenda com nitidez. Mas sabemos que a realidade de muitos estudantes é diferente e nem todos têm suporte on-line para o período sem aulas presenciais, se for seu caso use os livros impressos e tenha foco.
A internet é a principal aliada do estudante que está em casa. O conteúdo on-line permite ao aluno procurar diferentes fontes de informação e complementar o que há nos livros didáticos de sua escola.
Tenha cuidado com as distrações na WEB
Não há dúvidas a internet é um importante aliado na sua rotina de estudos. Graças a ela, você tem acesso a qualquer informação à distância de um clique, não precisa mais carregar dezenas de livros da biblioteca para casa e pode até assistir aulas no YouTube.
O problema é usar a internet como uma desculpa para perder horas atualizando as suas redes sociais ou em sites que não estão ligados ao que é relevante para os seus estudos naquele momento.
Sobretudo o estudante que está em casa e pela qual tem a flexibilidade na realização de atividades e tarefas, pode haver uma série de deslizes, já que tende a procrastinar enquanto navega por outros sites ou quando desperdiça horas nas redes sociais, deixando as responsabilidades em 2º plano.
O ideal é que, antes de começar a estudar em casa, você separe uma lista do que precisa consultar para os estudos.
Dessa forma, procure organizar um cronograma de estudos e segui-lo com seriedade, reservando as horas certas do seu dia para se dedicar aos seus estudos e evitar perdas em sua aprendizagem.
Se não for usar desligue o smartphone e a TV e só utilize o computador para pesquisas extremamente necessárias. Durante as horas em que precisa se concentrar não se esqueça de avisar à sua família que aquele é o seu horário de estudos e que você não deve ser incomodado.
9- Estabeleça metas a serem cumpridas
Esse hábito ajuda a manter a organização e serve como motivação. Quando você completa suas metas, se sente movido a seguir estudando mais e mais.
O importante é que essas metas sejam realistas à sua rotina e às suas limitações. Não adianta tentar estudar 12 horas por dia se você não consegue se manter concentrado nem por 2 horas.
E, se perceber que o seu plano não está apresentando rendimentos, mude-o. Observe quais são as suas principais dificuldades e tente adaptá-lo de uma forma que você consiga superá-las e cumprir os seus objetivos de forma realmente produtiva.
10- Mantenha-se motivado e desenvolva a autonomia
Para cumprir as metas estabelecidas, manter-se motivado é crucial para que, ao longo dos dias, você não desista daquilo que estabeleceu cumprir.
Não adianta chegar do trabalho ou da escola depois de um dia cansativo e partir diretamente para os livros. Mesmo que você se dedique por horas e horas ao estudo, dificilmente conseguirá absorver aquele conteúdo se não estiver motivado.
Antes de começar, tome um banho, coma algo leve e se dedique inteiramente ao que estiver fazendo.
E o mais importante: não deixe de estudar. Até mesmo nos dias em que a sua motivação não ajudar, se dedique a fazer uma revisão de determinado conteúdo ou à leitura de textos mais leves. Motivação não é apenas um estado de espírito, e sim um hábito.
Outro fator de destaque e a autonomia que é uma característica muito importante a ser desenvolvida por quem decide estudar em casa.
Ela ajuda a manter o estudante esforçado, curioso e em constante aperfeiçoamento, seja por meio da busca exaustiva pelo conhecimento ou pela interação professores e colegas que estejam inseridos em seu processo de aprendizagem.
Dessa forma, habitue-se a tirar as suas dúvidas, busque realizar com excelência as atividades às quais se propuser e vá além do conhecimento oferecido pelos materiais que tiver em mãos, aprofundando sempre mais os seus estudos em prol do seu objetivo.
Afinal, o que definirá o sucesso do estudante é o seu grau de comprometimento com a sua formação.
Sucesso a todos!
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AULA DIA 01-06 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
Geografia da
China
A República
Popular da China é, na atualidade, a segunda maior economia mundial, o
terceiro maior país do mundo em superfície (9.597.000 km²) e a maior população
nacional (mais de 1,3 bilhão de habitantes).
Esse
país, de rica, antiga e brilhante civilização, durante mais de um século, foi
dominado por potências estrangeiras, em especial europeias, até 1949, quando se
tornou socialista.
O
país é marcado por inúmeros contrastes, como a grande disparidade entre a parte
oriental industrializada, em acelerado desenvolvimento, e a parte ocidental
agrícola, pobre e rural.
Aspectos
físicos da China
Relevo
A
China tem o terceiro maior território do mundo (9,6 milhões de Km²), superado
apenas pelos territórios da Rússia e do Canadá. O país revela um grande
contraste fisiográfico entre as porções oeste e leste.
Em
relação ao relevo (estrutura geológica), o território chinês apresenta, na
porção oeste, os planaltos, com grande destaque para o Planalto do Tibete,
considerado o “teto do mundo”, em razão das altitudes médias que superam os 4
mil metros.
Na
porção sudoeste, fronteira com Índia, Nepal e Butão, países da Ásia Meridional,
está disposta a imponente Cordilheira do Himalaia – cadeia do Período
Terciário formada pela convergência das placas Indo-Australiana e Eurasiana,
decorrente de um dobramento moderno, área com intensos abalos sísmicos por se
tratar de um processo orogênico.
No
Himalaia, encontra-se o Monte Everest, ponto culminante do planeta com 8 848
metros de altitude, localizado na fronteira entre China (território anexado do
Tibete) e o Nepal.
Hidrografia
Na
porção leste, localizam-se extensas planícies aluviais, com solos férteis e
banhadas por rios exorreicos e perenes, como o Huang-ho (Rio Amarelo)
e Yang-tse-Kiang (Rio Azul), cujas nascentes localizam-se no Planalto
do Tibete.
Ao
longo dessas planícies aluviais com alta fertilidade, em que se destaca a do
Rio Amarelo, que apresenta solo de loess (tipo de depósito de solo
amarelado que foi transportado pelo vento), há grande concentração
populacional, com intenso desenvolvimento agrícola.
Perante
as sucessivas crises hídricas vivenciadas pela população ao norte, o governo
chinês implementou o megaprojeto de transposição das águas do sul para o
norte, visando abastecer a região da capital Pequim, por meio de três canais
sul-norte. A maior obra de transposição foi batizada de Transposição de Água do
Sul ao Norte. No dia 27 de dezembro de 2014, as águas do Rio Yang-tse-Kiang
chegaram a Pequim, depois de percorrerem 1 200 km em 15 dias, na culminação da
primeira parte da obra da transposição.
No
oeste, há rios endorreicos, que acabam desaparecendo por causa do deserto ou
desaguando em lagos, no interior do território. A Bacia da Ásia Central é
a maior bacia endorreica do mundo.
Clima e
vegetação
Localizado
quase totalmente na Zona Climática Temperada do Norte, o grande território
chinês apresenta grande diversidade climática e paisagística, sofrendo
influência da latitude, do relevo, da continentalidade e das monções.
Nele,
há clima árido e semiárido, com vegetação de xerófilas e
estepes; frio de montanha, com vegetação de montanha (altitude), na área
do Tibete; temperado e subtropical, com vegetação de floresta
temperada e subtropical e presença de caducifólias e subcaducifólias; tropical
de monções, de verão chuvoso e inverno seco, com vegetação de floresta
tropical. A vegetação de bambuzais é presente no leste-sudeste do território.
Climas da China
Aspectos
humanos da China
A
população chinesa, atualmente a maior do mundo, é composta por 56 grupos
étnicos, dos quais o grupo han é majoritário, representando 92% da população
nacional. O restante da população é formada por grupos como zhuang, manchu,
hui, miao, uyghur, tujia, yi, mongol, tibetano, buyi, dong, yao e coreano.
Após
a Revolução de 1949, a população chinesa passou a apresentar forte crescimento
populacional em razão do elevado crescimento vegetativo (elevadas taxas de
natalidade e fecundidade). O acelerado crescimento populacional tornou-se uma
preocupação do Estado e o governo central da China implementou um rigoroso
projeto de controle da natalidade: a política do filho único.
A
população distribui-se de modo heterogêneo pelo território, isto é, de maneira
desigual, existindo regiões fracamente povoadas no oeste, com planaltos
desérticos e montanhas, em contraste com grandes áreas densamente povoadas,
consideradas frequentemente como formigueiros humanos, na porção leste, que é
favorecida pelos climas e pelas planícies fluviais.
No
Tibete, no Sinkiang e na Mongólia, no interior continental, as densidades ficam
próximas a 15 hab./km²; na China monçônica (leste), a densidade ultrapassa os
400 hab./km².
Na
região das planícies orientais (leste), em que relevo e clima favorecem a
ocupação humana, há mais de 80% da população nacional, com forte predomínio da
etnia han. Recentemente, o governo vem tentando, por meio da criação de
projetos de mineração e agricultura irrigada, intensificar o povoamento das
regiões a oeste.
Principais
cidades
Xangai (com
20 milhões de habitantes), importante centro industrial, financeiro e portuário
junto à foz do Rio Yang-tse-Kiang;
Pequim (capital,
com 16 milhões de habitantes), centro financeiro (concentrado principalmente na
área central de Guomao), comercial e industrial e principal centro cultural da
China;
Guangzhou ou Cantão (com
aproximadamente 13 milhões de habitantes), grande centro industrial (o maior da
região do Rio Zhu Jiang ou Sikiang ou Xun Jiang), comercial, portuário e
financeiro, com moderno sistema de transporte por trem-bala;
Tianjin (com
12 milhões de habitantes), centro industrial;
Nanjing ou Nanqum (com
10 milhões de habitantes), grande centro industrial, comercial e
histórico-cultural; situada em uma das maiores zonas econômicas da China, o
delta do Rio Yang-tse-Kiang, a cidade foi ocupada na Segunda Guerra Mundial
pelo exército japonês, que cometeu numerosas atrocidades, como saques,
incêndios criminosos e execução de milhares de prisioneiros de guerra,
principalmente civis;
Wuhan (com
8 milhões de habitantes), centro industrial e portuário (Rio Yang-tse-Kiang);
Shenzhen (com
10 milhões de habitantes), centro industrial e financeiro;
Hong
Kong (com 7,2 milhões de habitantes), Região Administrativa Especial que
se destaca como Tigre
Asiático.
Mapa da China e suas
regiões.
Economia da
China
A
economia chinesa é altamente diversificada, mas é dominada pelos setores
manufatureiro e agrícola, apesar de seus outros setores serem bastante
significativos.
Agropecuária
A
agricultura constitui ainda uma atividade agrícola importante para a economia
chinesa e ocupa grande parcela da população ativa. Até as reformas econômicas
dos anos 1970, a agricultura tinha base na produção em propriedades coletivas
(comunas populares), que mantinham um sistema de produção tradicional com
grande uso de mão de obra.
A
modernização agrícola é recente e ainda conta com interferência das
autoridades, pois há um grande receio do governo com a excessiva migração para
as cidades – calcula-se um número adicional de 182 milhões de migrantes movendo-se
para as regiões urbanas até 2020.
Na
porção oeste do território, a produção de algodão e trigo depende da ação do
estado, por meio dos grandes projetos de irrigação, com 60 milhões de hectares
irrigados.
Na
porção oriental, especialmente na Manchúria e na Bacia do Rio Huang-ho
(Amarelo), a presença de solos férteis de origem aluvial favorece a cultura de
trigo, sorgo, beterraba e soja.
Já
na porção sudeste, o clima de monções influi mais fortemente no cultivo de
produtos tropicais como o arroz, cana-de-açúcar, tabaco, amoras, chá e milho,
destacando-se a Bacia do Rio Yang-tse-Kiang (Azul).
A
pecuária chinesa caracteriza-se pelo grande rebanho de suínos (maior rebanho
mundial com um número superior a 430 milhões), de ovinos e bovinos, com números
superiores a 100 milhões respectivamente, além da criação de galináceos e
patos.
Embora
a atividade agrícola tenha grande capacidade de produção, em muitos casos é
insuficiente para atender à demanda interna, gerando então a necessidade de
importação de gêneros agrícolas – ex.: soja e carne bovina e de aves do Brasil.
O
país foi classificado, em 2014, como o primeiro produtor mundial de alimentos
como carne de porco e arroz. A produção de grãos ultrapassa as 450 milhões de
toneladas anuais. Entre os produtores de leite, frango e carne bovina, a China
fica em terceiro.
Outro
aspecto fundamental é sua permanência entre os sete maiores exportadores
agrícolas do mundo, sendo o milho e o arroz os principais produtos exportados,
principalmente para o Japão e Coreia do Sul.
A
mecanização e a propriedade privada avançam sobre os campos, ampliando a
produção, entretanto ainda há 150 milhões de chineses sofrendo com a fome.
Indústrias
A
China apresenta condições básicas importantes para o desenvolvimento da atividade
industrial: matéria-prima (ferro, tungstênio, antimônio, estanho, manganês,
mercúrio, terras raras, fosfatos etc.), mão de obra barata, mercado consumidor
e fontes de energia (carvão, petróleo, xisto, energia hidrelétrica e gigantesco
potencial em energia solar) em abundância.
Antes
da Revolução
Chinesa de 1949, a exploração do território era reservada a grandes
empresas internacionais, especialmente as europeias e japonesas, que produziam
bens de consumo e situavam-se predominantemente próximas às grandes reservas de
matéria-prima, por exemplo na Manchúria, e nas áreas de fácil acesso ao
litoral, como Tientsin e Xangai.
Com
a transformação do país em república socialista, as multinacionais foram
banidas e os investimentos estatais convergiram para as indústrias de base como
a siderurgia, máquinas pesadas, material de transporte e metalurgia.
A
grande mudança vivenciada pela indústria ocorreu com a introdução da política
das Grande Quatro Grandes Modernizações, pois o setor industrial foi o mais
privilegiado com a entrada do capital internacional a partir dos anos 1970,
revolucionando seu sistema produtivo e modernizando o país.
Para
se ter uma ideia, a China era o 23º PIB mundial em 1979, passando para nono, em
1995, e para segundo em 2010; seu comércio externo, que era inexpressivo antes
da abertura econômica nos anos 1970, pulou para o 1º lugar em 2013, o que
permitiu ao país sucessivos superávits comerciais e o acúmulo de reservas cambiais.
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AULA DIA 13-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
Geografia do Japão
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AULA DIA 06-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
Geografia do
Japão
O território japonês é constituído por um
arquipélago vulcânico com mais de 3 000 ilhas, destacando quatro ilhas
principais: Hokkaido, Honshu (mais extensa), Shikoku e Kyushu.
O território insular apresenta litoral
recortado, o que favorece a construção de portos, dos quais o Japão é
fortemente dependente para manter o comércio exterior, a estrutura pesqueira e
o sistema de cabotagem (navegação que ocorre apenas entre portos nacionais).
Aspectos
físicos e naturais do Japão
Relevo
O relevo do Japão é de formação jovem
(Período Terciário da Era Cenozoica), montanhoso (84% do território) e com
estrutura geológica de dobramentos modernos.
O território se localiza no Extremo Oriente
(leste) da Ásia, estando sobre a convergência de placas tectônicas na área
conhecida como Círculo ou Anel de Fogo do Pacífico, sendo sujeito a uma intensa
instabilidade geológica – vulcanismo ativo
(mais de 60 vulcões) e terremotos,
que determinam o surgimento de tsunamis. O relevo acidentado dificulta a
ocupação do interior, mas favorece a manutenção de áreas naturais nativas.
O ponto mais elevado do país corresponde ao Monte
Fuji, com 3 776 metros de altitude. A sua última erupção ocorreu em 1707, e uma
nova erupção colocaria em risco a vida de milhões de pessoas que vivem em
Tóquio e em áreas próximas, além de destruir a infraestrutura, como estradas e
ferrovias que ligam as cidades mais populosas do Japão.
O Monte Fuji, classificado em 2013 como
patrimônio cultural pela Unesco, localiza-se a cerca de 100 km ao sudoeste de
Tóquio (Ilha de Honshu) e recebe aproximadamente 300 mil visitantes durante os
dois meses de verão em que o montanhismo é autorizado.
As planícies (16% do território) apresentam
elevadas densidades demográficas, estando geograficamente espremidas em áreas
do interior, em grande parte localizadas em áreas próximas de rios, como a Ilha
de Honshu, e, e no litoral, como a Planície de Kanto-Keya em Tóquio.
Hidrografia
Em relação à hidrografia, o Japão apresenta
rios com pequena extensão, porém com potencial hidrelétrico, além da utilização
para irrigação.
O Rio Shinano, localizado na Ilha de
Honshu, é o mais longo do território, com 367 km, atravessando vales e
planícies com as de Saku, Ueda, Nagano e Echigo (mais importante).
Outros rios também se destacam: Tone (322
km) – região metropolitana de Tóquio (Ilha de Honshu), Ishikari (268
km) e Teshio (256 km) – ambos na Ilha de Hokkaido, Mogami (229
km) – Ilha de Honshu.
O Rio Arakawa, apesar de apresentar
somente 173 km, ganha importância por atravessar a capital Tóquio (Ilha de
Honshu).
Clima
Ao norte do arquipélago, a corrente marítima
fria chamada Oya Shivo, conjuntamente à posição geográfica (latitude) do
país, determina a existência de áreas com clima frio, na Ilha de Hokkaido, e
clima temperado oceânico, na porção centro-norte de Honshu, que são
aproveitados para a produção agrícola de cereais.
Na porção centro-sul de Honshu e nas ilhas de
Shikoku e Kyushu, aparece o clima subtropical e, no extremo sul, surge uma área
com característica tropical. O centro-sul do território está sob influência da
corrente marítima quente de Kuro Shivo, que, em conjunto com o clima
de monções, determina a existência de áreas com climas mais brandos, que são
aproveitadas para a produção de arroz, laranja, chá e amora.
A ação das correntes marinhas e das monções é importante para a
determinação do clima japonês e para a prática agrícola.
Vegetação
Em relação à vegetação, o país apresenta
elevada concentração de áreas preservadas. As florestas, influenciadas pelo
clima, apresentam-se temperadas e subtropicais. Há também coníferas mais ao
norte e nas áreas mais elevadas, por influência da altitude (relevo
montanhoso). Bambuzais também são encontrados no território.
Após a Segunda Guerra Mundial, o país
apresentou um incremento contínuo de florestas, ampliando em quatro vezes as
áreas plantadas entre as décadas de 1960 e 2000, as quais correspondem,
atualmente, a 69% do território nacional, sendo metade pertencente à
propriedade privada, principalmente pessoas físicas, que respondem por 98%
desse total.
O Código Florestal permite que proprietários
de terra recebam empréstimos a juros baixos e tratamento fiscal especial em
troca de práticas sustentáveis na ocupação e uso do solo.
Aspectos humanos
do Japão
O Japão é reconhecido mundialmente por ter a
mais elevada expectativa ou esperança de vida, com 83,5 anos, em razão da ótima
qualidade de vida, resultante da aplicação de excelentes políticas sociais no
tocante ao oferecimento de serviços públicos essenciais ligados à saúde.
A população com mais de 65 anos já representa
um quarto da população absoluta e, em 2060, chegará a cerca de 40%, segundo
cálculos do governo japonês. Comparativamente, a expectativa de vida do Brasil
está em 74 anos e a da República Democrática do Congo é de aproximadamente 50
anos. Em relação ao IDH publicado em 2015, o país ocupa a 17ª posição, com
índice de 0,890.
Os imigrantes representam somente 1,6% da
população absoluta, pouco mais de 2 milhões, sendo o total de 90 mil ilegais. O
país, entretanto, prefere o caminho do incentivo à natalidade como forma de
manter sua cultura.
O Japão preza a liberdade religiosa,
sendo as religiões majoritárias o xintoísmo e o budismo, que representam 84% da
população. O restante da população segue o cristianismo, confucionismo, taoismo e
xamanismo.
É um dos países mais populosos, povoados e
urbanizados – 93% da população vive na cidade. A principal concentração
populacional fica na Ilha de Honshu, destacando-se a elevada concentração
urbana na faixa litorânea da ilha voltada ao Oceano Pacífico.
Essa área originou uma gigantesca mancha
urbano-industrial, que se estende para Shikoku e Kyushu, conhecida como megalópole
Tokkaido, composta pelas cidades de Tóquio, Kawasaki, Yokohama, Nagoya, Quioto,
Kobe e Osaka, área urbana totalmente conurbada. A população da megalópole
supera os 35 milhões de habitantes.
História do Japão
Revolução Meiji
Data de 1868 a Revolução Meiji, que pôs fim
ao governo Tokugawa. O Japão, então, deixa de ser um Estado feudal e passa a
ser um Estado moderno. O que abriu o Japão para o Ocidente.
No final da década de 1860, o Japão entrou em
um dos períodos mais tumultuados de sua história. Esse período é conhecido como
a Restauração Meiji.
A Restauração Meiji propunha a queda do
Shogunato – que mantinha o país em uma forma de governo sob o comando
ditatorial e praticamente mergulhado em um sistema feudal – para abertura do
Japão para o mundo.
Por incrível que pareça, os militares cederam
os seus poderes sem grandes problemas. Porém, com isso, a classe dos samurais,
que havia ganhado grandes privilégios e um do status mais invejável dentro da
sociedade, perderam tudo o que tinham e muitos se tornaram vagabundos andantes,
os chamados Rurouni.
Há 140 anos ocorreu o Kurofuneraikou, quando
um capitão chamado Perry chegou da América com a missão de estreitar os laços
de amizade entre os dois países. Só que na ocasião estourou a guerra civil – a
Bakumatsu – e pôs fim à Era Edo, que já durava desde o ano de 1600.
O impasse surgiu quando a corrente do atual
governo, e a Edo Bakufu, não concordava em abrir as portas para negociações com
outros países. Muitas províncias também se recusavam a aceitar forasteiros em
suas terras. Só que algumas dessas províncias decidiram agir por conta própria,
como a Choushuuhan que ficava em Kyoto, e abriram fogo contra os visitantes. A
ação não agradou o governo que enviou soldados a Choushuuhan. Um combate
ocorreu e resultou na morte de centenas de pessoas.
A província não gostou da retalhação e se
uniu a outras que estavam descontentes com o governo Edo, que mantinha o Japão
preso ao Shogunato. Surgiu então da união dessas províncias uma nova facção que
lutava por um novo Japão, a Meiji Ishin.
A Meiji Ishin era encabeçada por três
pessoas: Shintarou Nakoaka, Ryouma Sakamoto e Toshimichi Ookubo que passaram a
organizar o movimento reformista. Temendo um ataque, o governo Edo cria uma
polícia especial em Kyoto para deter os rebeldes, a Shinsengumi. Ela matava
qualquer um que mostrasse um mínimo de alinhamento aos revolucionários. Para se
protegerem os líderes da Meiji Ishin recrutaram espadachins e formaram uma nova
tropa, Ishinshishi.
A Bakumatsu, a guerra civil terminou com
vitória da Meiji Ishin, quando então surgiu um novo governo, o Meiji, que se
baseou na cidade de Edo, conhecida hoje como Tóquio. Mas as mudanças sociais e
políticas estavam apenas começando. Ainda havia muito descontentamento no ar e
classes sociais marginalizadas como os próprios samurais.
Durante muito tempo as autoridades do novo
regime perseguiram os defensores do antigo sistema Edo, enquanto o Japão abria
suas fronteiras para novos países, iniciando sua industrialização.
A Revolução Meiji (1868-1900) marcou a
entrada do Japão na corrida imperialista do século XIX. Para conquistar a
supremacia da Ásia, as elites japonesas seguiram dois caminhos: o do domínio
econômico e o do expansionismo militar.
No período posterior à Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) o Japão começou a exercer um poder maior na hegemonia
mundial.
O imperialismo nipônico no extremo leste
asiático seria bruscamente interrompido pela crise de 1929. A economia japonesa
era dependente do mercado externo es os resultados da crise nos Estados Unidos
acabaram comprometendo as relações comerciais do Japão com o exterior. Como
consequência, os mercados estrangeiros do Japão reduziram-se de maneira drástica,
o que instalou uma grave crise econômico-social.
No fim da década de 1930, o Japão
apresentava-se ao mundo como uma nação forte e determinada a manter sua
hegemonia na Ásia. Por isso, o governo japonês considerava a União Soviética a
grande rival em termos de hegemonia no extremo oriente. Numa tentativa de
neutralizar o poder soviético, os japoneses trataram de assinar um pacto com a
Alemanha, que ficou conhecido como o Pacto Anti-Komintern, isto é, contra a
União Soviética e o que ela representava, o comunismo.
Esse acordo foi o embrião de eixo, aliança política que reuniu Alemanha, Itália
e Japão na Segunda Guerra Mundial.
Economia do
Japão
O Japão é a terceira maior economia mundial,
superada apenas pelos EUA e pela China. Apesar de sua limitação territorial,
apoiou-se fortemente no mercado capitalista internacional e na produção de alta
tecnologia, para se reerguer após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
A economia japonesa assenta-se sobre o setor
secundário e terciário, ou seja, o país produz suas riquezas principalmente
pela atividade industrial e serviços. Apesar disso, a agropecuária japonesa
possui um lugar de destaque quando se pensa no abastecimento interno, mas com
baixa utilização de mão de obra diante das modernas técnicas agrícolas, tendo
em vista que apenas 14% das terras japonesas são de planície, que também sofrem
forte ocupação urbana. As propriedades rurais são pequenas, com 1,4 hectare em
média. Os terraços são desenvolvidos nas encostas, como forma de ampliar as áreas
cultivadas.
As primeiras unidades fabris no Japão
surgiram na segunda metade do século XIX, notadamente aquelas ligadas ao setor
têxtil, que aproveitaram a grande quantidade de matérias-primas, como a seda e
o algodão. No início do século XX, em decorrência do expansionismo militar, as
indústrias pesadas, como as siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas, começaram a
ser implantadas no país.
A carência em recursos minerais e energéticos
levou o governo a procurar compensar as importações cada vez maiores com
volumes crescentes de exportação de manufaturados, política existente desde o
final do século XIX e que caracteriza o país até os dias atuais. A necessidade
de estar voltado para o mercado externo e a configuração territorial em
arquipélago explicam a localização dos grandes centros industriais do país
sempre próximos ao litoral, com destaque para o litoral sudeste da Ilha de
Honshu – presença da megalópole Tokkaido.
As quatro principais ilhas (Hokkaido, Honshu,
Shikoku e Kyushu), que representam 97% do território, são as que apresentam as
maiores aglomerações urbano-industriais. No sudeste da Ilha de Honshu, a maior
megalópole do mundo, chamada de Tokkaido, abriga grande diversidade industrial
e pós-industrial. Nessa região, destacam-se as cidades de Tóquio, Osaka,
Nagoya, Yokohama, Kobe, Quioto, Kitakyushu e Fukuoka.
Atualmente, o Japão é responsável por grande
parcela do comércio mundial de bens de consumo: relógios, máquinas
fotográficas, celulares, carros, motos, computadores, aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos,
além dos de alta tecnologia ligados ao setor da robótica, microeletrônica,
química fina e informática.
Clima: temperado continental (N) e
subtropical (S).
Características: montanhas (maior
parte), 225 vulcões (65 ativos), terremotos frequentes, fontes termais,
gêiseres e águas sulfuradas, planícies no litoral e no interior da ilha de
Honshu.
Cidades principais: Tóquio, Osaka,
Yokohama, Nagoya, Sapporo, Kyoto e Kobe.
A Arábia Saudita é o maior país do Oriente Médio e o
maior produtor de petróleo do mundo. Sua
capital é Riyad. O país tem
31.776.000 habitantes (estimativa de 2016) e área de 2.149.690 km2.
Quase todo o território da Arábia Saudita é
constituído por desertos. O Rub al-Khali,
no sudeste, é um dos desertos mais extensos do mundo. Seu nome significa “parte
vazia”. Um paredão íngreme de montanhas se ergue no oeste.
A maior parte do país tem pouca chuva, verões
muito quentes e invernos amenos. Como não há lagos ou rios perenes, é preciso
extrair água do subsolo.
População
Os sauditas compõem a maioria da população.
Os demais habitantes são principalmente árabes de outros
países e sul-asiáticos. Alguns africanos negros vivem na costa do mar Vermelho.
O árabe é o idioma oficial.
A maioria dos sauditas vive nas cidades, das
quais as maiores são Riyad e Jidda. Outras cidades importantes são Meca e Medina, as duas
mais sagradas da religião islâmica. Todo ano, milhões
de muçulmanos do mundo inteiro vão em peregrinação a Meca.
Quase todos os sauditas praticam o islamismo.
Conforme a lei islâmica, mulheres e homens ficam separados em áreas públicas.
As mulheres também se cobrem com um véu negro em público. Os homens
tradicionalmente usam a cabeça coberta e longos trajes brancos.
Economia
A economia da Arábia Saudita se baseia na
extração e na venda de petróleo. O país também usa seu petróleo para fabricar
combustíveis, produtos químicos e outros derivados. Há indústrias de cimento e de produtos
metalúrgicos. Serviços, como turismo, bancos e comunicações, também são
importantes para a economia.
A agricultura é limitada no país, pois só é
possível plantar em oásis ou com o uso de sistemas artificiais de irrigação. Há
cultivos de trigo, alfafa, tâmaras, tomates e melões, assim como criação
de ovelhas, cabras e camelos.
História
As regiões costeiras da península Arábica são
ocupadas há milênios. As rotas de comércio entre a África e a Ásia eram
controladas pelos diferentes reinos que surgiram na região.
Surgimento do islã
Maomé, o fundador do
islamismo, nasceu em Meca por volta de 570 d.C. Em 622, com 52 anos, ele se
mudou de Meca para Medina, o que marca o início dessa religião. Quando Maomé
morreu, em 632, a maior parte da península Arábica estava convertida ao
islamismo. Nos séculos seguintes, essa religião expandiu-se bem além da
península.
O Reino da Arábia Saudita
Em 1517, os turcos anexaram a península
Arábica ao Império Otomano, mas
exerciam pouco controle sobre ela. Poderosas famílias sauditas detinham a maior
parte do poder real.
No século XVIII, a dinastia Saud ligou-se a
líderes religiosos para dominar a península. No final da década de 1920, o
líder Ibn Saud havia conquistado todo o território da atual Arábia Saudita. Em
1932, ele formou o Reino da Arábia Saudita. Reis sauditas continuam a governar
o país no século XXI.
O petróleo
Em 1938 ocorreu a descoberta de petróleo na
Arábia Saudita. O país tornou-se o maior fornecedor dessa matéria-prima para os
Estados Unidos e para o restante do mundo ocidental. Isso permitiu ao governo
saudita construir muitas estradas, escolas e hospitais. A nação tornou-se uma
grande potência no Oriente Médio.
Eventos recentes
O rei Fahd assumiu o trono saudita em 1982.
Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait, país vizinho da Arábia. O rei Fahd temia
que o Iraque invadisse também a Arábia Saudita e convidou os Estados Unidos e
outros países a formar uma enorme força militar em seu país. Essa força militar
derrotou o Iraque durante a Guerra do Golfo, em 1991.
No final da década de 1990, o rei Fahd
delegou grande parte de seu poder a seu meio-irmão, o príncipe herdeiro
Abdullah. Após a morte de Fahd em 2005, Abdullah tornou-se rei. O rei Abdullah
fez várias reformas durante seu reinado, especialmente na área dos direitos das mulheres. Ele
abriu a primeira universidade saudita a permitir que homens e mulheres
estudassem juntos. Também decretou que as mulheres poderiam votar e concorrer
em eleições locais a partir de 2015. O rei Abdullah morreu em 23 de janeiro de
2015 e foi sucedido por seu meio-irmão, o príncipe herdeiro Salman
Irã
O Irã é um país localizado no sudoeste
da Ásia. Até 1935, era
conhecido no Ocidente como Pérsia. Irã significa
“terra dos arianos”, o povo que se estabeleceu na região durante a Antiguidade. Sua capital
é Teerã. O país tem
81.714.000 habitantes (estimativa de 2018), e sua área é de 1.628.771 km2.
O território iraniano é de altitudes
elevadas, com exceção de algumas regiões estreitas ao longo da costa. Cadeias de montanhas
rodeiam uma grande área central de terras rochosas altas e desertos. Parte dos grandes
desertos é arenosa, enquanto uma crosta de sal cobre outras áreas. O ponto mais
elevado no Irã é o monte Damavand, com 5.671 metros. Ele fica nas montanhas
Elburz, no norte do país. O Irã tem vulcões ativos e
costuma sofrer terremotos que
provocam graves danos.As temperaturas variam de muito quentes a muito frias,
dependendo do lugar e da estação do ano. A maior
parte do país tem clima seco, com exceção de uma região em torno do mar Cáspio.
População
Muitos grupos étnicos vivem no Irã. Os persas
representam o maior deles. Azerbaijanos, curdos, lúrios e outros
povos formam grupos menores. O idioma principal é o persa, mas cada grupo
étnico também tem sua própria língua. A maioria dos iranianos vive em cidades e
povoados.
Cerca de 90 por cento da população pertence
ao ramo xiita do islamismo, que é a religião
oficial do país (na maioria dos países muçulmanos, os sunitas são o ramo mais
comum do islamismo). Uma pequena porcentagem de iranianos pratica o zoroastrismo, a religião da
antiga Pérsia.
Economia
O Irã é um dos maiores produtores mundiais
de petróleo.Também
produz gás natural e
máquinas, além de produtos químicos, alimentícios, metalúrgicos e têxteis.
Muitos iranianos fazem tapetes tradicionais,
que são exportados para diversas partes do mundo. Os serviços — principalmente
os ligados ao governo, às finanças e ao turismo — também são
importantes para a economia.
Entre os produtos agrícolas, destacam-se
grãos, beterraba açucareira e
muitos tipos de frutas e nozes. As ovelhas representam o
principal rebanho. Empresas pesqueiras operam no golfo Pérsico e no mar
Cáspio.
História
O povo ariano migrou da Ásia
central para o atual Irã depois de 2000 a.C. Os dois principais grupos de
arianos eram os medas e os persas. Estes últimos tomaram o controle da região
por volta de 550 a.C., quando conquistaram grandes territórios. O Império Persa
logo se estendeu do norte da África até o rio Indo, no sul da Ásia.
Invasão árabe
No ano 640, os árabes invadiram o Irã
e introduziram o islamismo no país. Durante cerca de 850 anos, muçulmanos que
não eram iranianos governaram o Irã. Em 1502, a dinastia iraniana safévida
tomou o controle do país. Uma dinastia mais fraca, os qajars, governou entre
1779 e o começo do século XX. Durante o governo dos qajars, a Rússia e a Grã- Bretanha dominaram
algumas regiões iranianas.
A dinastia Pahlevi
Em 1921, Reza Khan, um oficial do exército,
tomou o poder. Em 1925, tornou-se xá — ou rei — e adotou o nome de Reza
Pahlevi. Ele deu mais direitos às mulheres,
construiu escolas modernas e
uma ferrovia. Seu governo deu início
à dinastia Pahlevi.
Seu filho, o xá Mohammad Reza Pahlevi,
assumiu o trono em 1941. O novo xá continuou a modernizar o Irã. No entanto,
também usou a polícia secreta para prender quem discordasse dele. Muitos
líderes religiosos achavam que as ideias do xá iam contra o islamismo. Em 1964,
o governo expulsou do país um desses líderes religiosos, o aiatolá Ruhollah
Khomeini.
Do exterior, Khomeini liderou uma revolução
contra o xá. Os seguidores de Khomeini fizeram tantos protestos no país que, em
1979, o xá foi obrigado a deixar o Irã.
A república islâmica
Khomeini voltou para o Irã e proclamou que
seria seu líder máximo, tanto político quanto religioso, até o fim da vida.
Rebatizou o país com o nome de República Islâmica do Irã e adotou leis
religiosas islâmicas severas, proibindo as influências ocidentais (dos Estados Unidos e
da Europa). No final de 1979,
pessoas que apoiavam as mudanças feitas por Khomeini invadiram a embaixada dos
Estados Unidos em Teerã e tomaram 66 americanos como reféns.
Em 1980, o Iraque invadiu o Irã, dando início
à Guerra Irã-Iraque. O
conflito terminou em 1988 e fez cerca de 1 milhão de vítimas, entre mortos e
feridos.
Khomeini morreu em 1989. O Irã escolheu um
novo líder religioso, Ali Khamenei, que deu prosseguimento à política severa do
governo anterior. Khamenei trabalhou com os presidentes do país, mas manteve,
com outros líderes religiosos, o controle de grande parte do governo.
No início do século XXI, diversos países
começaram a temer que os líderes do Irã estivessem construindo armas nucleares. As Nações Unidas e outros
membros da comunidade internacional impuseram sanções ao Irã (quando um país
sofre sanções, outros países deixam de fazer comércio com ele e de
lhe prestar ajuda). As sanções permaneceram em vigor durante vários anos e
trouxeram grandes dificuldades para a população iraniana. Em 2016, muitas
dessas sanções foram suspensas depois que o Irã concordou em desfazer-se da
maioria dos materiais que poderiam ser usados para fabricar armas nucleares. No
entanto, em 2018, os Estados Unidos se retiraram do acordo nuclear com o Irã, e
as sanções voltaram a ser impostas.
Iraque
O Iraque é um país situado na antiga região
da Mesopotâmia, onde foi
criada uma das primeiras civilizações do mundo.
Mesopotâmia é uma palavra grega que significa “terra entre rios”. Esses rios,
o Tigre e o Eufrates, ainda correm
através do Iraque. Hoje em dia, o país é um dos maiores produtores de petróleo
do mundo. Bagdá é sua capital e
maior cidade. A população do Iraque é de 39.930.000 habitantes (estimativa de
2018) e sua área é de 434.128 km2.
As partes central e sudeste do país são de
planícies, com muitos lagos. Terras baixas pantanosas cercam a área em que o
Tigre e o Eufrates se encontram, perto do golfo Pérsico. O norte das planícies,
entre os rios, é uma área seca conhecida como Al-Jazirah. As partes sul e oeste
do Iraque são um vasto deserto. As terras altas do nordeste incluem a região
montanhosa conhecida como Curdistão.
As planícies e os desertos têm verões
muito quentes e invernos amenos. Essas regiões recebem pouca chuva. O nordeste é mais
frio e mais úmido, especialmente nas montanhas. Tempestades de areia podem
ocorrer em todas as partes do país.
População
Os iraquianos étnicos formam a maioria da
população do país e falam o árabe, que é a principal língua. Os curdos formam o
segundo maior grupo, falam curdo e vivem principalmente no norte e no nordeste.
Quase todos os iraquianos são muçulmanos.
A maior parte dos iraquianos reside em
cidades e vilas, onde têm um estilo de vida moderno, semelhante ao ocidental.
Bagdá é de longe a maior cidade, e Mossul é a segunda mais populosa.
Diversos sítios arqueológicos famosos
estão localizados no Iraque, e objetos desses sítios estão em exibição no Museu
de Mossul e no Museu Nacional do Iraque, em Bagdá. Porém alguns museus sofreram perdas
e alguns sítios arqueológicos foram perturbados na desordem que se seguiu à
invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003.
Economia
O petróleo foi
descoberto no Iraque em 1927. As guerras do fim do século XX e do início do XXI
prejudicaram muito a economia do país. Contudo, o petróleo ainda fornece quase
todos os ganhos comerciais do Iraque. O país também produz derivados de
petróleo, produtos químicos, materiais de construção e alimentos
industrializados. O comércio iraquiano foi prejudicado devido à Guerra do
Golfo, em 1991, e às restrições comerciais que perduraram mesmo após o fim do
conflito.
A agricultura é parte importante da economia,
embora a guerra tenha interferido nessa atividade também. Entre as principais
culturas estão trigo, tâmara, tomate, cevada, laranja e uva. Os iraquianos também
criam carneiros e gado bovino.
História
A história do Iraque remonta a milhares de
anos. Por volta do ano 3300 a.C., os sumérios criaram uma das primeiras
civilizações do mundo na Mesopotâmia. Mais tarde, a Babilônia e a Assíria se
tornaram grandes potências da região. A Pérsia assumiu o
controle da Mesopotâmia por volta de 540 a.C. Os persas governaram até
aproximadamente 330 a.C., quando Alexandre, o Grande conquistou
a área.
Domínios árabe e otomano
A partir do século II a.C., a Mesopotâmia se
tornou um campo de batalhas entre vários povos, situação que perdurou por
centenas de anos. Muçulmanos da Arábia conquistaram a área no século VII d.C.
Por algum tempo, Bagdá foi o centro do mundo islâmico. Muitos dos maiores
filósofos, poetas e escritores muçulmanos viveram ali. Em 1258, os mongóis, um grupo da Ásia
central, conquistaram a cidade. O Iraque tornou-se então uma terra de pequenos
reinos. Os turcos otomanos assumiram o domínio da região no século XVI. O
Iraque permaneceu como parte do Império Otomano até o
século XX.
A República do Iraque
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914–18),
tropas britânicas ocuparam Bagdá e derrubaram o governo otomano. Após a guerra,
o Iraque permaneceu sob o domínio britânico. Em 1921, o país tornou-se
uma monarquia, alcançando
independência plena em 1932. Uma revolução comandada por um grupo de oficiais
do exército pôs fim à monarquia em 1958, transformando o Iraque em república.
Nos anos 1960 e 1970, o governo iraquiano
enfrentou a rebelião dos curdos, que queriam autonomia. O Irã forneceu ajuda
militar aos rebeldes, o que estremeceu as relações entre o Iraque e o Irã. A
rebelião curda terminou em 1975, mas lutas ocasionais continuam ocorrendo no
século XXI.
As guerras Irã-Iraque e do Golfo
Saddam Hussein tornou-se
presidente do Iraque em 1979. Um ano mais tarde, o Iraque invadiu o Irã. A
Guerra Irã-Iraque durou até 1988. Nenhum dos lados obteve uma vitória absoluta.
Em 1990, Saddam ordenou que as tropas
iraquianas invadissem outro país vizinho, o Kuwait. O Iraque alegava que o
Kuwait era parte de seu território desde 1871. A invasão levou à Guerra do Golfo, no início
de 1991. Em menos de dois meses, um grupo de países sob o comando dos Estados Unidos expulsou
as forças iraquianas do Kuwait.
Distúrbios contínuos
Ao fim da Guerra do Golfo, inspetores de
armas das Nações Unidas entraram
no Iraque. Eles queriam assegurar-se de que o país tinha destruído algumas de
suas armas e também parado de fabricá-las. O Iraque se recusou a cooperar com
os inspetores.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha temiam
que o Iraque estivesse fabricando armas ilegais. Com essa justificativa, forças
americanas e britânicas invadiram o país em março de 2003. Saddam se escondeu
imediatamente após a invasão, e tropas estrangeiras assumiram o controle do
Iraque. Saddam foi capturado pelas tropas americanas em dezembro de 2003 e
executado três anos depois. Forças estrangeiras e líderes iraquianos
trabalharam então para estabelecer um novo governo no país. No entanto, alguns
iraquianos continuaram a se opôr às tropas estrangeiras e aos novos líderes do
país. A violência também eclodiu entre os sunitas e os xiitas, os dois
principais ramos do islamismo. As forças dos EUA deixaram o Iraque em dezembro
de 2011.
Em 2014, o grupo terrorista conhecido
como Estado Islâmico dominou a cidade de Mossul. O grupo usou a violência extrema
para obrigar as pessoas a seguir uma versão rígida da sharia, um conjunto de
leis islâmicas. Além de Mossul, o Estado Islâmico ocupou diversas outras
cidades no oeste e no norte do Iraque. No final de 2017, forças iraquianas e
curdas, com a ajuda de outras nações, expulsaram o Estado Islâmico de quase
todo o país.
Síria
A Síria é um país do Oriente Médio, no sudoeste
da Ásia, com área de 185.180
km2 e 18.284.000 habitantes (estimativa de 2018). A capital é Damasco, uma das cidades
mais antigas do mundo.
Uma planície estreita segue ao longo da costa
oeste da Síria. Há montanhas a leste da planície e no sudoeste. A leste das
montanhas fica o deserto da Síria, que
é coberto por rochas e cascalho, não por areia. Os principais rios do país são
o Orontes e o Eufrates.
A maior parte da Síria tem clima seco, com
invernos frios e verões muito quentes. A costa é mais chuvosa e tem
temperaturas mais amenas.
População
A maioria da população da Síria é árabe. Uma minoria é
formada por beduínos, um povo árabe que pastoreia animais nos desertos do
Oriente Médio. Depois dos árabes, o segundo maior grupo é o dos curdos. O país também tem
um pequeno número de armênios, turcos e outras nacionalidades. O árabe é o
idioma principal. A maioria da população vive perto da costa ou no vale do rio
Eufrates.
A maioria dos sírios é muçulmana, e há uma minoria
cristã. Alguns sírios são drusos, ou seja, seguem uma religião que tem
elementos islâmicos, cristãos, judaicos e de outras crenças.
Economia
O governo controla a economia da Síria, cujas
atividades principais são a agricultura, a mineração e a
indústria. Os agricultores cultivam trigo, beterraba açucareira, algodão, azeitonas, uvas e outros
alimentos. Muitas pessoas criam ovelhas, cabras e bois. Há minas de asfalto
natural, sal, mármore e fosfatos,
que são usados para fazer fertilizantes. As fábricas produzem tecidos, cimento, óleo de cozinha e
outros artigos. A Síria é rica em petróleo, que é seu
principal produto de exportação.
História
Há mais de 4.500 anos a região da atual Síria
já era habitada. Alguns dos povos mais antigos escreviam em placas de argila
que existem até hoje. Essas placas mostram como era a vida na Síria na Antiguidade. Diversos povos
— entre eles egípcios, hititas e
assírios — invadiram a Síria em seus primórdios. Posteriormente, a região foi
controlada pelos impérios Babilônico, Persa e Grego. Em 64 a.C. os
romanos conquistaram a Síria.
Impérios muçulmanos
No século VII, exércitos árabes muçulmanos
invadiram a Síria, que foi dominada por impérios muçulmanos na maior parte dos
1.300 anos seguintes. Cruzados cristãos,
porém, controlaram algumas áreas entre os séculos XII e XIV. A última potência
muçulmana que governou a Síria foi o Império Otomano, que
assumiu o controle em 1516.
Independência
Em 1920, a França passou a
dominar a Síria, que só conquistou sua independência em 1946. A partir daí,
vários líderes militares governaram o país.
Desde 1948, a Síria e outras nações árabes
vêm travando várias guerras contra Israel. Em 1967, Israel tomou da Síria as colinas
de Golan, que ocupam uma posição estratégica.
Na década de 1970, a Síria enviou soldados ao
Líbano, que passava por uma guerra civil. As forças sírias permaneceram no
Líbano até o início de 2005. Em 1991, a Síria lutou contra o Iraque na Guerra do Golfo Pérsico.
Em 2011, um movimento democrático chamado
Primavera Árabe se espalhou para a Síria. Muitos sírios começaram a protestar
contra o governo do presidente Bashar al-Assad. As forças de Assad usaram a
violência para tentar parar os protestos. Muitos manifestantes foram mortos,
mas a revolta continuou. Em meados de 2012, o conflito virou uma guerra civil,
à qual líderes de outros países tentaram pôr fim. Esse esforço aumentou em
2013, depois que Assad foi acusado de usar armas químicas contra
os rebeldes. Em 2015, a intensificação da guerra civil deu origem a um
movimento de migração em massa. Milhões de sírios deixaram seu país natal para
buscar refúgio em nações
vizinhas, como a Turquia e o Líbano, bem como na Europa, especialmente na
Alemanha. As lutas na Síria continuaram, porém em outubro de 2018 as forças de
Assad haviam recapturado quase todos os territórios ocupados pelos rebeldes.
Em 2013, grupos militantes islâmicos
começaram a tirar vantagem das revoltas na Síria. Um grupo extremista conhecido
como Estado Islâmico dominou partes do leste do país e impôs à região uma
versão rígida da sharia, um conjunto de leis seguidas pelos muçulmanos. Os
Estados Unidos e outros países ajudaram a impedir o avanço do Estado Islâmico.
No final de novembro de 2017, o grupo foi expulso da Síria.
Turquia
A República da Turquia fica parte na Ásia e parte na Europa. Durante séculos, a
região foi o centro de dois impérios importantes: o Império Bizantino, que era
cristão, e o Império Otomano, de
religião muçulmana. Ancara é a capital do
país, que tem 79.270.000 habitantes (estimativa de 2016) e ocupa uma área de
785.347 km2.
Geografia
A maior parte da Turquia fica na península de
Anatólia, ou Ásia Menor, no sudoeste da
Ásia (península é um trecho de terra cercado de água em três lados). Uma
pequena parte da Turquia fica no sudeste da Europa. Canais estreitos e o mar de
Mármara separam as duas partes do país.
A parte asiática da Turquia tem montanhas e
um planalto central, ou área plana elevada. A parte europeia do país é mais
baixa e plana. O Kizil, maior rio do país, corre através da península.
A maior parte da Turquia tem clima seco e
verões quentes. Os invernos são frios no centro do país e amenos perto dos
litorais. Terremotos são comuns.
Em 1999, um terremoto matou milhares de pessoas no noroeste da Turquia. Em
2011, outro abalo forte atingiu o leste do país, matando mais de 500 pessoas.
População
Os turcos formam a maior parte da população e
falam o idioma turco. A segunda grande maioria é composta pelos curdos, que vivem no leste
da Turquia e têm seu próprio idioma. Quase toda a população do país é muçulmana.
Mais da metade dos habitantes vive em
cidades, das quais a maior é Istambul.
Economia
Serviços e indústria são as principais
atividades econômicas da Turquia. O setor de serviços inclui as comunicações, o
transporte e o turismo. As indústrias
produzem tecidos, vestuário, alimentos processados, ferro, aço e veículos, além
de produtos químicos e eletrônicos. O solo do país é rico em petróleo, carvão, cobre e outros minerais.
A Anatólia, a parte asiática da Turquia, é
habitada desde pelo menos 7000 a.C. Os hititas a invadiram por volta de 2000
a.C. Posteriormente, a área foi disputada por gregos e persas. Os romanos se
apossaram da Anatólia em cerca de 30 a.C.
Império Bizantino
Sob o Império Romano, a Anatólia
viveu em paz. Em 395 d.C., o império se dividiu em duas partes. A porção
oriental do Império Romano se tornou o chamado Império Bizantino. Sua capital
era a cidade de Constantinopla (atual Istambul) e sua religião principal era
o cristianismo.
Os turcos seldjúcidas (ou seljúcidas), da
Ásia central, invadiram a Anatólia a partir da década de 1040. Em 1071, eles
derrotaram o exército bizantino. Nos duzentos anos seguintes, os cristãos da
Europa combateram os turcos em uma série de guerras conhecidas como Cruzadas.
Império Otomano
No final do século XIII, outro grupo de
turcos tomou o poder na Anatólia e fundou o grande Império Otomano. Em 1453, os
turcos otomanos tomaram Constantinopla e a tornaram sua capital, com o nome de
Istambul.
Em meados do século XVI, o Império Otomano
abrangia o norte da África, o Oriente Médio e o
sudeste da Europa. Depois começou a enfraquecer, vindo a se dissolver em 1918,
com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Governo de Atatürk
Após a guerra, muitos turcos se voltaram
contra o governo otomano, o qual havia perdido grande parte das terras do
império. O líder militar Mustafá Kemal formou um governo separado e, em 1923,
fundou o país chamado Turquia. A cidade de Ancara tornou-se a nova capital, e
Kemal foi escolhido o primeiro presidente do país.
Kemal governava com grandes poderes e adotou
o nome de Atatürk, que em turco significa “pai dos turcos”. Com o objetivo de
modernizar a Turquia, fechou escolas e tribunais
islâmicos, proibiu vestimentas tradicionais como o fez, um tipo de chapéu turco, e deu
direito de voto às mulheres.
Kemal morreu em 1938.
Após Atatürk
Em 1960 e em 1980, os militares tomaram o
governo da Turquia. Em 1997, forçaram o primeiro-ministro a renunciar. De
tempos em tempos a Turquia retomou a democracia.
Desde a década de 1950 a Turquia disputava
com a Grécia o controle da ilha de Chipre. Forças turcas
invadiram o norte de Chipre em 1974. A Turquia apoiou os turcos de Chipre
quando estes formaram um país separado, em 1983.
A Turquia moderna também enfrenta uma longa
rebelião dos curdos, no leste. Os curdos lutam contra o governo turco desde a
década de 1980, em uma disputa que dura até hoje.
_______________________________________________
AULA DIA 22-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
GUERRAS ÁRABE-ISRAELENSE
As guerras árabe-israelenses foram os
conflitos travados entre Israel e diferentes nações árabes após a criação do
Estado de Israel em 1948.
As guerras árabe-israelenses foram
os conflitos travados entre Israel e as nações árabes ao longo do século XX.
Esses conflitos iniciaram-se a partir da criação do Estado de Israel em 1948 e foram motivados
pelo controle da Palestina. Ao todo, foram disputados quatro conflitos entre
israelenses e as nações árabes.
Origem dos conflitos árabe-israelenses
A origem dos conflitos árabe-israelenses está
ambientada no contexto das duas guerras mundiais e no imediato pós-guerra,
especificamente entre 1947 e 1949.
A origem dos conflitos árabe-israelenses remonta
ao início do século XX, quando passou a se concretizar a ideia de construção de
um Estado Judaico na Palestina. Saber do contexto no qual tiveram
origem esses conflitos é importante para se entender a Primeira Guerra
árabe-israelense, que ocorreu entre os anos de 1947 e 1949 e que pode ser
dividida em duas fases: a Guerra Civil do Mandato da Palestina (30 de
novembro de 1947 a 14 de maio de 1948) e a Guerra de Independência de
Israel (15 de maio de 1948 a 20 de julho de 1949).
O conflito desenvolveu-se a partir do momento
em que houve a aprovação, por parte da recém-criada Organização das Nações
Unidas (ONU), do Plano de Partilha da Palestina e intensificou-se
após a Declaração de Independência de Israel em 14 de maio de 1948.
O Estado Judaico e o Mandato Britânico da Palestina
O contexto que acabou dando ensejo ao
conflito entre árabes e judeus foi marcado pelos projetos nacionalistas de
ambos os lados. Do lado judeu, havia o movimento sionista, fundado pelo húngaro Theodor
Herzl, cujo órgão principal foi o Fundo Nacional Judaico (Karen
Kayemet Israel) – uma espécie de banco que tinha por objetivo levantar fundos
para a compra de terras na Palestina, então pertencente ao Império
turco-otomano. As terras compradas abrigariam o futuro Estado Nacional judeu.
Do lado árabe, havia o interesse de povos, como os jordanianos e os palestinos,
de se tornarem independentes do Império turco-otomano e, tal como os judeus,
formarem o seu Estado Nacional.
Quando sobreveio a Primeira Guerra Mundial, em julho de 1914, as potências
associadas na Tríplice Aliança (Império Alemão, Áustria-Hungria e o reino da
Itália) valeram-se do apoio do Império turco-otomano no Oriente e no Norte da
África. Das potências contrárias, que formavam a Tríplice Entente, a
Grã-Bretanha, em específico, deu apoio ao projeto sionista, em 1917, por meio
de declaração do Ministro das Relações Exteriores, Arthur James Balfour,
que prometeu aos judeus ajuda na fundação de seu Estado Nacional após a
iminente derrota do Império Otomano.
O problema era que os britânicos precisavam
também do auxílio militar dos árabes palestinos e jordanianos na luta contra os
otomanos. Isso criou um impasse que o sociólogo Cláudio Camargo explica em seu
ensaio presente no livro História das Guerras:
[…] a Grã-Bretanha estava em plena guerra
contra o Império Otomano e, como precisava do apoio das populações árabes que
habitavam aqueles territórios controlados pelos turcos, prometeu-lhes também
mundos e fundos. Por isso, antes da Declaração de Balfour, o governo de Londres
havia se comprometido com o emir Hussein ibn Ali, prefeito de Meca, a apoiar o
estabelecimento de um reino árabe independente do Oriente Médio, em retribuição
ao esforço árabe na guerra contra os otomanos. Pior: antes dessas vãs
promessas, em 1916, os britânicos haviam firmado com os franceses os Acordos
Sykes Picot, que previam a divisão do Oriente Médio em esferas de influência anglo-francesas
em caso de vitória dos Aliados da Tríplice Entente (França, Grã-Bretanha e
Rússia) contra a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Império
Otomano).
Com o fim da Primeira Guerra e a derrota do
Império Otomano, britânicos e franceses definiram uma estrutura de mandatos
administrativos para a região do Oriente Médio. A região da Palestina ficou
sendo tutelada pelo Mandato Britânico da Palestina, firmado em 1922.
Entretanto, logo as diferenças entre as duas comunidades levaram à explosão dos
conflitos.
Guerra Civil do Mandato Britânico da Palestina
Durante a primeira década de vigência do
mandato referido, o movimento sionista continuou a financiar a imigração de
judeus europeus para a Palestina, e mais: as terras compradas assumiram o
caráter de “propriedade do povo judaico” e só poderiam ser vendidas a judeus.
Em meados da década de 1930, quando as ações antissemitas do nazismo
alemão começaram a repercutir no mundo todo, o grão-múfti (autoridade
espiritual do islamismo) de Jerusalém, Hajj Amin al-Husseini, organizou
uma revolta contra as autoridades britânicas e os judeus instalados na
Palestina. Al-Husseini era simpático ao nazismo e esteve com Adolf Hitler em
diversas ocasiões.
Com o propósito de se organizarem contra as
investidas das revoltas árabes, os judeus formaram a Haganá, organização
paramilitar que depois viria a ser a base das forças armadas israelenses. No
fim dos anos 1930 e durante toda a metade dos anos 1940, ocorreu a Segunda
Guerra Mundial, o que enfraqueceu a capacidade de mediação de conflitos da
Grã-Bretanha no Oriente Médio.
Findada a Segunda Guerra, o Mandato da
Palestina já não conseguiu mais resolver a tensão instalada na região e
transferiu o problema para a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 30 de novembro de 1947, a ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina,
dividindo o território em algumas porções para judeus e outras para árabes. A
recém-fundada Liga Árabe (constituída por países como Egito, Síria,
Líbano e Arábia Saudita) recusaram, de imediato, o plano.
Esse plano pôs fim ao Mandato da Palestina e
deu início à guerra civil envolvendo, do lado judeu, a Haganá e outras facções
que flertavam com o terrorismo, como o Irgun e o Lehi, e, do
lado árabe palestino, os Exércitos da Guerra Santa e da Libertação.
O conflito limitou-se a essas forças até 14 de maio de 1948, quando, por uma
decisão das autoridades judaicas, na pessoa de David Ben-Gurion, o conflito
tomou proporções bem maiores.
Primeira Guerra árabe-israelense
Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, que
viria a ser o primeiro-ministro de Israel, assinou a Declaração de
Independência de Israel em Tel Aviv. A independência teve o reconhecimento
imediato da URSS e dos EUA. Mal houve a comemoração do povo judaico, a reação
da Liga Árabe já foi apresentada. Era deflagrada a Primeira Guerra
árabe-israelense, com todos os exércitos da Liga Árabe mobilizados contra
Israel.
Da Haganá surgiram as Forças de Defesa de
Israel, que se uniram aos grupos Irgun e Lehi para combater os árabes. O mundo
ficou impressionado com o poder de ação das forças israelenses, sobretudo na
parte de logística e estratégia. A guerra só teve fim em 20 de julho de 1949,
quando houve o último acordo de Israel com a Síria, com a vitória definitiva de
Israel.
Depois da guerra, como diz Cláudio Camargo:
[…] Israel tinha expandido muito seu
território: de 55% da Palestina que lhe tinha sido atribuídos pelo plano de
partilha da ONU, conquistou 79% dela pelas armas. Essas terras tornaram-se, de
fato, território de Israel. Ficaram de fora a cadeia de baixas montanhas do
centro e sul da Palestina, conhecidas como Margem Ocidental ou Cisjordânia, que
ficou sobre o controle da Transjordânia, além da Faixa de Gaza, que ficou sobre
a administração militar egípcia. Jerusalém, que foi dividida entre a parte
oriental – a cidade antiga e o bairro extramuros, que foram ocupadas pelos
jordanianos; e a parte ocidental extramuros, que ficou sob o controle de Israel
[2]
A Haganá foi o grupo paramilitar judeu que
deu origem às Forças de Defesa de Israel
Criação do Estado de Israel
A Criação do Estado de Israel ocorreu,
formalmente, em 1948, mas seu processo remonta ao século XIX.
A história da criação do Estado de Israel é
um dos assuntos que mais geram polêmica nas discussões entre historiadores,
cientistas sociais e jornalistas. Isso se dá pelo fato de que a porção de
terras onde Israel foi construído situa-se na região da Palestina, de modo que
os muçulmanos que habitavam essa região não conseguiram, de igual modo, formar
um Estado para si. As razões para tanto estão relacionadas com o conflito
étnico/religioso entre palestinos e judeus.
É sabido que, na Idade Antiga, os judeus
conseguiram formar um reino na região do atual Estado de Israel. Essa região é
tida tradicionalmente pelos judeus como a “Terra Prometida” por Deus e onde
seriam realizadas todas as promessas divinas. É sabido também que o reino dos
judeus sempre foi fustigado por outros povos, como assírios, egípcios,
babilônios e romanos. Foram esses últimos que transformaram a região do Oriente
Médio em uma de suas províncias e a ela deram o nome de Palestina. A partir de
então, uma gigantesca parcela da população judaica dispersou-se pelo mundo
(sobretudo pelo continente europeu), naquilo que ficou conhecido como diáspora.
À medida que os séculos corriam, os judeus
dispersos pela Europa procuravam adaptar-se às singularidades regionais,
preservando, contudo, sua tradição religiosa. Desse modo, várias comunidades
judaicas foram surgindo em regiões como Holanda, Alemanha, Suíça, Rússia e
Espanha, onde conseguiram estruturar-se em negócios relacionados com o comércio
e finanças. Todavia, logo na Idade Média, surgiu o antissemitismo (aversão ao
povo judeu), tendo se revelado com maior agitação em episódios como o da Peste
Negra, diante do qual populações inteiras de judeus foram massacradas por terem
sido consideradas provocadoras da moléstia. As teses antissemitas prosseguiriam
nos séculos seguintes, de modo que, no século XIX, um judeu húngaro
chamado Theodor Herzl passou a idealizar um retorno dos judeus para a
região da Palestina, na qual teriam a possibilidade de não mais viveram dispersos
e sem organização social, política e jurídica definida. O movimento encabeçado
por Herzl ficou conhecido como sionismo.
A região da Palestina, até 1922, pertencia ao
Império Otomano. Não existia um Estado árabe palestino definido na região,
tampouco algo semelhante a um Estado judaico. O primeiro impulso no sentido da
construção de uma nação judaica foi a compra de terras dos otomanos. Essas
terras seriam destinadas aos primeiros assentamentos de judeus na Palestina. Em
1901, foi criado o KKL (Karen Kayemet LeIsrael), ou Fundo
Nacional Judaico, órgão que passou a arrecadar as doações para a compra de
terras e agenciar a emigração dos primeiros judeus europeus para a Palestina.
Ocorreu que, com a erupção da Primeira
Guerra Mundial (1914-18), o Império Otomano acabou por ser
progressivamente deteriorado. Em 1922, toda a extensão de terras antes
pertencentes aos otomanos passou a ser dividida entre os próprios muçulmanos,
que queriam construir Estados livres (como foi o caso da Turquia), e entre os países
vencedores da guerra. Um dos países vencedores foi a Inglaterra, que passou a
administrar a região da Palestina por meio da criação do Mandato Britânico
da Palestina. Foi, portanto, com os ingleses que os judeus continuaram a
negociar a construção do Estado de Israel. O problema é que sobreveio, nas
décadas de 1930 e 1940, o nazismo e a Segunda Guerra Mundial e,
com isso, aquilo que já conhecemos: a perseguição, prisão e extermínio de
milhões de judeus em campos de concentração.
Após a Segunda Guerra e a exposição de seus
horrores, os representantes do sionismo aceleraram o processo da criação do
Estado Judaico, dessa vez tutelado pela recém-criada Organização das
Nações Unidas – ONU. A ideia originária era criar um Estado judaico que não
comprometesse, no entanto, as comunidades de árabes muçulmanos que também
residiam na Palestina. Entretanto, nessa mesma época, foi criada a Liga
Árabe, uma associação entre países que se formaram após a dissolução do Império
Otomano e que explicitamente não reconheciam a existência de um Estado judaico
na Palestina. Entretanto, em 1948, o Estado de Israel foi reconhecido pela ONU
e passou a existir formalmente. Nesse contexto, países como o Egito, Líbano,
Síria e Arábia Saudita (membros da Liga Árabe) confrontaram-se com essa decisão
e passaram a se digladiar contra os judeus naquela que ficou conhecida
como Primeira Guerra Árabe-Israelense.
A existência do Estado de Israel foi formalmente
instituída em 1948
Breve resumo das Guerras Árabe-Israelenses
As Guerras Árabe-Israelenses estenderam-se ao
longo de grande parte da segunda metade do século XX e colocaram o controle da
Palestina em disputa entre árabes e judeus.
Guerras Árabe-Israelenses são a junção dos
conflitos que envolvem a ocupação da Palestina por palestinos e israelenses. A
disputa pela Palestina tem como marco 1948, ano em que a primeira guerra entre
árabes e israelenses foi realizada. Ao longo do século XX, uma série de
conflitos aconteceu na região, e a indefinição acerca da questão palestina
ainda é grande.
Raízes da disputa
A disputa pelo controle da Palestina está
diretamente ligada com o surgimento do movimento sionista, no final
do século XIX. Esse período ficou conhecido como a “fase de ouro” dos nacionalismos na Europa e, em relação aos judeus, deu
origem a uma ideia que defendia a criação de um Estado que abrigasse a
população judia da Europa.
O expoente desse ideal foi Theodor
Herzl, jornalista judeu húngaro que, em 1896, publicou um livro
chamado O Estado Judeu, no qual se argumentava exatamente a
necessidade de se criar um Estado para o povo judeu. Segundo o autor Cláudio
Camargo, esse livro de Herzl era uma resposta ao antissemitismo que começava a crescer, sobretudo, na
Europa Oriental
A longo prazo, essa ideia levou à ocupação,
em uma escala cada vez maior, da Palestina pelos judeus. A migração de judeus
para a Palestina aumentou consideravelmente a partir da década de 1930, em
decorrência do forte antissemitismo. Em 1945, dos 1,97 milhão de pessoas que
viviam na Palestina, 808 mil eram judeus
À medida que a população judaica crescia na
Palestina, os problemas com os palestinos – habitantes históricos da região –
aumentavam consideravelmente. A disputa entre judeus e palestinos foi reforçada
pela ação colonial dos ingleses, que realizaram as mesmas promessas
territoriais e de criação de um Estado nacional tanto para palestinos quanto para
judeus.
Paralelo a esse aumento considerável da
quantidade de judeus na Palestina, o nacionalismo árabe entre os palestinos
fortaleceu-se, bem como a exigência para a criação de um Estado nacional
(promessa feita pelos ingleses). Os ingleses, percebendo a complexidade da
situação, entregaram a questão palestina para que a Organização das Nações
Unidas (ONU) tomasse as medidas necessárias.
A saída encontrada pela ONU foi decretar a
criação de dois Estados distintos: o Estado da Palestina e o Estado de Israel.
A criação do Estado de Israel deu-se a partir da resolução
181 da ONU, realizada em novembro de 1947. Essa resolução contou com 33 votos a
favor da criação do Estado de Israel (incluindo o voto do Brasil) e 13 votos
contra.
Com a decisão da ONU, foi determinado que
53,5% do território da Palestina faria parte do Estado de Israel, enquanto
45,4% faria parte do Estado da Palestina (os palestinos, mesmo tendo maior
população, ficaram com parcela menor do território). Jerusalém – reivindicada
pelos dois – ficaria sob controle internacional.
Os conflitos
A proposta da ONU de divisão da Palestina
entre palestinos e israelenses foi prontamente aceita pela Organização Sionista
Mundial, mas foi rejeitada pelos países árabes. A tensão entre os dois lados
aumentou ainda mais, o que levou milícias judaicas a atacar comunidades árabes,
causando a morte de centenas de pessoas.
Quando o Estado de Israel foi proclamado, a
guerra na região começou. A primeira guerra, iniciada em 1948, ficou conhecida
como Primeira Guerra Árabe-Israelense e foi resultado da não
aceitação, pelos países árabes, da criação do Estado de Israel dentro dos
termos estabelecidos pela ONU. Esse foi o primeiro de muitos conflitos entre
árabes e israelenses ao longo da segunda metade do século XX.
Essa guerra estendeu-se até janeiro de 1949,
quando um acordo de paz foi assinado e colocou fim ao conflito. Israel saiu
vitorioso desse confronto e aumentou seu território em aproximadamente 1/3. Uma
consequência grave dessa guerra é conhecida entre os palestinos como “nakba”,
palavra que, em árabe, significa “tragédia”. A respeito de todo o contexto
anterior à Primeira Guerra Árabe-Israelense,
“Nakba” faz referência à diáspora de cerca de
700 mil palestinos que foram obrigados a fugir da Palestina por conta da
violência das tropas israelenses. Esses 700 mil palestinos espalharam-se por
diversas partes do mundo, e Israel nunca concedeu o direito para que eles
retornassem à Palestina, mesmo com a ONU determinando o direito de retorno
desses refugiados.
Outros conflitos que aconteceram entre Israel e os países
árabes ao longo do século XX foram:
Guerra de Suez (1956);
Guerra dos Seis Dias (1967);
Guerra de Yom Kippur (1973).
A Guerra de Suez aconteceu em 1956
e foi resultado de uma ação conjunta de Israel, França e Reino Unido contra o
Egito, uma das nações de maior peso no “mundo árabe”. Essa guerra foi resultado
da nacionalização, realizada pelo Egito, do Canal de Suez. Nesse período, o
Egito era governado por Gamal Abdel Nasser, forte defensor de um
ideal nacionalista árabe conhecido como pan-arabismo, movimento político que
defendia a unificação de todos os povos do mundo árabe em apenas uma nação.
A nacionalização do canal prejudicava
interesses de Israel, França e Reino. Assim, as três nações juntaram esforços,
atacaram o Egito e reconquistaram o Canal de Suez. No entanto, a ação conjunta
dos três países desagradou profundamente Estados Unidos e União Soviética, que
estavam interessados na manutenção da paz e na estabilidade da região. Por
isso, ambos pressionaram Israel, Reino Unido e França a abandonarem a Península
do Sinai, região onde fica o canal.
Onze anos depois desse conflito, uma nova
guerra aconteceu na região: a Guerra dos Seis Dias. Essa guerra foi
iniciada como uma resposta do Egito aos ataques que Israel realizou contra
aeronaves sírias. Nesse período, a luta dos palestinos contra Israel dava-se de
maneira clandestina, por meio de duas organizações: a Organização pela
Libertação da Palestina (OLP) e o Al Fatah.
O Al Fatah realizava ataques de guerrilha
contra Israel a partir de suas bases estabelecidas na Síria. Esses ataques
geraram uma resposta de Israel, que atacou e abateu seis aeronaves sírias que
sobrevoavam o espaço aéreo da Síria. O ataque israelense mobilizou as nações
árabes, que passaram a pressionar o Egito, potência árabe da região, para que
alguma ação contra Israel fosse realizada.
A resposta do Egito veio com a ocupação da
zona do Canal de Suez, que estava nas mãos da ONU, e com o embargo marítimo
contra as embarcações israelenses no Golfo de Ácaba. A resposta militar
israelense foi fulminante, e, ao longo de seis dias (5 a 10 de junho de 1967),
Israel conquistou a Cisjordânia, Península do Sinai, Jerusalém Oriental e as
Colinas de Golã, que não foram devolvidas para a Síria até hoje.
Por fim, a última guerra travada entre árabes
e israelenses foi a Guerra de Yom Kippur, realizada em 1973. Essa
guerra foi uma tentativa das nações árabes de recuperar os territórios que
haviam perdido durante a Guerra dos Seis Dias. A guerra iniciou-se com um
ataque surpresa conduzido pelos egípcios em 14 de outubro de 1973 contra a
Península do Sinai. Uma trégua foi assinada no dia 22 de outubro e pôs fim a
esse conflito.
O conflito árabe-israelense atualmente
A questão entre árabes-palestinos e
israelenses segue bastante complexa. Após todas as guerras travadas no período
1948-1973, aconteceu uma série de momentos importantes que serviram ora para
agravar, ora para atenuar as tensões existentes. Dentre esses acontecimentos,
podem-se destacar as Intifadas de 1987 e 2000 (protestos violentos
organizados pelas populações árabes contra arbitrariedades cometidas por
Israel) e os Acordos de Oslo de 1993, que ensaiaram uma paz, mas
acabaram fracassando.
Atualmente, observadores internacionais
criticam Israel por não permitir o retorno dos refugiados palestinos à
Palestina. Além disso, críticas contra Israel são realizadas em decorrência das
leis discriminatórias que existem no país contra a população palestina e da
ação expansionista de Israel sobre a Cisjordânia, que incentiva a construção de
vilas israelenses na região. O símbolo da divisão entre os dois povos é o muro construído por Israel na Cisjordânia.
Ao longo do século XX, uma série de conflitos
aconteceu entre Israel e diversas nações árabes
Antissemitismo
Antissemitismo é um termo cunhado na segunda
metade do século XIX e designa a aversão e o ódio aos judeus.
Antissemitismo é um termo utilizado
desde a segunda metade do século XIX para designar o ódio e aversão aos judeus.
O cume dessa aversão, seguramente, foi a chamada shoa, ou holocausto, um genocídio promovido pelo nazismo na década de 1940 contra cerca de seis milhões de
judeus da Alemanha, Áustria, Polônia e outras regiões.
É sabido que os judeus começaram a se
dispersar pelo mundo ainda na Antiguidade, quando a região da Palestina era
província do ImpérioRomano. Essa dispersão, também conhecida como diáspora,
foi provocada por expulsões forçadas, como a que ocorreu após a destruição de
Jerusalém e do Templo de Salomão, no ano 70 d.C.
O continente europeu foi o principal destino
dos judeus dispersos, que começaram a formar comunidades, tanto na parte
ocidental quanto na parte oriental da Europa, na passagem da Antiguidade para a
Idade Média. Com o avançar dos séculos, os judeus passaram a ter grande
influência em negócios financeiros nas nações modernas europeias, mas não
conseguiram eles próprios formar um Estado nacional tipicamente judaico em solo
europeu.
Desde a Idade Média houve perseguição aos
judeus na Europa. No século XIV, por exemplo, na época da Peste Negra, comunidades judaicas foram massacradas por terem
sido acusadas de provocar a epidemia. Os judeus também eram acusados em nações
como Portugal e Espanha de praticarem pecados como a usura, sendo, por isso, condenados à expulsão do país e ao
degredo.
Antissemitismo e racismo
Com o avançar da modernidade, as perseguições,
que antes eram de natureza religiosa, passaram a ser, a partir do fim
do século XVIII, de natureza racial. O antissemitismo moderno, que
desembocou no holocausto nazista, teve suas raízes no racismo calcado em preceitos científicos – como os
pressupostos da teoria da evolução das espécies de Darwin, ideologicamente
deturpados.
Um dos casos mais emblemáticos de
antissemitismo no século XIX foi o ocorrido em Paris, em 1894, chamado de “Caso
Dreyfus”. Esse caso consistiu em um “factoide” (informação falsa) armado pelo
exército francês contra o oficial de artilharia Alfred Dreyfus, de origem
judaica. Dreyfus foi acusado de ser espião do exército alemão infiltrado na
França. O factoide tinha como objetivo criar uma “cortina de fumaça” em torno
dos segredos militares franceses. O fato de ser judeu contribuiu para que
Dreyfus fosse tomado como “bode expiatório”, haja vista que a sociedade fortemente
antissemita da época teria mais propensão a acreditar na traição de um judeu, e
não o contrário.
Origem do termo antissemitismo
Vale ressaltar que o termo antissemitismo foi
cunhado pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1879, com o objetivo
de “suavizar” ironicamente o termo alemão Judenhass, que significa “ódio
aos judeus”. Foi esse jornalista que também fundou a organização “Liga dos
Antissemitas”, uma das associações que criticavam explicitamente a presença dos
judeus na Alemanha. A “semente” do genocídio planejado por Hitler e Himmler foi lançada nessa época.
O Nazismo e a “solução final”
Com a ascensão do nazismo ao poder na
Alemanha, em 1933, o antissemitismo tornou-se institucionalizado. Os ataques
aos judeus começaram com uma intensa propaganda racista, com argumentos que
ressaltavam que a degeneração social e econômica da Alemanha, em especial, e da
Europa, em geral, era culpa dos judeus.
Esse tipo de ataque foi sucedido pela
construção de guetos nas áreas urbanas para isolar os judeus do
restante da população, formulação de leis que proibiam o casamento de judeus
com não judeus e leis que proibiam a ocupação de cargos públicos por judeus. A
isto sobrevieram ainda os chamados “pogroms”, destruição de lojas, casas,
sinagogas e demais estabelecimentos alemães reconhecidos como judaicos.
Todo esse processo antecedeu a “solução final”,
que consistia no extermínio dos próprios judeus. A solução final foi engendrada
principalmente por Hitler e pelo chefe das forças especiais, SS, Heirinch Himmler. Tratava-se
construção de campos de trabalho forçado e de extermínio por gás asfixiante em
vários pontos da Europa, sobretudo no Leste europeu. Foi com base nessa
“engenharia da morte” que seis milhões de judeus foram mortos.
Estrela judaica com o nome “Jude” (judeu, em alemão) no
centro
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AULA DIA 16-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
ORIENTE MÉDIO
O Oriente
Médio, também chamado de Médio
Oriente, é uma região do globo que abrange alguns países da Ásia e um da
África.
Possui uma população de cerca de 270 milhões de
pessoas sendo que a maior parte são árabes.
Essa região abrange algumas capitais e grandes
cidades como o Cairo (Egito), Istambul (Turquia), Ancara (Turquia), Teerã
(Irã), Bagdá (Iraque), Riad (Arábia Saudita) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
Ali, diversas populações da antiguidade se
desenvolveram, como por exemplo, os mesopotâmicos e os egípcios. Sua história,
desde então, esteve repleta de alianças e conflitos que originaram essa região.
Note que parte da Turquia está localizada na
Europa, sendo o único país do Oriente Médio nesse continente.
Características
Gerais
Localização
O Oriente Médio está localizado entre os mares
Mediterrâneo, Negro, Cáspio, Arábico e o Vermelho. Possui uma área aproximada
de 7.200.000 km2 abrangendo mais de 15 territórios.
Note que esses países e o estado da Palestina estão
inclusos na definição tradicional de Oriente Médio. O G8, por exemplo, já
inclui o Afeganistão, o Paquistão e alguns países da África do Norte.
Aspectos
Físicos
O relevo costuma
apresentar baixas altitudes em praticamente todo o seu território,
excetuando-se a região Norte, mais especificadamente a Turquia, que apresenta
algumas regiões montanhosas. É composto por muitos planaltos, com destaque para
o planalto de Anatólia na Turquia e algumas planícies, com destaque para a
planície da Mesopotâmia.
A sua extensão é
quase toda delimitada por mares: O Mar Negro e o Mar Cáspio ao norte, os Mares
Vermelho e Mediterrâneo a oeste e o Mar Atlântico ao sul. Apenas a leste é que
sua área é delimitada por terra: pela Ásia do Sul e do Sudeste e pela China,
mais ao oriente.
Clima
Os climas predominantes no Oriente Médio são
o semiárido e o desértico.
Ambos são marcados por elevadas temperaturas e baixo índice pluviométrico.
Assim, trata-se de uma região muito seca onde a
umidade relativa do ar é baixa. Dois importantes desertos estão localizados na
região: o deserto da Arábia (na Península Arábica) e o deserto do Saara (no
Egito).
Deserto
da Arábia
Nas regiões onde o clima semiárido é predominante,
o índice pluviométrico costuma ser um pouco maior.
Vegetação
Visto o clima hostil que possui, a vegetação da
região é escassa. É marcada por plantas com raízes profundas, algumas árvores,
gramíneas e cactáceas.
Essas plantas desenvolveram formas de sobreviver
nesse tipo de ambiente, retendo água durante grande parte do tempo.
Onde o clima semiárido prevalece, encontram-se mais
vegetações nos locais de pradarias e estepes.
No litoral, a vegetação é ainda mais abundante, com
presença de arbustos e árvores. Isso porque a umidade, por estar próxima do
mar, é mais elevada, o que favorece o desenvolvimento de mais plantas.
Hidrografia
Um dos fatores de desenvolvimento desse clima e
vegetação presentes no Oriente médio deve-se ao pequeno número de rios que
atravessam a região.
Região
do Crescente Fértil (em rosa) e a localização dos rios Tigres e Eufrates
Feita essa observação, devemos ressaltar que a água
na região é escassa, o que pode levar ao desenvolvimento de mais conflitos que
envolvem esse recurso natural.
Cultura
O Oriente Médio possui uma cultura religiosa muito
forte. Isso porque foi ali que se desenvolveram diversas religiões desde o
cristianismo, judaísmo e o islamismo. Portanto, o local abriga diversos templos
e locais religiosos, como Meca e Jerusalém.
Cúpula
da Rocha, um dos lugares sagrados de Jerusalém e exemplo da arquitetura
islâmica.
É uma região muito diversa que abriga diversas
etnias, sendo que a mais destacada é a árabe. Isso faz com que o local seja um
amplo complexo cultural.
Economia
A região do Oriente Médio é um importante centro
econômico do mundo. Um dos maiores motivos são as reservas de petróleo
existentes, além de pedras preciosas.
Arábia Saudita e Irã são os dois países que possuem
as maiores reservas de petróleo do mundo. Além deles, são também exportadores
de petróleo o Iraque, Kuwait, Barein, Catar e Emirados Árabes Unidos.
Instalações
da Saudi Aramco, empresa de petróleo e gás na cidade de Dhahran, Arábia
Saudita.
Aproximadamente 60% das reservas mundiais desse
minério estão localizadas aqui. Ainda que os dados demostrem que essas reservas
gerem muitos lucros, grande parte da população que vive no Oriente médio é
pobre. Ou seja, isso explica que há na região uma má distribuição de renda.
Outro setor que tem desenvolvimento na região é o
setor agropecuário. Criação de animais e algumas plantações (cana-de-açúcar,
arroz, trigo, etc.) são desenvolvidas em áreas onde o solo é mais fértil.
Por fim, o turismo é também uma atividade que move
a economia desses países com destaque para a Turquia, Arábia Saudita, Emirados
Árabes Unidos e Israel.
A cidade de Meca, na Arábia Saudita, apresenta um
turismo religioso muçulmano muito expressivo todos os anos.
Nesse sentido, Jerusalém também se destaca como uma
das cidades mais antigas do mundo e considerada sagrada para os cristãos,
judeus e islamitas.
Religião
A religião
predominante é o islã, religião aderida por cerca de 90% da população total.
Registra-se que ela tenha sido originada em tribos da península arábica e
caracterizada por ser monoteísta, em que o único Deus é Alá, e pelo seu caráter
messiânico, ou seja, a crença em um Messias (salvador), o profeta Maomé. O Islã
compreende hoje em mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo e, desse total,
230 milhões são do Oriente Médio. Além dos muçulmanos, existem ainda cerca de 6
milhões de Judeus, quase todos concentrados em Israel, e mais de 13 milhões de
cristãos.
Geopolítica
O Oriente médio é
caracterizado pela ocorrência de muitos conflitos geopolíticos ao longo de sua
história. É, de longe, o local com maior tensão no mundo. Em tempos históricos,
muitos povos invadiram essa região, como os Persas, o Império Árabe e os Turcos
Otomanos. Sua localização na divisa de três continentes, a posição geográfica
de suas nações, conflitos religiosos e, principalmente, o petróleo estão na
base desses conflitos.
O principal
conflito do Oriente médio é entre Israel e Palestina, trata-se de uma guerra
entre Árabes e Judeus em busca da formação de seus respectivos territórios e
pela ocupação da cidade considerada sagrada para ambas as nações: Jerusalém.
Outra questão é a
dos curdos, um povo atualmente formado por cerca de 30 milhões de habitantes dispersos
por todo o Oriente Médio, mais conhecidos por ser a maior nação sem pátria do
mundo. Reivindicam junto a ONU o seu território e, por isso, são muito
perseguidos.
Além disso, muitas
das nações dessa região, ao longo da história, guerrearam em busca de expansão
de seus territórios. A intensificação dessas batalhas se deu após o processo de
ocupação realizado pelas grandes potências europeias, que dividiram esse espaço
em territórios diversos conforme suas vontades e necessidades.
Espaço
regional do Oriente Médio
__________________________________________ AULA DIA 01-04 –
GEOGRAFIA/PROF. PAULO
ASPECTOS GERAIS DA OCEANIA
A Oceania é o menor continente do mundo
(constituída por apenas 14 países e de certa forma todos são insulares) e junto
com a América forma o chamado “Novo Mundo”, aliás é um continente que possui
algumas similaridades com a América como a presença de povos nativos originários
dali (índios nas Américas e aborígenes na Oceania), os aborígenes após a
colonização inglesa, foram exterminados em massa. Isso aconteceu da mesma
maneira com os povos indígenas da América com a colonização portuguesa e espanhola, sendo
que na Oceania a colonização foi basicamente inglesa.
O território
continental da Oceania se resume ao território australiano, mas devido a sua
extensão pequena para um continente, bem como por ser ocupado apenas por um
país, a parte continental da Oceania é vista muitas vezes como se fosse uma
ilha. Além da Austrália continental,
a Oceania é formada por diversas ilhas sendo a maior delas a Nova Zelândia que
junto com a Papua-Nova Guiné e a Austrália formam a chamada Australásia. Outras
ilhas são as chamadas Melanésia, Micronésia e Polinésia.
Mapa político da Oceania.
Estas categorizações, criadas a partir de uma
perspectiva colonialista, não dizem respeito à idade dos continentes. Pois,
antes da descoberta por parte dos europeus, os continentes já eram habitados
por seus povos nativos.
REGIÕES DA OCEANIA
A porção continental da Oceania é composta
basicamente pela Austrália, sendo os demais países, todos insulares. Sua maior
ilha é a Nova Zelândia que compõe a chamada Australásia. Pelas características
da Oceania, ela divide-se em quatro regiões, sendo elas: Australásia,
Polinésia, Melanésia e Micronésia.
Na Australásia temos com maior destaque, a
Austrália, o estado de Tasmânia, Nova Guiné e Nova Zelândia. A Melanésia é onde
encontramos ilhas como, Fiji, Ilhas Salomão e Papua-Nova Guiné. Na Micronésia,
como o próprio nome já indica, temos a presença de ilhas menores, como as Ilhas
Marshal, Kribati e Plau. Por fim, na região da Polinésia, que é a região de
maior concentração de ilhas, temos a presença do Havaí e da Ilha de Pascoa.
Devido à colonização intensa e marcada por diversos
conflitos ao longo da história, muitas destas ilhas localizadas nas regiões
aqui citadas, pertencem a outros países. Como por exemplo, o Havaí e as Ilhas
Marshall que pertencem aos Estados Unidos e a Ilha de Páscoa que pertence ao
Chile.
RELEVO DA OCEANIA
A Oceania compreende a Austrália e os
arquipélagos da Melanésia, Micronésia e Polinésia. É o menor continente do planeta,
com uma área semelhante à do Brasil. Contém mais de 10 mil ilhas, abrangendo
uma superfície de cerca de 8.500.000 km². Aproximadamente 86% desse território
é ocupado pela Austrália, única plataforma continental, enquanto o restante é
formado pelas inúmeras ilhas de origens diferenciadas, podendo ser: ilhas
continentais, vulcânicas ou coralíneas (atóis). O relevo do continente
apresenta características muito diversificadas devido ao fato de ser formado
por terrenos de idades geológicas muito diferentes.
Situada ao centro do continente, a nordeste
da Austrália, a Melanésia é um conjunto de ilhas das quais fazem parte: as
Salomão, o arquipélago de Bismarck, Vanuatu, Fiji, Nova Caledônia,
Nauru, Tuvalu e, a maior
delas, a da Nova Guiné (Papua-Nova Guiné). Algumas delas, as maiores ilhas da
Oceania, são consideradas continentais, por terem a mesma estrutura rochosa dos
continentes. A geologia dessas ilhas é baseada em rochas cristalinas muito
antigas, assim como a Austrália.
Sua superfície é composta basicamente de
extensos planaltos rochosos, elevações montanhosas suaves e bacias sedimentares ao
longo dos vales dos rios.
No relevo da Oceania existem quatro grandes
unidades geomorfológicas: o escudo australiano, a geossinclinal da Tasmânia, os
arcos melano-zelandeses e o próprio Oceano Pacífico. Os territórios mais
antigos são do escudo pré-cambriano, no oeste e no centro da Austrália. Os
maciços de Hamersley, a noroeste, e de Kimberley, ao norte, bem como a região
central de Alice Springs, afloramentos desse escudo, que em outras áreas é
recoberto por sedimentos de idades diversas, inclusive do período quaternário.
A leste do escudo australiano, está a
geossinclinal da Tasmânia, que possui as maiores elevações da Austrália. Seu
ponto culminante é o monte Kosciuszko, com 2.228m. Montanhas de altitude
moderada formam o divisor continental denominado Grande Cadeia Divisória, a
cerca de 300km do mar.
Os arcos que se estendem da Nova Guiné à Nova
Zelândia são a continuação das guirlandas insulares da Ásia oriental e
meridional, áreas de intenso vulcanismo. De um modo geral, o relevo se dispõe
em alinhamentos paralelos a depressões, emersas na nova Guiné e imersas em
outras partes. Nas ilhas Fiji existem alinhamentos maiores, separados por
depressões. Na Melanésia, os relevos emersos do continente são mais elevados,
atingindo 5.000m no pico Sukarno, na Nova Guiné Ocidental, que possui ostenta
uma geleira em plena linha do Equador. Por ser um processo recente, a orogênese
ainda está ocorrendo em algumas áreas, como é o caso na Nova Guiné.
VEGETAÇÃO DA OCEANIA
A vegetação tem como principal fator de formação o
clima. A Oceania possui
territórios localizados no hemisfério sul entre a linha do Equador e o círculo
polar Antártico, além de ter uma célula de alta pressão subtropical sobre o
território australiano, que forma um deserto no interior desse país. Podemos
observar que a Oceania apresenta diferentes tipos de
clima, o que faz com que esse continente apresente variados tipos de
formações vegetais. A Oceania pode ser dividida entre duas porções:
continental, sendo a Austrália o único país; e insular com algumas ilhas
grandes, como Papua Nova Guiné e Nova Zelândia, e inúmeras
pequenas ilhas.
As vegetações de climas tropicais dominam as ilhas,
salvo a Nova Zelândia, além de grande parte do território australiano. A
vegetação de floresta tropical ocupa a porção insular do continente e uma
pequena faixa do litoral nordeste da Austrália. O clima quente e úmido dessas
florestas favorece o aparecimento de uma grande biodiversidade, e de uma densa
cobertura vegetal. O dossel na floresta tropical é
contínuo e dividido em três níveis: superior, entre 50 e 60 metros, médio (o
mais denso), entre 20 e 40 metros, e o inferior, entre cinco e 15 metros. O
norte da Austrália é dominado pela floresta tropical sazonal e o complexo
arbustivo com árvores de pequeno e médio portes, com não mais do que 15 metros,
possuindo galhos em forma de guarda-chuva virado de cabeça para baixo, além de
arbustos xerófitos, adaptados ao clima seco. A savana tropical ocupa a parte
periférica do deserto australiano, que fica no centro do país, e faz a transição
entre o deserto e climas mais úmidos. Apresenta grandes campos de gramíneas, com árvores esparsas e de copas
achatadas. Nas áreas mais secas, as gramíneas crescem em moitas, deixando o
resto do solo descoberto.
Os climas mesotérmicos (subtropicais) são
encontrados no litoral sul e oeste da Austrália e na Nova Zelândia, salvo o
centro leste do litoral neozelandês. O litoral sul e grande parte do litoral
leste da Austrália são cobertos pela vegetação de complexo arbustivo mediterrâneo. Arbustos
lenhosos adaptados aos verões secos, folhas e caules “duros”, com entre um e dois
metros de altura, e ramos retorcidos, dominam essa paisagem em conjunto com bosques e
gramíneas. O leste da Austrália apresenta pequenos enclaves de floresta
temperada, vegetação que domina quase toda a Nova Zelândia. A floresta
temperada apresenta poucas espécies vegetais, sendo uma mistura de grandes
pinheiros e árvores latifoliadas, com folhas largas. Essas florestas, junto com
suas correlatas norte americanas, são os lares das maiores árvores do mundo.
Os climas secos (árido e semiárido) são encontrados
no centro da Austrália e no litoral centro leste da Nova Zelândia. A vegetação
desértica varia de quase nenhuma cobertura vegetal a arbustos xerófitos,
adaptados à seca, e plantas de caule suculento, como os cactos. Entre as adaptações encontramos cascos
duros e folhas cobertas por cera ou pelos, para evitar a transpiração, e raízes profundas e fasciculadas, para
aumentar a absorção de água. O litoral leste da Nova Zelândia é coberto por
campos de latitudes médias.
Grandes campos de gramíneas com arvores latifoliadas nos cursos de água.
A tundra alpina é encontrada no topo das montanhas
na Nova Zelândia e Papua Nova Guiné. Caracteriza-se por ser uma vegetação
rasteira de herbáceas, musgos, líquens e pequenos arbustos lenhosos. A
neve, o frio e o vento constante impedem o aparecimento de espécies vegetais
mais desenvolvidas.
CLIMA DA OCEANIA
O clima leva em consideração dois principais
fatores: as temperaturas médias e a quantidade média de precipitação. A
temperatura média faz referencia as médias de cada mês e sua variação sazonal.
O índice pluviométrico mede a quantidade de precipitação mensal e suas
variações sazonais. Os dois fatores são influenciados por diferentes
características do local, como a insolação e umidade. O nível de insolação, ou
nível de energia solar, é dado
principalmente pela latitude, controlando em grande medida a temperatura do
local. A altitude do relevo, a proximidade ou não de grandes corpos de água (maritimidade/continentalidade),
a pressão atmosférica e as correntes marítimas, também influenciam na umidade
que uma região recebe e suas temperaturas.
A Oceania pode ser divida em duas partes. A
primeira é a continental cujo único país é a Austrália. A segunda é a porção
insular, que compreende países como Papua-Nova Guiné, Nova Zelândia, Timor Leste,
além de inúmeros arquipélagos de
pequenas ilhas como Fiji, Tonga, Tuvalu, entre outras.
Os climas na região insular, exceto na Nova
Zelândia, são considerados climas quentes e tropicais. O clima que
abrange a maioria das ilhas e uma pequena parte ao norte da Austrália é o
de floresta tropical pluvial,
com temperaturas altas e pouca variação. O clima também apresenta umidade alta,
resultante das altas temperaturas e da proximidade com o oceano, o que faz com
que o índice pluviométrico seja alto durante o ano todo. Uma pequena porção
sofre a ação do clima tropical de monções,
com uma estação seca (de um a seis meses) e uma estação úmida (de seis a 11
meses), com temperaturas altas e com pouca variação. No centro de Papua-Nova
Guiné, encontramos o clima de montanha, menos severo que em regiões
subtropicais ou regiões com maiores altitudes. Na região, esse clima é seco e
com temperaturas mais brandas.
Outro clima tropical é o de savana, encontrado no norte da Austrália. Esse
clima apresenta duas estações, com verões úmidos e invernos secos, e
temperaturas quentes com pouca variação.
Os climas mesotérmicos (subtropicais) são
encontrados no litoral da Austrália, exceto a oeste, e Nova Zelândia.
Encontramos no nordeste australiano uma pequena porção de terras sob influência
do clima subtropical úmido de invernos secos, com quatro estações bem definidas,
verão quente com alto índice de precipitação, e inverno brando e seco. Essa
variação provém do efeito das monções, que cria no inverno uma área de alta
pressão, tornando o tempo seco. O litoral centro leste da Austrália apresenta
precipitações bem distribuídas durante o ano, com quatro estações bem
definidas, clima típico subtropical úmido de verões quentes. O clima marítimo
da costa oeste é encontrado no sudeste da Austrália e em toda a Nova Zelândia,
com quatro estações bem definidas, verão e invernos brandos, e precipitação bem
distribuída durante o ano. O litoral sul da Austrália é dominado pelo clima mediterrâneo de
verões secos, onde, ao contrário da média global, a precipitação se concentra
no inverno. Isso é decorrente da corrente marítima fria do leste australiano e
da movimentação das zonas de alta pressão no verão, que impedem que a umidade
se acumule no sul australiano.
Os climas desérticos são encontrados no centro da
Austrália, onde uma zona de alta pressão subtropical impede que ventos
carregados de umidade adentrem o continente. O deserto australiano é um típico
deserto subtropical, com precipitação concentrada no verão, inferior a 350mm
por ano, e estações que variam entre um verão muito quente e um inverno brando.
ASPECTOS AMBIENTAIS
Canguru-vermelho
Atualmente um dos grandes problemas
ambientais que tem afetado a Oceania, especialmente alguns pequenos países
insulares como Tuvalu,
tem sido o aumento no nível das águas oceânicas, em função do degelo das
calotas polares.
Apesar de algumas controvérsias, o consenso da comunidade científica
internacional é de que a causa principal do degelo é o aquecimento
global, causado pelo agravamento do efeito estufa que tem
como origem o buraco na camada de ozônio que
tem sido aumentado pela poluição
atmosférica.
O efeito deste aumento no nível dos oceanos é que algumas
ilhas da Oceania estão desaparecendo debaixo da água, forçando alguns países
como Tuvalu a fazerem acordos visando transladar seus cidadãos para outros
países (como a Austrália) quando o seu território submergir completamente.
A Oceania é basicamente plana, sendo o território australiano formado
principalmente por um planalto e algumas planícies. Por ser bastante plana, no
nível do mar, o aumento das águas oceânicas tem uma maior facilidade para
submergirem as terras deste continente.
Este continente também é muito lembrado pela sua curiosa fauna com
animais únicos no mundo como o Canguru, o Diabo da
Tasmânia, o Coala,
entre outros. Sua vegetação varia bastante, possuindo florestas mais ao norte,
com regiões semi-áridas com vegetação de arbustos e também áreas temperadas
mais ao sul.
ASPECTOS CULTURAIS
Por
conta da predominante colonização britânica, naturalmente há uma predominância
da língua inglesa na Oceania, tendo o seu direito baseado na common law britânica e
a religião predominante ser o cristianismo em sua vertente protestante e anglicana.
Isso não significa que não haja alguma cultura aborígine que ainda
resista no continente, mesmo que bem diminuta. Apesar das longas políticas para
que os nativos assimilassem desde cedo a cultura do colonizador (em alguns
casos, inclusive com as crianças sendo retiradas das mães aborígenes para serem
criadas na ilha da missão, aos cuidados da Igreja e do Estado). Inclusive o
princípe William do Reino Unido, juntamente com
sua esposa Kate Middleton, foram recebidos na ilha de Tuvalu com cerimônias
tradicionais do povo nativo da ilha.
ECONOMIA DA OCEANIA
A Oceania é um
continente formado por milhares de ilhas no Pacífico sul e se divide em três
regiões: Melanésia (ilhas
negras), Micronésia (ilhas
pequenas) e Polinésia (muitas
ilhas), além de Nova Zelândia e
Austrália. A Melanésia deve seu nome aos habitantes nativos que possuem a pele
negra e se localiza ao norte, nordeste e leste da Austrália. A Micronésia é
formada por várias ilhas pequenas, e se localiza ao norte e nordeste da
Melanésia. A Polinésia é o conjunto de ilhas mais distantes, entre o nordeste e
sudeste da Austrália, chegando até o Havaí (EUA), ao nordeste, e Ilha de Páscoa (Chile),
ao sudeste. Apesar de o continente possuir muitas ilhas, a maioria delas são
territórios da França, Inglaterra e Estados Unidos. Portanto, poucos são os
países independentes. Economicamente, apenas Austrália e Nova Zelândia se
destacam no cenário mundial.
Vista de Sydney, Austrália.
As ilhas da Oceania, salvo Nova Zelândia, possuem
uma economia subdesenvolvida, devido a fatores naturais, isolamento dos
principais mercados, diminuto território, e fatores humanos, como a
superpopulação e falta de mão de obra qualificada. O turismo é a principal
fonte de renda das ilhas, mas a pesca e extração de produtos primários também
têm relevância. A agricultura é praticada em pequenas unidades familiares, com
raros latifúndios nas ilhas maiores. As principais exportações agrícolas são
coco e derivados, além de cacau, especiarias e cana-de-açúcar. A
extração de minérios ocorre em algumas ilhas, os principais minérios são os
cobre e ouro, nas ilhas Fiji, Salomão e Nova Guiné,
o níquel, na Nova Caledônia, e petróleo, na ilha de Irian Jaya.
A Austrália é o maior país da Oceania, tanto em
território quanto em população (aproximadamente 70% da população do
continente), além de possuir a economia mais bem desenvolvida do continente. A
produção primária, agropecuária e extração mineral, possui grande importância
na economia australiana. A agropecuária possui uma forte mecanização, o que
aumenta a produtividade agrícola, e exporta principalmente produtos como
tabaco, vinho e trigo, sendo um dos maiores produtores deste último e produtos
derivados. Os principais rebanhos da Austrália são os ovinos, caprinos e
bovinos. A extração mineral é o carro chefe da economia australiana. Minérios
como a bauxita (maior produtor mundial), para produção de alumínio, cobre,
ferro, níquel e ouro são as principais exportações do país, além de outros com
menos impacto econômico. A indústria australiana é bem diversificada, com
produção de produtos alimentícios, indústria química, metalurgia, siderurgia e
petroquímicas sendo as principais indústrias do país. O turismo tem uma grande
importância na economia, principalmente o turismo de estudos, sendo um dos
principais destinos pra quem deseja fazer um curso no exterior.
A Nova Zelândia mudou sua economia nos últimos
anos, passando de uma economia dependente da agropecuária para uma economia
diversificada. A agropecuária ainda representa uma importante fatia da economia
neozelandesa, principalmente o rebanho ovino e exportação de kiwi, além da pesca, da silvicultura, produção
de peixes e frutos do mar, e do plantio e extração de madeira – exportadas
principalmente para países asiáticos. No setor secundário, observamos uma forte
indústria de base, com siderúrgicas e metalurgia, além da produção de petróleo.
O turismo, assim como na Austrália, possui uma grande importância na economia
do país.
POPULAÇÃO DA OCEANIA
A Oceania é o continente menos povoado do
planeta, com densidade populacional de 5hab./km². Menos de 1% da população
mundial habita o continente e praticamente metade de seus aproximados 36,5
milhões de habitantes vive na costa sudeste da Austrália. Na região as
principais aglomerações urbanas são Melbourne (4.347.955 habitantes), Sydney
(4.757.083), Adelaide (1.203.873) e Brisbane (2.274.600). O restante do
território australiano registra densidade demográfica inferior a 1hab./km². Nas
grandes áreas de deserto, nas regiões norte e central do país vivem povos
nativos da Oceania, os aborígenes, e trabalhadores ligados à pecuária.
Somando-se a população da Austrália às de Nova Zelândia e Papua
Nova Guiné, chega-se ao impressionante número de 33 milhões de habitantes, isto
é, 92% de toda a população do continente. O restante da população, equivalente
a 8%, distribui-se pelas inúmeras ilhas que do continente que formam a Melanésia, Micronésia e Polinésia.
A população urbana na Austrália é de 89% e, na Nova
Zelândia, 86%. No caso de Papua-Nova Guiné, a população é majoritariamente
rural, tendo um índice de urbanização de apenas
12%. Mesmo abrigando grande parte da população total do continente, esses
países não são muito povoados. Papua-Nova Guiné tem uma densidade populacional
de 11hab./km², enquanto Nova Zelândia tem 16.5hab./km² e Austrália, apenas
2,96hab./km². Os três países, portanto, possuem extensas áreas de vazios demográficos.
Samoa e Fiji são as ilhas da Oceania que
apresentam as maiores densidades populacionais. Samoa registra 60hab./km² e
Fiji, 148hab./km². Em toda a Oceania, apenas esses dois países têm uma
densidade superior do que a média mundial, que é de 57hab./km² (em 2016). Vanuatu e Salomão também possuem
densidades populacionais de destaque, com 17hab./km² e 18hab./km²,
respectivamente.
A colonização da Austrália e Nova Zelândia ocorreu
tardiamente (se compararmos com a ocorrida na América), entre os séculos XVIII
e XIX, e for protagonizada pelos ingleses. Juntamente com eles, imigrantes
europeus de diferentes países chegaram nesses países, o que resultou na grande
diversidade étnica e cultural que se desenvolveu historicamente.
Assim como na América, os povos nativos da Oceania,
como os aborígenes e maoris, foram dizimados por conta dos
conflitos com os colonizadores e doenças trazidas por eles. As atividades
econômicas como agropecuária e mineração expulsaram essa parcela da população
de seus territórios. Os maoris são apenas 10% da população neozelandesa hoje e
os aborígenes, apenas 3% da população australiana.
Como a colonização na Austrália e Nova Zelândia foi
de povoamento, e não de exploração, esses países puderam de desenvolver ao
longo de sua história. Por esse motivo, são os únicos países no continente que
apresentam uma economia desenvolvida. Os investimentos nas áreas sociais
(saúde, educação, emprego, previdência social e programas sociais)
proporcionaram a australianos e neozelandeses maior qualidade de vida, com a
acesso a serviços e infraestruturas que destoam em grande medida da realidade
da grande maioria dos países da Oceania.
A imensa desigualdade pode ser notada ao comparamos
as estatísticas das duas nações desenvolvidas com as outras três que concentram
a maior parte da população. Austrália e Nova Zelândia possuíam cada um, em
2012, um IDH de 0,929 e 0,908, renda per capita de 44 e 29 mil dólares e um PIB
de US$956.912.000.000 e US$125.000.000.000, respectivamente. Fiji, Ilhas
Salomão e Papua-Nova Guiné possuíam cada um, no mesmo ano, um IDH de 0,688,
0,510 e 0,466, renda per capita de US$4.000, US$1.000 e US$1.000, além de um
PIB de US$3.085.000.000, US$552.000.000 e US$8.935.000.000, respectivamente.
Como
se pode imaginar através análise das diferenças no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
de cada país, os dois primeiros também possuem taxas de mortalidade infantil e
expectativa de vida muito mais satisfatórios que os demais
VÍDEO AULA
____________________________________ AULA DIA 25-03 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO Nova Ordem Mundial
Denomina-se por Nova
Ordem Mundial o campo político mundial após a Guerra Fria.
A Nova
Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano
geopolítico internacional das correlações de poder e força entre os Estados
Nacionais após o final da Guerra Fria.
Com
a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em
1991, o mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos
Estados Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e a
OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se consolidou como o maior e
mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava
na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para
designar o novo plano político.
A
primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é
a unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se
tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar
com os norte-americanos nesse quesito.
A
segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da
Guerra Fria, o poderio militar não era mais o critério principal a ser
estabelecido para determinar a potencialidade global de um Estado Nacional, mas
sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar
com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a
China em um segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.
Por
fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade.
Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder
global: “uni” para designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi”
para designar os múltiplos centros de poder econômico.
Mundo Bipolar
Após
a Segunda Guerra Mundial estabeleceu-se uma nova ordem geopolítica no mundo, o
mundo bipolar.
Com
o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), os principais países envolvidos no
conflito (França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Japão) se encontravam em
péssima situação socioeconômica. O cenário de destruição nessas nações era
enorme, a infraestrutura estava totalmente abalada, além da grande perda
populacional. Apenas Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
apesar dos prejuízos gerados pela participação na Guerra, conseguiram manter
uma estabilidade financeira.
Após o conflito, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas anexou vários
territórios, aperfeiçoou o desenvolvimento de armas nucleares, ampliou sua área
de influência no leste europeu, além de possuir o maior exército do planeta. Os
Estados Unidos, por sua vez, destinou créditos financeiros para a
reestruturação dos países envolvidos na Segunda Guerra Mundial, ampliou suas
zonas de influência e cercou-se de tecnologia para produção de armas nucleares.
Por esses aspectos em comum, Estados Unidos e URSS passaram a ser considerados
superpotências mundiais. Entretanto, havia um grande diferencial entre essas
duas nações – o sistema político: Estados Unidos (capitalista) e União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (socialista). Cada um exercendo sua
influência na geopolítica global.
Os EUA, através de financiamentos e outras medidas políticas (até mesmo
fornecimento de armas), passaram a exercer grande influência sobre os países
que optaram pelo sistema econômico capitalista. A URSS utilizou-se dos mesmos
critérios para expandir suas áreas de influência. Estabeleceu-se a geopolítica
bipolar, interferindo diretamente na política de vários países. Conflitos
armados foram impulsionados por essa rivalidade entre as duas superpotências,
entre eles estão: a Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, Revolução Cubana, os
conflitos no Oriente Médio, conflitos entre grupos separatistas na África, além
do apoio a golpes militares, como, por exemplo, a ditadura militar no Brasil, o
golpe ao presidente Salvador Allende no Chile, e apoio a políticas ditatoriais
em várias nações.
Porém, na década de 1980, a URSS passou por uma grave crise econômica, sendo
consequência da própria política adotada. A falta de criatividade e agilidade
para modificá-la, a estagnação do setor industrial, queda de produtividade de
bens de consumo (alimentos, roupas, etc.), além dos altos gastos com
armamentos, levaram a uma defasagem em relação aos avanços alcançados pelos países
capitalistas desenvolvidos.
O agravamento da crise do sistema socialista ocasionou um processo de
enfraquecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que culminou em
1991, na desintegração desta. Esse fato estabeleceu o fim da Guerra Fria, e,
consequentemente, da ordem mundial bipolar.
Do Mundo Bipolar à Multipolaridade
A
análise das transformações políticas mundiais desde o mundo bipolar à
multipolaridade traz à tona a lógica global de disputa pelo poder entre os
países.
As
configurações geopolíticas globais variam conforme a evolução das sociedades e
a transformação das configurações de poder entre os países afora. Critérios
econômicos, militares e políticos são colocados como as principais condições
para que um país ou bloco de países seja considerado influente, exercendo seu
domínio e poder sobre os demais. Ao longo da História, diferentes fases
marcaram essas correlações de força.
Em
termos atuais, pode-se evidenciar o panorama dessas transformações a partir das
duas últimas ordens mundiais analisando-se as mudanças que vão desde
o mundo
bipolar à multipolaridade, termos utilizados para designar as
potências econômicas e militares em evidência no planeta. No primeiro caso,
temos o período que se convencionou chamar por Guerra Fria,
que culminou, ao seu final, na Nova
Ordem Mundial da geopolítica atual.
O Mundo Multipolar
Com
o fim da União Soviética e a fragmentação do mundo socialista, o mundo
considerado bipolar deixou de existir, fazendo com que os Estados Unidos
passassem a exercer uma hegemonia política sem precedentes desde a emergência
do sistema capitalista no mundo.
Ao
mesmo tempo, outros países capitalistas também se consolidaram como os
protagonistas do sistema-mundo, que abandonou o foco no poderio militar (embora
tenha continuado importante) e ampliou o status do poderio econômico dos
países. Assim, os países da União Europeia (principalmente Alemanha, França e
Inglaterra), o Japão e, mais tarde, a China passaram a dividir com os
norte-americanos o protagonismo geopolítico. Surgiu, assim, o mundo
multipolar.
Todavia,
essa perspectiva é um pouco questionável. Em primeiro lugar, observa-se que uma
comparação entre esses países não os coloca lado a lado, mas, sim, com os
Estados Unidos muito à frente dos demais em termos econômicos e também bélicos,
embora os chineses venham apresentando acelerados níveis de crescimento. Em
segundo lugar, nota-se também que esses países – exceto os chineses –
apresentam certo alinhamento político, ao contrário do que ocorrera na ordem
mundial anterior, marcada pela rivalidade e tensão permanente.
Por
isso, outros termos são utilizados para designar a ordem mundial atual, como
a unipolaridade ou, mais comumente, a unimultipolaridade, embora
isso não seja alvo de consenso. Recentemente, a postura mais agressiva do
governo da Rússia – principal herdeira do império soviético – diante dos EUA em
algumas questões, como o conflito na Síria, a tensão entre as Coreias e a Crise
na Ucrânia, vem criando expectativas sobre o retorno de uma nova Guerra Fria, haja
vista que ambos os países são grandes detentores de armamentos nucleares ainda
nos dias atuais.
As configurações de poder perpassam por meios
estratégicos
Mudanças na Hierarquia Internacional
Outra
mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da
reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente,
costumava-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas
desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo (países
subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão
foi elaborada.
A
partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países
do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece
inteiramente à divisão norte-sul cartográfica, conforme podemos observar na
figura abaixo.
Mapa com a divisão norte-sul e a área de influência dos principais centros de
poder
É
possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não
corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez
que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não
cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os
Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países
do Sul, enquanto os países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia),
por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países do
Norte.
Não
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No
mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos
principais atores econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de
influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez
que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo,
com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.
Soberania Nacional e Ordem Mundial
A
soberania de um país, em linhas gerais, diz respeito à sua autonomia, ao poder
político e de decisão dentro de seu respectivo território nacional,
principalmente no tocante à defesa dos interesses nacionais. Nesse sentido,
cabe ao Estado nacional (ao governo, propriamente dito) o direito de sua
autodeterminação em nome de uma nação, de um povo. Por outro lado, o conceito
de ordem mundial remete à ideia de uma organização ou hierarquia dada pelas
relações de poder entre atores internacionais, isto é, os próprios países ou
Estados.
Dessa
forma, qual a relação entre os conceitos de soberania e ordem mundial? Trata-se
de conceitos complementares em política e relações internacionais. Qualquer
leitura menos atenta de tais categorias pode levar à impressão de uma aparente
contradição entre ambas, uma vez que a ideia da “anarquia” de soberanias
poderia pressupor a ausência da ordem (uma Ordem Mundial propriamente dita).
Segundo Giovanni Arrighi, o caos sistêmico (entre soberanias) demanda uma
ordem, e tal situação favorece o surgimento de uma hegemonia. O poder
hegemônico é dado, de certo modo, pelo consentimento e coesão entre os países
e, dessa forma, quem (dentre os países) atender à demanda criada pelo referido
caos sistêmico será tido como hegemônico.
O
processo da formação de hegemonias foi se transformando ao longo dos séculos.
Com o desenvolvimento das práticas capitalistas, temos uma organização da
geopolítica do mundo que sai da legitimação religiosa, dinástica e política
(predominantes outrora) para outra, dada pela capacidade técnica, bélica e
financeira. Com a complexalização dos meios de produção e recrudescimento do
capitalismo, há uma nova estruturação do espaço, a qual norteou o comportamento
das soberanias pelo globo, entre fortes e fracos, ou centro e periferia,
consequência direta da divisão internacional do trabalho e da produção.
Assim,
o que legitima o diálogo entre as soberanias (dentro de uma ordem) é a busca de
mecanismos que diminuam os “custos” da convivência mútua, com o discurso
(ideológico até certo ponto) da promoção da paz e do desenvolvimento, seja para
ricos, seja para pobres, fato que justifica a existência de discussões em
fóruns internacionais sobre economia, promoção social e sobre a própria ordem
mundial.
As
potências que se destacam possuem um discurso legitimador para sua empreitada:
são fiadoras, dão credibilidade e cobram respeito. Grosso modo, a Ordem Mundial
pode ser considerada pertinente ao comportamento “habitual” dos países. Este
hábito é delineado por suas ações diretas e indiretas enquanto soberania e,
obviamente, está ligado de forma intrínseca às suas principais características
econômicas, políticas, físicas (geográficas), ideológicas e religiosas. Em
outras palavras, os países ocupam posições no sistema internacional conforme
suas características mais gerais que lhe conferem maior ou menor destaque.
Obviamente, nem todos os países consideram como legítimo o poder de algumas
hegemonias, manifestando-se contrários a este poder. Exemplo disso estaria na
relação de hostilidade aos Estados Unidos por parte de alguns países como Irã e
Venezuela.
Ao
longo do século XX, o que se assiste é o fortalecimento da hegemonia
norte-americana, principalmente ao final da Guerra Fria. Já no início do século
XXI, em termos de sistema internacional, algumas transformações são muito
significativas, pois, se por um lado os Estados Unidos ainda possuem o status
de maior potência mundial, apesar de problemas internos em sua economia, por
outro já divide espaço no cenário da economia internacional com a União
Europeia e com os chamados BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China). Ou seja, há
indicações de que o sistema internacional torna-se cada vez mais complexo, fato
que sugere um rearranjo das relações internacionais.
Claramente,
as hegemonias e potências mundiais possuem estratégias diplomáticas não
necessariamente para regular o “bom funcionamento” do sistema internacional,
mas sim para atender a seus interesses em primeira instância, principalmente do
ponto de vista econômico. As medidas protecionistas adotadas no momento da
crise econômica (bem como os subsídios por parte dos governos para alguns
setores) são representativas disso, uma vez que garantem maiores vantagens de
competitividade para a produção nacional de seus países no mercado
internacional.
Como
se viu, embora a enorme crise econômica que se instaurou na economia mundial em
meados de 2008 tenha se originado nos grandes centros financeiros das
principais potências do mundo, os países considerados em desenvolvimento também
foram chamados à discussão de alternativas para se alcançar uma saída. Em
outras palavras, no plano das relações internacionais, o caos econômico causado
por poucos teve de ser enfrentado por todos, dadas as consequências diretas ou
indiretas sobre as economias em todo o mundo.
Além
disso, muitas vezes a retórica dos discursos destas potências não coincide com
as práticas políticas. Há um consenso em relação ao desenvolvimento
sustentável, mas as posturas na prática são diferentes. As questões pertinentes
ao aquecimento global, tão em voga na ordem do dia, parecem atender a uma
agenda pressuposta como internacional, mas que na prática está alinhada aos interesses
dos mais fortes (política e economicamente) e divide as responsabilidades (em
grande parte “suas”, considerando a relação poluição/desenvolvimento
industrial) com todos.
Assim,
ao se refletir sobre as relações internacionais e sobre os conceitos de
soberania e hegemonia, algumas questões são possíveis: até que ponto realmente
as soberanias são respeitadas na atual conjuntura, uma vez que em nome da
“democracia”, da luta contra o terrorismo e dos valores ocidentais de
“liberdade”, países como Estados Unidos e outras potências da União Europeia se
unem para comandar ataques, invasões e guerras contra outras nações? O modelo
econômico liberal difundido no mundo não aumentaria o fosso das desigualdades
econômicas entre os países? Como a soberania nacional de um país dependente
economicamente estaria assegurada num contexto de globalização da economia
quando o interesse dos mais fortes prevalece?