A escolha do seu cantinho de estudos é muito importante! Encontre um lugar de sua casa em que a chance de distrações seja a menor possível. Um ambiente iluminado e silencioso é o ideal para se concentrar nos estudos. Pode ser em seu quarto, na área, sala, mas de preferência a um local que os moradores da casa não circulem com frequência para não tirar a sua concentração.
2- Não fique de pijama Se você deseja manter o ritmo dos estudos, nada de ficar de pijama o dia todo!
Estar de pijama é garantia de que vai dar vontade de se encostar na cama e tirar um cochilo no meio da manhã/tarde. E o que era para ser apenas um rápido descanso de 20 minutos, pode virar duas ou três horas de sono. E a preguiça depois? Com certeza você vai acordar se perguntando: por que eu fiz isso?
Levante, tome café e troque roupa. O seu dia será mais produtivo assim!
3- Estabeleça horários fixos
Vamos pensar na sua vida como estudante: durante o ano letivo, sua escola não começa as aulas na segunda-feira, ela segue horários fixos para o início e para o fim das atividades, além de pausas preestabelecidas para o descanso dos alunos.
É bem provável que você ache essa rotina um tédio, mas os educadores sabem que o seu corpo precisa de hábitos para ter um funcionamento adequado e apresentar um bom rendimento.
Para estudar em casa, você também precisa manter essa disciplina. Crie horários fixos durante a semana para começar — e terminar — os seus estudos. Se em um determinado dia, você precisar mudar os seus horários para realizar outras atividades, volte à rotina normal no dia seguinte. Esses hábitos te ajudarão a disciplinar o seu corpo e a sua mente sem sacrifícios.
4- Desenvolva um cronograma de estudos
Por mais que a nossa casa não seja uma instituição de ensino, ter um cronograma de estudos, com rotina definida e uma boa organização daquilo que precisará ser estudado ao longo das semanas, é crucial para que você não procrastine os seus estudos quando estiver em casa.
Você pode dividir as matérias a serem estudadas de acordo com o horário de aulas preestabelecidos assim, fica mais fácil criar metas de leitura, realizar exercícios e se preparar com qualidade sem deixar tudo para a última hora, já que estudar requer concentração e disposição do aluno.
5- Entenda o que funciona para você
É importante que você preste atenção em si mesmo e em como você se sente enquanto estuda em casa para entender o que funciona para você. Porque a disciplina de estudar em casa é algo pessoal, e cabe a cada um descobrir, além dessas orientações gerais, qual é a maneira mais adequada para ela criar sua disciplina de estudos. Para cada pessoa existe um jeito, estudar em casa exige mais autoconhecimento para entender o que funciona melhor para você, o que funciona para uma pessoa é justamente o oposto do que funciona para a outra.
6-Tenha paciência/ Peça ajuda
A experiência de aulas não presenciais, na forma como está sendo imposta ao cenário brasileiro devido à crise do Covid-19, exigirá de paciência dos alunos com os imprevistos. Você precisará se adaptar e nem sempre é fácil para quem passou a vida inteira frequentando o ensino presencial, se você sentir dificuldade com a nova metodologia, sentir que não está entendendo ou não está conseguindo utilizar os recursos adequadamente, peça ajuda ao seu professor, coordenador. Muitas escolas estão fazendo o possível para garantir ferramentas, mas sem ao menos terem tempo hábil de testá-las ou capacitar as pessoas para seu uso. Sem falar que muitas vezes a tecnologia nos deixa na mão, então seja resiliente nesta hora.
7- Separe o material necessário
Deixe ao seu alcance somente o essencial para o estudo como lápis, borracha, canetas, marcadores, blocos de anotações, caderno e livros. Ter o material próximo evita a necessidade de para a todo momento as atividades para buscar algo e diminui a possibilidade de distrações.
8- Assista vídeo aulas / Use a internet a seu favor
Assista vídeo aulas para complementar o conteúdo o conteúdo estudado e ter uma variedade de explicações variadas para encontrar a linguagem que você entenda com nitidez. Mas sabemos que a realidade de muitos estudantes é diferente e nem todos têm suporte on-line para o período sem aulas presenciais, se for seu caso use os livros impressos e tenha foco.
A internet é a principal aliada do estudante que está em casa. O conteúdo on-line permite ao aluno procurar diferentes fontes de informação e complementar o que há nos livros didáticos de sua escola.
Tenha cuidado com as distrações na WEB
Não há dúvidas a internet é um importante aliado na sua rotina de estudos. Graças a ela, você tem acesso a qualquer informação à distância de um clique, não precisa mais carregar dezenas de livros da biblioteca para casa e pode até assistir aulas no YouTube.
O problema é usar a internet como uma desculpa para perder horas atualizando as suas redes sociais ou em sites que não estão ligados ao que é relevante para os seus estudos naquele momento.
Sobretudo o estudante que está em casa e pela qual tem a flexibilidade na realização de atividades e tarefas, pode haver uma série de deslizes, já que tende a procrastinar enquanto navega por outros sites ou quando desperdiça horas nas redes sociais, deixando as responsabilidades em 2º plano.
O ideal é que, antes de começar a estudar em casa, você separe uma lista do que precisa consultar para os estudos.
Dessa forma, procure organizar um cronograma de estudos e segui-lo com seriedade, reservando as horas certas do seu dia para se dedicar aos seus estudos e evitar perdas em sua aprendizagem.
Se não for usar desligue o smartphone e a TV e só utilize o computador para pesquisas extremamente necessárias. Durante as horas em que precisa se concentrar não se esqueça de avisar à sua família que aquele é o seu horário de estudos e que você não deve ser incomodado.
9- Estabeleça metas a serem cumpridas
Esse hábito ajuda a manter a organização e serve como motivação. Quando você completa suas metas, se sente movido a seguir estudando mais e mais.
O importante é que essas metas sejam realistas à sua rotina e às suas limitações. Não adianta tentar estudar 12 horas por dia se você não consegue se manter concentrado nem por 2 horas.
E, se perceber que o seu plano não está apresentando rendimentos, mude-o. Observe quais são as suas principais dificuldades e tente adaptá-lo de uma forma que você consiga superá-las e cumprir os seus objetivos de forma realmente produtiva.
10- Mantenha-se motivado e desenvolva a autonomia
Para cumprir as metas estabelecidas, manter-se motivado é crucial para que, ao longo dos dias, você não desista daquilo que estabeleceu cumprir.
Não adianta chegar do trabalho ou da escola depois de um dia cansativo e partir diretamente para os livros. Mesmo que você se dedique por horas e horas ao estudo, dificilmente conseguirá absorver aquele conteúdo se não estiver motivado.
Antes de começar, tome um banho, coma algo leve e se dedique inteiramente ao que estiver fazendo.
E o mais importante: não deixe de estudar. Até mesmo nos dias em que a sua motivação não ajudar, se dedique a fazer uma revisão de determinado conteúdo ou à leitura de textos mais leves. Motivação não é apenas um estado de espírito, e sim um hábito.
Outro fator de destaque e a autonomia que é uma característica muito importante a ser desenvolvida por quem decide estudar em casa.
Ela ajuda a manter o estudante esforçado, curioso e em constante aperfeiçoamento, seja por meio da busca exaustiva pelo conhecimento ou pela interação professores e colegas que estejam inseridos em seu processo de aprendizagem.
Dessa forma, habitue-se a tirar as suas dúvidas, busque realizar com excelência as atividades às quais se propuser e vá além do conhecimento oferecido pelos materiais que tiver em mãos, aprofundando sempre mais os seus estudos em prol do seu objetivo.
Afinal, o que definirá o sucesso do estudante é o seu grau de comprometimento com a sua formação.
Sucesso a todos!
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AULA DIA 01-06 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
NOVOS PAÍSES
INDUSTRIALIZADOS
NIC – sigla para New Industrialized
Countries (Novos Países Industrializados) – é
uma expressão utilizada para designar os países de economias subdesenvolvidas
que se industrializaram após a segunda metade do século XX. Esses países não
apresentam características necessariamente iguais em seus respectivos processos
de industrialização, salvo a grande participação do Estado nesse processo,
através de investimentos públicos e incentivos fiscais.
Apesar
do crescimento vertiginoso da produção industrial dos NIC, é preciso lembrar
que a maior parte das indústrias no mundo está concentrada em nações
desenvolvidas. Além disso, na maioria dos casos, a industrialização desses
países periféricos ocorre em virtude da instalação de multinacionais ou
empresas estrangeiras com sede em países desenvolvidos.
No
início desse processo, durante a década de 1950, a concentração industrial no
mundo subdesenvolvido ocorreu na América Latina, com destaque para Brasil,
México e Argentina. Nas décadas seguintes, também alcançou os chamados Tigres
Asiáticos (Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong) e, por volta dos anos
1980, também o sudeste da Ásia (Índia, China, Malásia, Tailândia e Indonésia),
além de algumas nações africanas. A seguir, destacaremos os casos mais
representativos da industrialização dos NIC.
América Latina
Na América Latina, o processo de
industrialização foi consolidado na segunda metade do século
XX, mas pode-se dizer que o seu início ocorreu antes. A velocidade do processo
de industrialização de Brasil, México e Argentina foi menor em relação aos
outros NIC e caracterizou-se por buscar a diminuição dos efeitos da Divisão
Internacional do Trabalho, marcada pela venda de matérias-primas por parte dos
países desenvolvidos e pela compra de produtos industrializados pelos países
subdesenvolvidos.
Dessa
forma, Brasil, Argentina e México buscaram acentuar a produção industrial,
focando, primeiramente, no mercado interno, com a intenção de reduzir as
importações. Tal preocupação objetivava diminuir a dependência econômica e
industrial.
Destaca-se
também o processo industrial ocorrido principalmente no México, com a
instalação das indústrias maquiladoras, aquelas em que a produção consiste
apenas em montar peças de um mesmo produto que foram produzidas em outras
partes do mundo. A maioria dessas empresas era norte-americana, em virtude do
tratado econômico entre México e Estados Unidos. Tal fator ampliou ainda mais a
dependência econômica dos mexicanos.
Tigres Asiáticos
Coreia
do Sul, Cingapura, Hong Kong (que foi integrado ao território chinês em 1997) e
Taiwan conheceram os seus processos de industrialização a partir das décadas de
1970 e 80. Caracterizaram-se pela grande abertura ao capital externo e pela
instalação de multinacionais, com exceção da Coreia do Sul, que priorizou a
construção de indústrias do próprio país.
Esses
países seguiram o modelo japonês de produção industrial e realizaram uma
intensa modernização tecnológica de suas produções, que cresceram em um ritmo
mais rápido em comparação aos demais países subdesenvolvidos. Ao contrário da
América Latina, os Tigres Asiáticos não dispunham de matéria-prima em seu
território e, tampouco, um mercado consumidor. Por isso, sua produção
industrial foi marcada por estar voltada ao mercado externo, fato que
fragilizou, de certo modo, a economia desses países.
China
Com a instalação do regime socialista – de
economia planificada –, a China passou a desenvolver e incentivar a produção
industrial com o controle e posse exclusiva do Estado a partir das décadas de
1950 e 1960.
Entretanto,
com a crise que assolava o mundo socialista a partir do final dos anos 60, uma
nova estratégia foi elaborada: as ZEEs (Zonas Econômicas
Especiais), que permitiam a instalação de empresas privadas no país –
fossem elas nacionais ou estrangeiras – desde que se associassem a uma empresa
estatal chinesa, assinalando um processo denominado joint venture. Além
disso, os locais e os modos de instalação deveriam ser previamente definidos
pelo governo chinês.
Tal
política, associada a profundos investimentos no setor agrário e ao fato de a
China possuir o mercado consumidor mais amplo e uma das mãos de obra mais
baratas, proporcionou um crescimento industrial sem igual no país.
Indústria localizada em Seul, na Coreia do
Sul. Este país representa um dos exemplos mais claros de formação dos NIC
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AULA DIA 12-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
INDÚSTRIAS DA EUROPA
O trecho ocidental da Europa, que envolve principalmente
a França e o Reino Unido, é considerado uma das regiões mais industrializadas
de todo o planeta. Vários aspectos beneficiam o grande desenvolvimento
econômico industrial desses países. Entre eles destaca-se e presença de
recursos minerais e energéticos, como as jazidas de carvão mineral no Reino
Unido, os depósitos de petróleo no mar do Norte e as jazidas de ferro e bauxita
na França. Este país conta ainda com uma grande capacidade hidrelétrica
disponível, a partir dos rios que descem dos Alpes e dos Pireneus. Os
principais centros industriais dessa parte da Europa estão instalados junto a
grandes cidades, como Londres e Manchester, no Reino Unido, e Paris, Lyon e
Marselha, na França, e contam com as mais diversas atividades industriais –
siderurgia, metalúrgica, química, e petroquímica, aeronáutica, eletrônica,
têxtil e alimentícia.
Na porção central da Europa, o país que mais
se destaca é a Alemanha, atualmente o mais industrializado de todo o
continente. Com mais de 80 milhões de hab. e intensamente urbanizado, é
considerado um dos países mais desenvolvidos do planeta, com uma renda per
capita que supera a marca dos 25.000 dólares anuais. O mais importante recurso
natural existente na Alemanha, que favoreceu todo o seu processo de desenvolvimento
industrial, é o carvão mineral. As jazidas distribuem-se por diferentes pontos
do país, porém com maior concentração na região drenada pelas águas do rio Reno
e de seu afluente, o Ruhr. Graças à presença dessa importante fonte de energia
é que a região conhecida como Vale do Rhur se tornou a de maior concentração
industrial da Alemanha, em particular do setor siderúrgico. Nesse vale, com
pouco mais de 5 mil Km² e 8 milhões de habitantes, localizam-se importantes polos
urbanos industriais, como Colônia, Dortmund e Essen.
Na verdade, em todo o Vale do Reno observamos
hoje a expansão do parque industrial alemão, com uma grande variedade de
setores industriais: metalúrgico, mecânico, de máquinas e equipamentos,
químico, petroquímico, automobilístico, eletrotécnico e farmacêutico, entre
outros. Na porção meridional do continente europeu, o país mais industrializado
é a Itália, cujo desenvolvimento industrial ocorreu de forma acelerada no
período do pós-guerra, apesar de seu território não contar com importantes
recursos naturais que pudessem favorecer a industrialização.
A rapidez da industrialização italiana só foi
possível pela participação direta e efetiva do Estado, que facilitou o processo
através de medidas de estímulo fiscal e da criação de infraestrutura, bem como
por meio da instalação de grandes empresas industriais estatais,
particularmente voltadas para os setores da indústria de base, como a
siderurgia e a petroquímica. Tudo isso esteve aliado a entrada maciça de
capitais estrangeiros na forma de investimentos diretos, com a instalação de
indústrias transnacionais, e de investimentos indiretos, na forma de aplicações
no mercado financeiro italiano. Também muito contribuiu para esse
desenvolvimento industrial a entrada de divisas por meio do turismo, uma das
atividades mais significativas da economia italiana.
A principal área de concentração industrial
da Itália, responsável por cerca de 70% de toda a produção industrial do país,
é o Vale do Pó, no norte, uma extensa planície cortada de oeste para leste pelo
rio Pó. Aí se destacam importantes polos industriais, como Milão, Turim e
Gênova, com produções diversificadas, a exemplo dos setores siderúrgicos,
químicos, petroquímico, de pneumáticos, automobilístico e outros. No leste da
Europa existem dois países que se destacam na atividade industrial: a Rússia e
a Ucrânia, cuja produção ainda reflete o longo período – mais de 70 anos – em
que essas duas nações tiveram economia socialista. Assim, o parque industrial
se volta fundamentalmente para o setor de bens de produção, e as indústrias de
base se espalham por todo o território, especialmente junto às áreas mais ricas
em recursos minerais e de fontes de energia.
As Principais Áreas Industriais
Os grandes centros industriais europeus se encontram em grande parte na Europa Ocidental.
Vejamos a seguir os principais:
Alemanha – É um
dos países mais
industrializados do mundo. Os maiores setores industriais se localizam
principalmente na Bacia do Rio Reno, região do Ruhr, onde está localizada uma
enorme região siderúrgica alemã, que se destaca pela facilidade do transporte fluvial(RENO),
pelo mercado consumidor(CEE), e reserva de carvão.
Reino Unido – A evolução industrial da
Alemanha está relacionada às grandes reservas de carvão, a boa localização,
abundância de mão-de obra, e pelo sucesso como o maior centro econômico durante
o século XIX. Ultimamente, o setor industrial do Reino Unido está passando por
crises, que resultam numa decadência da produção. As principais indústrias são:
siderúrgica, construção naval, automobilística, aeronáutica e têxtil.
França – O processo de industrialização
se tornou forte somente com o fim da Segunda guerra Mundial, hoje é considerado
um dos países mais industrializados do mundo. A indústria é uma das principais
atividades do país, concentradas, sobretudo, em Paris.
Itália – No norte da Itália está
localizado o maior centro industrial e também o centro financeiro do país.
Destacando-se sua tradição artesanal, o forte comércio, a considerável
quantidade de mão-de-obra, o investimento estrangeiro, e a facilidade de
comunicação com a Europa Ocidental.
Rússia – É considerada uma grande
potência industrial. Estão em evidencias as indústrias siderúrgicas, mecânica
pesada e química. Os centros industriais se concentram nas regiões de Moscou,
São Petersburgo.
Países nórdicos – É composta pela
Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia. O acesso aos recursosnaturais e o
aproveitamento da energia hidrelétrica possibilitam uma grande diversidade
industrial nesses países. Destacando-se indústrias nas áreas siderúrgicas e
mecânica e pesqueira.
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AULA DIA 06-05 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
INDÚSTRIA DOS
ESTADOS UNIDOS
Desde
o início do século XX, os Estados Unidos ocupam
o primeiro lugar entre as maiores economias mundiais. Com um PIB em torno de 18
bilhões de dólares, está bem acima da segunda colocada, a China, com um PIB em
torno de 11 bilhões.
A hegemonia
econômica
Vários
fatores contribuíram para que o sucesso da economia dos EUA desde a
colonização: a ocupação não predatória durante a sua colonização (de
povoamento), as grandes reservas naturais disponíveis, a formação de um amplo
mercado consumidor interno e externo, o grande número de imigrantes que recebeu,
importante produção científico-tecnológica e a influência político-econômica e
militar sobre diversas regiões do mundo.
A
participação americana nas duas grandes guerras mundiais também foi um fator
importante, pois, durante esses períodos, foi o grande fornecedor de armas e
suprimentos para os países beligerantes.
Com
o fim da Segunda Guerra Mundial e o acordo de Bretton Woods, o dólar americano
passou a ter grande estabilidade e tornou-se a moeda de troca em nível
internacional, fazendo com que muitos países tivessem interesse em estabelecer
relações comerciais com o país a fim de captá-los para formar suas reservas
cambiais.
Com
isso, os EUA passaram a controlar diversos setores da economia internacional,
inclusive em algumas delas exercendo forte controle monopolista através de suas
empresas e instituições financeiras.
Atualmente,
com o fim da Guerra Fria e a multipolarização das relações econômicas, o país
recebe maior concorrência comercial dos países europeus e também do bloco
asiático, especialmente Japão, China e Tigres Asiáticos.
Os setores
econômicos dos EUA
Setor primário
No
setor primário, destaque para uma agricultura mecanizada e altamente produtiva
e rentável, utilizando-se da engenharia genética, fazendo do país o primeiro
produtor mundial de produtos transgênicos.
A
criação de animais é outro ponto forte com bovinos (de corte e leiteiro),
suínos, aves e ovinos. Em relação aos recursos naturais, destaque para a pesca
nas águas geladas do estado do Alasca, a silvicultura, o petróleo, o gás
natural, o carvão mineral e o xisto.
A
diversidade climática, geomorfológica, pedológica, o extenso território e a
proximidade dos mercados consumidores explicam a existência de várias regiões
agropecuárias especializadas, concentradas a leste do meridiano de 100 graus, e
são denominadas belts (cinturões).
Os
belts americanos.
Setor secundário
O
setor industrial de tecnologia de ponta é muito forte, principalmente no estado
da Califórnia. As indústrias automobilísticas, química, alimentícia, têxtil,
entre outras, também se destacam.
A
industrialização tradicional:
A
maior concentração industrial do mundo abrange a costa nordeste do Atlântico e
as áreas que bordejam os Grandes Lagos – as grandes siderúrgicas, as montadoras
de veículos, as indústrias químicas e uma grande variedade de indústrias de
bens de consumo estão concentradas na região.
A
colonização de povoamento, os recursos minerais, a disponibilidade energética,
os transportes (Grandes Lagos – rio São Lourenço) e os mercados consumidores
explicam a grande concentração industrial.
A industrialização recente:
As
jazidas de petróleo e o gás natural no golfo do México e na Califórnia, a
expansão econômica japonesa e da sua periferia, ampliando a importância
comercial da Bacia do Pacífico, a descentralização da indústria bélica e a
produção científica e tecnológica foram fundamentais para a ascensão de novas
áreas industriais no sul e no oeste, no chamado sun belt.
No
estado da Califórnia, a mão-de-obra altamente qualificada e os volumosos
investimentos de capital permitiram o surgimento de vários ramos industriais,
tais como: eletrônico, de informática, de biotecnologia, bélico e aeroespacial.
Na região de San Francisco, o grande destaque é o vale do Silício com uma
enorme concentração de empresas de tecnologia de informação (produtos de alto
valor agregado).
A
distribuição espacial da indústria estadunidense apresenta uma forte ligação
com a história econômica: NE – industrialização tradicional e sun belt –
industrialização recente.
Setor terciário
No
setor terciário, surge o turismo, importante motor econômico dos EUA, já que o
país é muito procurado, principalmente Nova York, Miami, Orlando, Washington
DC, Los Angeles, São Francisco, New Orleans, Las Vegas, Chicago, Boston, além
do estado do Havaí. O sistema de transportes é de boa qualidade – rodovias,
ferrovias, hidrovias e aeroportos.
O
setor de finanças tem relevância pelos bancos, sistema imobiliário e as bolsas
de valores localizadas em Nova York: New York Stock Exchange – NYSE (aberta em
1817, em Wall Street) com capitalização atual de mercado acima de US$ 10
trilhões e a Nasdaq (criada em 1971 e que, a partir da década de 2000, passou
negociar ações do setor de alta tecnologia, como software, biotecnologia etc.)
com capitalização atual de mercado acima de US$ 4 trilhões.
As regiões
geoeconômicas dos EUA
Nordeste
O
nordeste é a principal concentração urbano-industrial do país, com presença das
megalópoles Bos-Wash e Chi-Pitts.
O Manufacturing
Belt apresenta industrialização antiga, utilizando-se do sistema fordista.
A descentralização industrial em direção ao sul e oeste, apelidou a área de Rust
Belt (Cinturão da Ferrugem). Exploração de minério de ferro na região do
Lago Superior (Grandes Lagos) e de carvão mineral nos Apalaches.
No
setor agropecuário, importantes cinturões, como o de hortifrutigranjeiros – Green
Belt e o da pecuária leiteira – Dairy Belt.
O
turismo é outra importante atividade econômica da região, destacando a atuação
de Nova York.
Sul e sudeste
O
sul e sudeste apresentam grande importância econômica em relação ao setor
industrial com a presença do Sun Belt – setor aeroespacial em Houston
no Texas.
A
agropecuária apresenta criação de bovinos de corte, Texas, e produções
condicionadas pelo clima com temperaturas elevadas – culturas tropicais como o
algodão – Cotton Belt, cana, cítricos – Fruit Belt, destaque para a
laranja.
Exploração
de petróleo no Golfo do México e Texas, que levou ao desenvolvimento dos
setores petrolífero e petroquímico.
O
turismo destaca-se como importante fonte de renda da Flórida.
Meio-oeste
O
meio-oeste apresenta-se como a principal área agrícola do país – planície
central, solos férteis, bacia Mississipi-Missouri, clima favorável e pradarias,
que favoreceram o desenvolvimento dos cinturões do trigo – Wheat Belt e
do milho – Corn Belt. Forte presença da agroindústria.
Oeste
O
oeste apresenta relevo montanhoso – Montanhas Rochosas e os climas árido e
semiárido, além do grande potencial hidrelétrico das bacias dos rios Colorado e
Colúmbia.
O
setor pecuarista destaca-se com a criação extensiva de bovinos de corte, além
de ovinos e equinos, formando o Ranching Belt, que se desenvolveu na
região graças à presença de estepes e pradarias.
A
extração de ouro, cobre, zinco, urânio, carvão mineral e petróleo também
exercem grande importância econômica.
Costa oeste
A
costa oeste apresenta o Sun Belt, destacando a Califórnia, pela presença
de setores de alta tecnologia (informática, aeroespacial, microeletrônica etc.)
no Silicon Valley (Vale do Silício) e pelo “Pomar do Mundo” –
fruticultura irrigada (sistema denominado de dry farming).
Os
setores da indústria petrolífera e cinematográfica também se destacam. No
aspecto urbano-industrial, ênfase para a Megalópole San-San.
Regiões geoeconômicas dos EUA
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AULA DIA 29-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA PELO MUNDO
Para compreender a distribuição de fábricas
pelo mundo é importante entender que as necessidades industriais variam de
acordo com a época e com os produtos fabricados. Isso porque cada indústria vai
buscar uma localização que possibilite a redução de custos produtivos, a maior
proximidade de mercados consumidores ou qualquer outro fator que permita a
ampliação da escala produtiva e do capital obtido. E como os produtos
fabricados e as necessidades industriais são variáveis de acordo com o tempo e
com o espaço, a Geografia das
Indústrias também tem sofrido alterações desde o final do século XVIII.
Dentre as indústrias tradicionais, ligadas à
Primeira e à Segunda Revolução Industrial, predominam como fatores locacionais:
Matérias-primas
Fontes de energia
Mão de obra
Mercado consumidor
Infraestrutura de transporte
Com o desenvolvimento de novas indústrias e
novas tecnologias, outros fatores se tornaram muito importantes, como:
Rede de comunicações
Incentivos fiscais
Mão de obra qualificada
Dependendo do tipo de indústria, cada um
desses fatores pode ganhar uma importância maior, sendo o principal elemento
para determinar a sua localização industrial. Por exemplo, durante a Primeira
Revolução Industrial, o maior determinante para a localização de uma fábrica
era a proximidade das jazidas de carvão mineral, que na época era a fonte
de energia mais usada. Isso explica as grandes concentrações industriais
surgidas em torno das bacias carboníferas britânicas. Ou seja, a Inglaterra foi
a pioneira no desenvolvimento da indústria, mas isso não significa que todo o
território inglês foi tomado por fábricas, já que estas se instalaram apenas em
locais que possuíam vantagens produtivas que interessassem a elas.
Contudo, as indústrias contemporâneas e mais
tecnológicas não necessariamente possuem as mesmas demandas de localização que
as indústrias tradicionais. Ligadas à Revolução
Técnico-Científica-Informacional (também chamada de 3ª Revolução Industrial),
tais fábricas buscam outros locais, e têm promovido uma nova lógica de
localização industrial. Para tais indústrias de ponta, a disponibilidade
de mão de obra altamente qualificada e de redes informacionais velozes e
estáveis costumam ser os fatores mais determinantes em sua localização – ao
passo que não importa tanto a localização das matérias-primas, por exemplo.
Sendo assim, as indústrias de alta tecnologia costumam localizar-se nos tecnopolos.
Desta forma, nota-se que efetivamente a Geografia das
Indústrias sofreu muitas modificações ao longo do tempo: afinal, num primeiro
momento, principalmente entre os séculos XVIII e XX, se consolidou uma
forte concentração industrial. Tal concentração de fábricas em alguns
poucos locais promoveu uma forte metropolização, ou seja, o surgimento de
grandes metrópoles cuja economia era fortemente baseada na indústria. Porém, a
partir da metade do século XX (e principalmente a partir dos anos 1970), o
desenvolvimento de novas tecnologias, a melhora nos transportes e nas telecomunicações
promoveu uma forte dispersão industrial. Essa desconcentração fabril colaborou
para a diminuição do ritmo de crescimento das grandes metrópoles, ou seja, para
uma desmetropolização, já que as fábricas que ali estavam se espalharam
para cidades de médio porte, seja no mesmo país ou em outros lugares do mundo.
Os principais fatores locacionais
Como dito anteriormente, as indústrias não se
localizam de forma aleatória no espaço. Contudo, na escolha da localização de
uma indústria, não é considerado somente um fator, mas sim todos aqueles que
são benéficos àquele tipo de indústria ou naquele momento histórico. Sendo
assim, indústrias do século XIX buscavam vantagens locacionais diferentes das
indústrias do século XXI.
Por exemplo, as indústrias do século XVIII,
precisavam, quase em todos os casos, ficar próximas à sua matéria-prima de
fonte energética – o carvão mineral. Em 2018, porém, a maioria das fábricas não
precisa se instalar próxima a fontes de matéria-prima, pois a melhora dos
transportes permite levar esta matéria-prima até os locais de produção
industrial. Contudo, é claro que há exceções, de acordo com o tipo de
produto fabricado. Um exemplo é o caso das indústrias mineradoras, que se
localizam em lugares onde a matéria-prima está disponível.
Sendo assim, vale a pena destacar alguns dos
principais fatores locacionais e as suas respectivas características:
Capitais
não é possível instalar e colocar em
funcionamento uma indústria sem recursos financeiros, pois são esses que dão
subsídio para a construção da edificação, para obter a área, aquisição de
equipamentos e máquinas e todos os elementos necessários para o início da
produção. Logo, é necessário ter capital produtivo (para ser
investido na construção da fábrica). Por sua vez, o capital financeiro colabora
dando mais recursos para que a indústria possa expandir suas atividades
Energia
a utilização de energia é indispensável para
mover as máquinas e equipamentos, e ao escolher um local para instalação de um
empreendimento é preciso verificar qual fonte enérgica está disponível e a
quantidade oferecida, uma vez que essa tem que ter um número abundante, pois o
custo de instalação de uma fábrica é muito elevado e não pode haver falta de
energia durante o processo produtivo. No passado, era necessário estar muito
próximo às fontes de carvão mineral. Hoje, o petróleo é a fonte de energia mais
utilizada, e até por ser mais fácil de transportar e armazenar do que o carvão
mineral, permite que a maior parte das indústrias possa ter mais flexibilidade
na hora de escolher o local de instalação.
Mão-de-obra
Dentro de um sistema capitalista, as pessoas
vendem sua força de trabalho em troca de um salário, que é usado para garantir
a manutenção do trabalhador e de sua família. E por muito tempo a maioria
absoluta das indústrias estiveram instaladas em grandes centros urbanos, por
serem locais com melhor infraestrutura, maior mão-de-obra e mercado consumidor.
Essa combinação de fatores fez (e ainda faz) com que muitas pessoas se
deslocassem para áreas de aglomeração industrial, em busca de trabalho, num
cenário que levou ao grande aumento populacional nas grandes metrópoles. As
indústrias se favorecem em locais onde há grande oferta de trabalhadores, pois
podem oferecer menores salários para os proletários – que por sua vez acabam
aceitando as baixas remunerações pelo medo de perderem seus empregos.
Atualmente, outro motivo que favorece a
implantação de empreendimentos industriais em grandes núcleos urbanos é a
existência de trabalhadores com qualificação profissional, pois nas cidades
maiores estão os principais centros de difusão de informação e tecnologia, como
as universidades e centros de pesquisas. Portanto, para determinadas tarefas
faz muita diferença a presença de mão-de-obra barata, enquanto para outras
o que mais importa é a mão-de-obra qualificada.
Matéria-prima
Esse item ocupa um lugar de destaque no
processo produtivo, pois é a partir dessa que será agregado um valor
correspondente ao resultado do trabalho e automaticamente o lucro da produção.
Diante da importância, essa deve permanecer o mais próximo possível, pois
quanto mais perto ela se encontra menores serão os custos com o transporte
entre a fonte fornecedora e a processadora. Historicamente, essa proximidade
foi usada para diminuir o custo final e garante o aumento da lucratividade.
Porém, do mesmo modo que ocorreu com a energia, atualmente há outros fatores
mais importantes para a escolha da localização industrial, em função da melhora
dos transportes – o que não significa que a matéria-prima deixou de ser
importante, especialmente para alguns tipos de indústria como as siderúrgicas,
metalúrgicas e mineradoras.
Mercado consumidor
A escolha em estabelecer-se próximo aos
núcleos urbanos é proveniente da proximidade entre a indústria e os possíveis
consumidores em potencial. Desse modo, as fábricas reduzem gastos com
transporte, além de dinamizar o seu fluxo até os centros de distribuição.
Atualmente, continua sendo um fator importante, especialmente para indústrias
que fabricam produtos perecíveis.
Meios de transporte
Um sistema de transportes é de extrema valia
para a produção e distribuição industrial, e por isso mesmo os locais com
precária infraestrutura não costumam ser polos industriais. Afinal, é
necessário transportar matérias-primas para a fábrica; e depois, os produtos
fabricados para o mercado consumidor. Caso a logística de transportes não seja
boa, o custo do frete se torna muito alto e o tempo de deslocamento da
mercadoria também, o que acaba aumentando o custo final do produto e reduzindo
a competitividade da empresa. Dessa forma, a maioria das empresas não pode, de
forma alguma, abrir mão de uma localização bem servida por meios de transporte
minimamente eficazes. Justamente por isso, cada vez mais tem havido uma
integração entre diversos meios de transporte, com o objetivo de reduzir os
custos do frete e acelerar a circulação de mercadorias entre os diversos locais
do mundo.
Incentivos fiscais
É quando o governo concede isenções de
impostos (como o ICMS) às indústrias, para que elas se instalem em seu
território. Em muitos casos, há também a concessão de terrenos para a instalação
da unidade produtiva da fábrica. No Brasil, instalou-se nos últimos anos uma “guerra
fiscal” entre municípios e estados da federação para a atração de indústrias
para seus respectivos territórios. A concessão de incentivos e vantagens
fiscais se tornou quase uma regra a partir do final do século XX, e é um dos
principais fatores de escolha locacional das indústrias na atualidade.
Ciclo do produto
atualmente, a fabricação de um produto
costuma ser dividida em locais de produção diferentes. Por exemplo, no caso da
fabricação de um carro, os motores podem ser feitos em um país; os chassis em
outro; e a junção das peças para a finalização do veículo pode ocorrer em um
terceiro local. Esse processo, chamado de fragmentação da produção, é uma
das características da desconcentração industrial. Por conta disso, cada
etapa do processo de produção pode exigir fatores locacionais diferentes.
Segundo o economista Georges Benko, para cada fase de produção de um objeto
industrial existe uma lógica espacial. De acordo com Benko, um produto pode ter
três fases de produção: desenvolvimento, estandardização (ou amadurecimento) e
declínio. E por conta disso, seguindo a lógica capitalista de otimização de
custos, cada fase requer um tipo de força de trabalho mais representativa e um
local de produção mais apropriado.
Classificação dos tipos de indústria
A forma mais típica de classificação das
indústrias as divide em três grupos, de acordo com o tipo de produto que
fabricam: indústrias de bens de produção, indústrias de bens de capital e
indústrias de bens de consumo.
As indústrias de base ou bens de produçãosão as responsáveis pela transformação das
matérias-primas brutas em industriais. Por conta disso, costumam se localizar
nas proximidades das fontes de matérias-primas ou em regiões portuárias, que
garantam o deslocamento dos grandes volumes de matéria-prima e de mercadoria
fabricada. Tais indústrias são divididas em duas vertentes: as extrativas e as
de bens de capital. As indústrias extrativas são as que extraem matéria-prima
da natureza (vegetal, animal ou mineral) sem que ocorra alteração significativa
nas suas propriedades elementares. Como exemplos, temos a indústria madeireira,
a petrolífera e a mineradora. Já as indústrias de equipamentos são responsáveis
pela transformação de bens naturais ou semimanufaturados para a estruturação
das indústrias de bens intermediários e de bens de consumo. É o caso das
fábricas de máquinas, das siderúrgicas e das metalúrgicas.
As indústrias de bens de capital ou intermediárias correspondem ao segmento responsável pela fabricação de
máquinas e equipamentos que serão utilizados na linha de produção de outras
indústrias. Ou seja, fabricam produtos que normalmente são comprados e usados
por outras fábricas. Por isso mesmo, geralmente se localizam próximas aos seus
mercados consumidores, nas grandes regiões industriais. Por fim, as indústrias
de bens de consumo fabricam produtos destinados ao abastecimento da população.
Podem ser classificadas como não duráveis (alimentos, bebidas etc.),
semiduráveis (vestuário, calçados etc.) e duráveis (móveis, eletrodomésticos,
automóveis etc).
Tipos de industrialização
Os três principais tipos de industrialização
são: clássica, tardia e planificada.
A industrialização das sociedades proporciona
profundas alterações no espaço geográfico. Graças a ela, novos elementos passam
a fazer parte da vida das pessoas, das cidades e do campo, eleva-se a demanda
por energia e o consumo médio da população, além de intensificar ou acelerar o
processo de urbanização. Desse modo, é notória a inferência de que as
indústrias constituem um dos mais importantes atores de produção e
transformação do espaço.
Ao longo do tempo, a humanidade conheceu três
processos distintos de modelos industriais pelos quais os diferentes países e
localidade vivenciaram. Essas tipificações estão relacionadas a fatores
econômicos e políticos relacionados ao desenvolvimento das nações pelo mundo.
Os principais tipos, no que se refere ao modelo, são: industrialização
clássica, planificada e tardia.
Industrialização clássica é
característica dos países desenvolvidos, ocorrendo ao longo da I Revolução
Industrial naqueles que eram considerados os principais centros econômicos e
políticos do planeta. Seu início se deu na Inglaterra e se disseminou por
outras partes do mundo, como a França, os Estados Unidos e o Japão.
De início, essa industrialização provocou uma
série de problemas urbanos, principalmente aqueles relacionados à marginalidade
da classe trabalhadora que, até então, não dispunha de muitos direitos
trabalhistas. Atualmente, os países que passaram por esse tipo de
industrialização são os principais precursores de novas tecnologias e inovações
no campo produtivo.
Industrialização planificada ocorreu nos países do antigo “segundo mundo” socialista
durante o século XX. Corresponde às economias de estado, como nas repúblicas
que integraram a União Soviética, além de China, Cuba e outras nações.
Nesses países – que em algumas perspectivas
não são consideradas socialistas, mas “capitalistas de Estado” - as
instituições financeiras e industriais, bem como os meios e instrumentos nelas
utilizados são de propriedade estatal, não havendo propriedade privada. Nesses
países, a industrialização também se deu de forma acentuada, interligando as
diferentes regiões em uma elevada interdependência de serviços e
infraestrutura, além de apresentar um êxodo rural um pouco mais controlado em
função das reformas sociais aplicadas no meio agrário.
Industrialização tardia ou periférica encontra-se em curso em muitos países e é
predominante em economias subdesenvolvidas ou emergentes. Esses países
começaram a dinamizar as suas práticas industriais apenas na segunda metade do
século XX em diante (alguns deles ainda nem iniciaram esse processo de forma
mais intensificada), o que justifica, em partes, o atraso tecnológico por eles
vivenciados.
Esse tipo de industrialização, diferentemente
dos outros dois, não ocorre pela ação das indústrias nacionais e sim pela
iniciativa privada estrangeira, geralmente representada por grandes corporações
multinacionais. Por esse motivo, não há avanços em uma produção tecnológica,
cujo conhecimento e desenvolvimento se faz pelo capital estrangeiro oriundo dos
países desenvolvidos.
Os efeitos desse processo foi uma urbanização
extremamente acelerada e um êxodo rural descontrolado em função do processo de
mecanização do campo, que substituiu, em grande parte, os trabalhadores rurais
por máquinas. A consequência é o inchamento das cidades e a manifestação de
inúmeras contradições sociais, como as favelas e outras moradias precárias,
além de inúmeros problemas de caráter socioambientais urbanos.
Os sistemas de
produção referem-se ao modo como empresas e fábricas adotam estratégias para
aumentar os lucros.
Industrialização e trabalho
A Revolução Industrial no século XVIII
trouxe enormes transformações nos meios de produção e no cenário urbano
europeu. O pioneirismo inglês no processo de industrialização somente alimentou
a força econômica que a Inglaterra exercia no mundo.
A ascensão industrial substituiu
as manufaturas e a produção artesanal e acentuou o aumento da produção de
mercadorias e a crescente busca por mercados consumidores. Com o
desenvolvimento industrial, as paisagens urbanas foram se transformando
radicalmente: uma rápida urbanização sem planejamento foi fator recorrente
durante a industrialização.
No século XIX, com a 2ª Fase da
Revolução Industrial, as novas tecnologias aplicadas às indústrias, às
comunicações e aos transportes integraram cada vez mais as distantes e
distintas partes do mundo, ocorrendo a chamada “compressão espaço-tempo”. Com a
invenção do telefone, do trem a vapor e do automóvel, o deslocamento e a
comunicação passaram a ser realizados de forma mais rápida.
Desde a segunda metade do século
XX até os dias atuais, testemunhamos a revolução tecnológica empreendida pela
produção e o fácil acesso às mais desenvolvidas tecnologias. Com um clique
instantâneo, os indivíduos se comunicam a milhares de quilômetros de distância.
Exemplos dessas tecnologias são os computadores e suas ferramentas (e-mail,
bate-papo, chats, páginas de relacionamentos pessoais, dentre outros).
Nos dias atuais, o entendimento
que tivemos da “compressão espaço-tempo” ampliou-se com o desenvolvimento
tecnológico. Em poucas horas, uma pessoa se desloca entre qualquer parte do
Brasil por meio do avião; nas cidades, enormes distâncias são percorridas desde
a implantação dos serviços de metrô; e as cartas (antigas correspondências)
foram substituídas pelo e-mail (mensagem instantânea), que não demora vários
dias para chegar, como nos casos das cartas convencionais.
Assim, durante a 2ª Fase da
Revolução Industrial, com a ascensão de novas tecnologias (produção do aço, do
automóvel, da energia elétrica), as indústrias substituíram a mão de obra
humana pela mecanizada. A partir de então, o número de trabalhadores
desempregados aumentou significativamente, ocorrendo, também, a redução
salarial. Em decorrência desses fatores, de 1870 a 1900 ocorreu a primeira
crise do sistema capitalista, a chamada Grande Depressão.
As consequências dessa crise
levaram à quebra e à falência de milhares de pequenas e médias empresas, que
foram incorporadas por grandes empresas, formando, assim, as grandes indústrias
ou os monopólios. A ascensão da classe trabalhadora (quase não existiam
direitos trabalhistas nesse período) ficou estagnada durante esse processo,
levando ao retraimento do mercado, pela redução da capacidade consumidora dos
trabalhadores. No ano de 1929, o sistema capitalista passou pela segunda grande
crise: milhões de empresas decretaram falência e muitas pessoas ficaram
desempregadas.
Hoje em dia, com o atual estágio
da industrialização e com o desenvolvimento das automações (softwares, computadores
que controlam as linhas de produção das indústrias) e da mecatrônica (que
produz as automações), a situação da classe trabalhadora se encontra cada vez
mais em risco.
Segundo o sociólogo alemão Ulrich
Beck, “estamos convivendo com dois modelos de
pleno emprego, os quais devem ser distinguidos com muito cuidado”, explica
Beck, “um é o do Estado de Bem-Estar Social, modelo que previa, além do pleno
emprego, seguridade social, plano de carreira para a classe média e
estabilidade no emprego. O outro modelo é o que chamamos de emprego fácil ou
flexível, que implica carga horária variável, atividades de meio turno e
contratos temporários, nos quais as pessoas desempenham vários tipos de
trabalho ao mesmo tempo” (GALISI FILHO apud CARDOSO,
2006, p. 20).
A partir da análise do sociólogo
alemão, Beck, podemos concluir que o primeiro modelo de emprego prevalecente
nos tempos atuais (o modelo que garante estabilidade e seguridade social e um
plano de carreira) é aplicado nos países desenvolvidos, onde o governo financia
e investe grandes recursos na qualificação profissional dos trabalhadores,
garantindo a estes melhores condições de emprego e de vida. Já o segundo
modelo, que é o emprego fácil, com carga horária variável e contrato
temporário, é o que prevalece no Brasil e nos demais países emergentes, onde o
governo não destina grandes partes dos recursos para a formação e a
qualificação profissional dos trabalhadores, restando a estes um subemprego e
péssimas condições de vida.
SISTEMA
DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Taylorismo
O Taylorismo, também conhecido por Administração Científica, foi desenvolvido pelo
estadunidense Frederick
Winslow Taylor (1856-1915), no final do século XIX e início do
século XX.
A Administração Científica foi
desenvolvida em meio a um processo de transformação gerado pela segunda Revolução
Industrial, com o aço substituindo o ferro, e a energia elétrica e o
petróleo sendo usados no lugar do vapor.
Engenheiro mecânico, Taylor,
também conhecido como “Pai da Administração Científica”, construiu sua carreira
trabalhando em importantes empresas como: Midvale Steel Company, Bethlehem
Steel Company e Cramps Shipbuilding Company. Ele escreveu cinco livros, dentre
eles: Princípios da Administração Científica e Gerência de Fábrica que
permitiram com que fizesse parte do rol de pessoas, em especial engenheiros,
que contribuíram com o pensamento administrativo.
A Administração Científica se
baseia em quatro princípios básicos, desenvolvidos por Taylor, que visam
melhorar o desempenho da organização:
·1º Princípio: O estudo, por parte
da gerência, das tarefas (Estudo dos tempos e movimentos). Este deve ser feito
de forma a levantar o conhecimento que se encontra na cabeça dos trabalhadores,
registrá-los, medi-los, simplificá-lo e reduzi-lo ao mínimo, observando assim,
a melhor maneira de se executar a tarefa. Em seguida, criam-se regras e leis
que irão retornar aos trabalhadores que as colocam em prática.
·2º Princípio: A gerência deve
fazer uma seleção científica dos trabalhadores de forma a escolher a melhor
pessoa para a execução de uma tarefa e cuidar do seu contínuo desenvolvimento.
·3º Princípio: é o momento em que
as leis e regras criadas no primeiro princípio voltam para o trabalhador
selecionado através de cartões de instrução. Assim, as “melhores pessoas” são
treinadas para a realização da tarefa da “melhor maneira”.
·4º Princípio: divisão do
trabalho. Aqui a gerência, representada pelos administradores e
engenheiros, estabelecem os padrões e os operários apenas obedecem.
Este quarto princípio é
particularmente importante e característico da Administração Científica. Antes,
os trabalhadores realizavam quase todas as tarefas, sem se preocuparem com o tempo
que gastavam ou com o quanto produziam. No Taylorismo, a gerência passa a ser
mais presente, as atividades dos trabalhadores, mais específicas. Com isso,
surgiu um sistema de cooperação entre os dois grupos (gerência e trabalhadores)
visando alcançar objetivos. Aos trabalhadores era cobrada a execução correta
que lhes foram ensinados e a produção. Taylor acreditava que o sucesso do
trabalhador estava associado ao sucesso da organização.
Outro ponto relevante a ser
observado na Administração Científica é a remuneração. No século XIX, os
funcionários recebiam um incentivo negativo: a motivação era baseada no medo de
serem dispensados. Com os princípios de Taylor, o incentivo passou a ser
positivo: ele propôs o pagamento por peça. Sendo assim, como foi mencionado
anteriormente, quanto maior a produtividade da organização, mais o trabalhador
ganharia.
Apesar de estarmos falando de
princípios que foram desenvolvidos há mais de um século, é interessante
salientar que eles não descartados ou esquecidos, mas aprimorados. Ainda hoje é
possível detectar traços dos princípios do Taylorismo na administração das
organizações.
Fordismo
A
semelhança do termo “Fordismo”
com o nome da marca da grande multinacional do setor automobilístico não é mera
coincidência. Ambos vieram do nome de Henry Ford (1863-1947),
maquinista estadunidense de Michigan. Mesmo tendo frequentado a escola de forma
irregular por somente oito anos, ele revolucionou a indústria como um todo e a
automobilística em particular.
É comum
ouvir que Ford criou a linha de montagem, o controle de estoque em tempo real,
a gestão de recursos humanos e a produção em
massa. Isso é um equívoco. Na verdade, o que ele fez foi usar esses
conceitos com eficácia extraordinária.
O
Fordismo se baseia em três princípios:
·Intensificação: aqui, o objetivo era reduzir o tempo que se
levava para produzir um produto através da utilização de meios adequados e, dessa
forma, fazer com que ele chegasse rapidamente ao mercado. Com essa ideia em
mente, Ford desenvolveu a linha de montagem móvel, em que o trabalho ia até o
trabalhador.
·Economicidade: tinha como meta fazer com que as empresas
reduzissem ao mínimo seus estoques. Neste princípio foram trabalhadas as
questões da integração vertical (quantas etapas um produto passa até chegar ao
consumidor) e integração horizontal (número de centros de distribuição
espalhados geograficamente com o intuito de facilitar e agilizar a distribuição
do produto). Foi exatamente pensando nisso que Ford desenvolveu um sistema de
franquias que colocou uma concessionária em milhares de cidades da América do
Norte.
·Produtividade: a especialização do trabalhador faz com que ele
se torne mais produtivo.
Ford
visava atingir o mercado de massa. Os automóveis eram à época exclusividade das
classes muito abastadas. O Rolls Royce, por exemplo, era produzido pelo antigo
sistema artesanal. Cada veículo era artesanal, lapidado por encomenda. Já o
Ford T, primeiro produto a ser fabricado pelo sistema fordista, conseguiu ter
seu custo drasticamente reduzido lançando-se mão dos princípios acima, além de
contar com peças padronizáveis e intercambiáveis.
Além de
reduzir o custo através da padronização do produto, Ford também elaborou um
sistema de pagamento baseado em bônus e altos pagamentos que cresciam à medida
que a produtividade aumentava. Como consequência, os próprios operários se
tornaram parte do mercado consumidor e os carros passaram a fazer parte da
realidade das classes proletariadas. Nesse sentido, é possível dizer que o
Fordismo teve um importante papel social.
Apesar do
Fordismo ter contribuído para que a segunda Revolução
Industrial atingisse seu ponto mais alto no início do século
XX, ele tinha alguns problemas. Um deles era a produção eficiente concentrada
em um só modelo. Diz uma anedota que Ford deixava seus clientes escolherem
qualquer cor para seu automóvel, desde que ela fosse preta. A piada mostra como
o Fordismo favorece a quantidade em detrimento da qualidade e o foco mais
voltado para o produto que para o mercado. O sistema, apesar de sua eficiência,
não dava muito espaço para a inovação e a adaptação às oscilações do mercado.
Toyotismo
O toyotismo é um
sistema de produção industrial difundido a partir da década de 1970 e
caracterizou-se por flexibilizar a fabricação de mercadorias.O Toyotismo – também conhecido como acumulação flexível – é um modelo de produção industrial idealizado por Eiji Toyoda (1913-2013) e difundido pelo mundo a partir da
década de 1970 após a sua aplicação pela fábrica da Toyota, empresa japonesa
que se despontou como uma das maiores empresas do mundo na fabricação de
veículos automotivos.
A característica principal
desse modelo é a flexibilização da produção, ou seja, em oposição à premissa
básica do sistema anterior — o fordismo, que defendia a máxima acumulação dos
estoques —, o toyotismo preconiza a adequação da estocagem dos produtos
conforme a demanda. Assim, quando a procura por uma determinada mercadoria é
grande, a produção aumenta, mas quando essa procura é menor, a produção diminui
proporcionalmente.
Podemos dizer que o Toyotismo surgiu
no Japão em virtude das condições geográficas do país e das transformações
históricas relacionadas ao término da Segunda Guerra Mundial. Assim, dispondo
de um espaço geográfico reduzido e de um mercado consumidor menor do que o das
potências ocidentais, o Japão não conseguia se adequar ao modelo fordista de
produção em massa.
Ainda
na década de 1950, Eiji Toyoda visitou algumas fábricas norte-americanas a fim
de melhor conhecer os seus respectivos processos produtivos. Lá se deparou com
empresas gigantescas que detinham grandes espaços para a estocagem de produtos
industrializados. Ao fazer as suas constatações, Toyoda não tardou em perceber
que o seu país, o Japão, vivendo um complicado período pós-guerra, não
conseguiria se adequar àquele modelo industrial. Esse foi o início para que,
mais tarde, ele viesse a idealizar um sistema em que a produção ocorresse de
forma mais flexibilizada.
Mas
além das condições geo-históricas, para o sistema toyotista existir também era
necessário um avançado sistema tecnológico nos meios de transporte e
comunicação, algo impensável nos tempos em que o fordismo havia sido
idealizado. Isso porque a rapidez no deslocamento e no fluxo de mercadorias era
uma das bases para que a produção flexibilizada fosse direcionada para o
consumo sem atrasos.
assim, uma das técnicas mais utilizadas por esse modelo industrial foi o Just in time, que significa “em cima da hora”, em tradução livre.
Esse modelo funciona na combinação entre os sistemas de fornecimento de
matérias-primas, de produção e de venda. Assim, apenas a matéria-prima
necessária para a fabricação de uma quantidade predeterminada de mercadorias é
utilizada, que deve ser realizada em um prazo já estabelecido, geralmente muito
curto.
Com a adoção do just in time, as fábricas passaram a economizar dinheiro e espaço na
estocagem de matérias-primas e mercadorias, além de agilizar a produção e a
circulação.
Outro
ponto importante referente ao sistema toyotista é a diminuição da oferta de
empregos, haja vista que o processo de trabalho também se flexibiliza e, ao
longo do processo produtivo, um mesmo trabalhador realiza diversas funções,
diferentemente do fordismo, em que o trabalho era mecânico e repetitivo. Isso
serviu para ampliar o desemprego no setor secundário da economia (que é o setor
das indústrias) e transferir a mão de obra para o setor terciário (o setor de
serviços), onde os empregos se concentram mais na distribuição de mercadorias
do que propriamente em sua produção.
O
toyotismo, em linhas gerais, pode ser considerado como o sistema responsável
pela terciarização da economia, algo que já ocorreu nos países desenvolvidos e
que vem se acelerando também no mundo subdesenvolvido.
Volvismo
O Volvismo constitui um modelo de organização do trabalho,
criado pelo engenheiro indiano Emti Chavanmco, na década de 1960, na planta da
Volvo na cidade sueca de Kalmar. Posteriormente, também foi implantado nas
plantas das cidades Torslanda (1980-81) e Uddevalla (1988), igualmente na
Suécia. É um modelo pós-Fordista que
concilia tanto os aspectos tecnológicos quanto os humanos presentes no sistema
de produção.
Para se compreender como se deu a
implantação do Volvismo é preciso, antes, conhecer as características da
indústria sueca. Os trabalhadores têm autonomia bem como conhecimento para
detectar oportunidades e experimentá-las, de modo a agregar valor ao produto
final. Isso ocorre porque eles são treinados a fazerem parte de equipes
auto-gerenciáveis. A indústria sueca se caracteriza endogenamente, ou seja,
internamente, ainda, por um elevado grau de automação e informatização. Em
contrapartida, uma mão-de-obra altamente educada e qualificada, além da
presença marcante de sindicatos trabalhistas caracteriza essa indústria
exogenamente, ou seja, do ponto de vista exterior. A combinação dessas
características, somado ao fato de as fábricas da Volvo buscarem internacionalizar
a produção e possuírem uma cultura organizacional que vêem com bons olhos o
experimentalismo, permitiu o desenvolvimento do Volvismo. É um modelo em que o
funcionário tem papel mais importante do que teve no Fordismo. Até porque, os
jovens desse país se recusavam a trabalhar em um modelo em que fossem tratados
como “partes de uma máquina”, como acontecia no modelo
Taylorista.
As principais características que
se pode notar no Volvismo são:
·Flexibilidade funcional na
organização do trabalho;
·Organização autônoma do trabalho,
com ampla participação do trabalhador nos processos de tomada de decisão
referentes ao processo de produção, além de preocupação com o bem estar dos
trabalhadores e boas condições de trabalho;
·Centralização e automação no
sistema de manuseio de materiais;
·No Volvismo, os funcionários não
são apenas montadores de partes. São, sim, montadores de veículos. Isso porque
as tarefas eram distribuídas conforme as competências de cada trabalhador que,
por sua vez, eram aperfeiçoadas constantemente. Dessa forma, a organização do
trabalho passou a ser feita em grupos autônomos que, ao final de um ciclo de
duas horas conseguia entregar um carro montado.
·Prova da importância do
trabalhador no Volvismo é o planejamento de Recursos Humanos como parte da
estratégia produtiva.
·Investimento pesado em
aperfeiçoamento e treinamento de operário.
O modelo Volvo da época não dava
atenção ao fator humano somente dentro de suas plantas. Ele também se
preocupava em criar uma boa relação extramuros com a sociedade, através de
investimentos sociais da empresa, tais como a construção de escolas e igrejas,
o que resultou não só uma boa imagem da empresa aos olhos da sociedade, como
também um maior espaço político da empresa entre cidadãos e Estado.
__________________________________
AULA DIA 16-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
INDUSTRIALIZAÇÃO
Entende-se por industrialização o
processo de transformação de matérias-primas em mercadorias ou bens de produção
(esses últimos podendo ser novamente transformados) por meio do trabalho, do
emprego de equipamentos e do investimento de capital. Obviamente, o crescimento
da atividade industrial aumentou a demanda por matérias-primas e mais recursos
naturais, por isso o ser humano passou a explorar ainda mais a natureza e,
sobre ela e o espaço em geral, realizar cada vez mais intervenções e impactos.
Na visão de muitos autores no campo das
Ciências Humanas, o processo de industrialização é sinônimo da era
da modernidade, ou seja, a industrialização das sociedades marca, assim, a
inserção delas no mundo moderno.
A Industrialização é processo
histórico que teve como marco o advento da máquina a vapor, quando a
indústria passa a dominar a economia, impulsionando a urbanização e
o crescimento demográfico no seu entorno.
Esse processo modificou também todas as
relações sociais e econômicas em função da industrialização, pela qual
haverá aumento na divisão de trabalho, com o consequente aumento da
produtividade (industrial e agrícola), da renda per capita e do
estabelecimento da classe média e do padrão de consumo atual.
Buscou-se a implantação de novas fontes de
energia, bem como da maximização dos lucros pela substituição dos
modos de produção artesanais.
De fato, a industrialização começou com
a Revolução Industrial, que teve seu berço na Inglaterra durante o século
XVIII, quando as mudanças tecnológicas, o acúmulo de capitas pela burguesia e
fenômenos como o cercamento dos campos, que levou os trabalhadores para as
áreas urbanas, permitiram o estabelecimento da economia de mercado, bem como do
sistema capitalista.
Posteriormente, ao longo do século XIX,
outros países europeus irão seguir o mesmo caminho em busca de riqueza e lucro
proporcionados pelos avanços dos meios de produção.
Não obstante, nos países emergentes esse
processo de industrialização ocorrerá mais tardiamente e levará a algum nível
de dependência em relação aqueles que foram os pioneiros da Revolução
Industrial.
Um dos principais agentes de produção e
transformação do espaço geográfico na sociedade atual, sem dúvidas, é a
atividade industrial, pois ela provoca efeitos sobre os movimentos
populacionais e o crescimento das cidades; interfere nos tipos de produção no
meio urbano e também no meio rural, entre outros.
Evolução da atividade industrial – breve
histórico
Ao longo do tempo, as sociedades
pré-industriais e industriais passaram por sucessivos estágios de
transformação, o que gerou diretas consequências sobre os tipos de produção de
mercadorias e a forma de inserção destas no mercado.
Fase pré-industrial (artesanal):
a fase da atividade artesanal – isto é,
quando essa prática era o modo de produção predominante – estendeu-se desde a
Antiguidade até o século XVII. A produção era individual e centrada na figura
do artesão, que atuava desde o início do processo produtivo até, por vezes, a
comercialização de seus produtos.
Fase manufatureira:
as primeiras indústrias pautavam-se na
manufatura, ou seja, no trabalho manual. Essa fase estendeu-se durante o século
XVII até meados do século XVIII, quando se iniciou, na Inglaterra, o processo
de Revolução Industrial.
Utilizava-se o trabalho manual e máquinas simples com a inauguração do processo
de divisão de tarefas e a formação das classes trabalhadoras (os assalariados)
e as patronais (os patrões).
Fase maquinofatureira ou industrial:
podemos dizer que a fase industrial
propriamente dita ocorreu após o início da I Revolução Industrial com a
invenção de maquinários capazes de intensificar a produção e empregar um maior
número de trabalhadores, além de produzirem novos e variados tipos de
mercadorias. Com o tempo, essa atividade aperfeiçoou-se com a Segunda e
Terceira Revoluções Industriais.
Fase pós-industrial: embora
não haja consenso sobre esse termo, a fase pós-industrial seria aquela em que
as indústrias, embora ainda muito importantes, deixam de desempenhar um papel
central no cerne das sociedades em uma etapa recente. A principal
característica, nesse caso, é o deslocamento do emprego para o setor terciário
(comércio e serviços), em um fenômeno que os economistas chamam
de terciarização da economia.
É válido ressaltar que as etapas acima
mencionadas não se sucederam de forma linear em todas as sociedades e nem de
modo igualitário. Alguns países ou regiões do mundo somente conheceram o
processo de industrialização em sua fase mais avançada ou moderna; outras
regiões, em alguns países subdesenvolvidos, sequer podem ser consideradas como
sociedades industriais.
Revolução Industrial
As fases da revolução
industrial compreendem os diversos momentos desde o início do avanço do
processo industrial, que começou na Inglaterra no século XVIII.
.
Causas da Revolução Industrial
As causas da Revolução
Industrial favoreceram, a partir do século XVIII na Inglaterra, uma grande
mudança no sistema econômico, social e político, que aos poucos foi se
espalhando por outros países europeus e do mundo.
O advento da Revolução Industrial marcou uma
fase de intensa industrialização com o uso das máquinas, em detrimento do
trabalho artesanal (manual).
As principais causas da Revolução Industrial na
Inglaterra foram:
Hegemonia naval inglesa e posição geográfica
estratégica
Ausência de barreiras alfandegárias (zona de
livre comércio da Europa)
Crescimento demográfico na Europa
Fortalecimento e investimento da burguesia
Fim da monarquia e do absolutismo na
Inglaterra
Surgimento do parlamentarismo
Aumento da riqueza e acúmulo de capital
Revolução comercial e expansão do comércio
internacional
Consolidação do sistema capitalista
(capitalismo industrial)
Desenvolvimento da indústria metalúrgica e
siderúrgica
Criação de máquinas para as indústrias
Invenção da máquina de fiar, tear mecânico e
da máquina a vapor
Melhoria dos métodos agrícolas
Grande disponibilidade de matéria-prima na
Inglaterra
Aperfeiçoamento e inovação das técnicas de
produção
Mecanização dos processos de produção
Crescimento do mercado consumidor mundial
Aumento do êxodo rural (mão-de-obra barata)
Progresso técnico e científico
Influência do Iluminismo e revolução
intelectual
Introdução do liberalismo político e
econômico
Fases da Revolução Industrial
Está dividida em três fases: Primeira
Revolução Industrial, Segunda Revolução Industrial e Terceira Revolução
Industrial. Confira abaixa o resumo de cada um desses períodos e suas
principais características
Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial teve
início na Inglaterra no século XVIII e durou de 1750 a 1850. Essa fase foi
caracterizada por diversas descobertas as quais favoreceram a expansão das
indústrias, o progresso técnico e científico e a introdução das máquinas.
Nesse ínterim, a passagem da manufatura para
o sistema fabril foi impulsionada pelas invenções da máquina de fiar, o tear
mecânico e a máquina a vapor que resultou na mecanização dos processos.
Foi assim que ocorreu a expansão das
industrias têxteis, metalúrgica, siderúrgica e dos transportes. O uso do carvão
para alimentar as máquinas foi essencial nesse momento.
Como resultado, temos o aumento da produção,
a substituição do trabalho manual pelo industrial (da manufatura para a
maquinofatura), o desenvolvimento do comércio internacional e o aumento do
mercado consumidor.
Quem estava afrente desse processo e
contribuiu para sua expansão foi a classe burguesa que detinha recursos e que
ansiava pelo lucro. Nesse sentido, surgiu a classe operária ou trabalhadora
chamada de proletariado, mão de obra barata explorada nas fábricas.
Vale lembrar que nessa época a Revolução Industrial ocorreu
na Inglaterra, o que transformou Londres na mais importante capital financeira
internacional e o país numa grande potência econômica dominante. Mais tarde,
ela foi se expandindo para outros países europeus.
Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial começa
em meados do século XIX e durou de 1850 a 1950. Esse período foi marcado pela
consolidação do progresso científico e tecnológico, se espalhando por outros
países da Europa, como França e Alemanha.
Muitas descobertas foram importantes para
alavancar esse progresso que agora não se restringia somente à Inglaterra.
Merecem destaque:
a invenção da lâmpada incandescente;
criação dos meios de comunicação (telégrafo,
telefone, televisão, cinema e rádio);
avanços na área da medicina e da química,
como a descoberta dos antibióticos e das vacinas.
Além disso, avanços nos processos de
utilização do aço foram essenciais para a construção de máquinas, pontes e
fábricas. No tocante a sua utilização, devemos ressaltar que o aço foi
essencial para a construção dos trilhos das ferrovias, marcando
consideravelmente o avanço dos meios de transportes. Ademais das ferrovias, o
automóvel e o avião foram inventados nessa época.
Não menos importante foi a nova configuração
do uso das fontes de energia que, nesse caso, estava sendo substituída
paulatinamente pelo petróleo. Além de servir de combustível, o petróleo foi
importante na produção de produtos derivados dele, do qual se destaca o
plástico.
Esse conjunto de mudanças e invenções foram
essenciais para revolucionar o sistema industrial. Elas trouxeram um novo
panorama a vida social e econômica da população, denominado de “Capitalismo Industrial” (ou
Industrialismo).
Fica claro que, ao mesmo tempo em que o
progresso e o conforto humano foi se mostrando favorável, por outro lado, as
condições dos trabalhadores das fábricas eram precárias, incluindo duras e
longas jornadas de trabalho e baixa remuneração.
Isso foi aumentando cada vez mais as
desigualdades sociais. Assim, começam a surgir os sindicatos em defesa dos
direitos dos trabalhadores.
O fordismo e o taylorismo vieram revolucionar o sistema
de produção das fábricas com as famosas esteiras rolantes. Elas dinamizam e
otimizavam o processo, ao mesmo tempo que geravam mais lucro para a classe
detentora dos meios de produção, barateando ainda mais o custo dos produtos.
Terceira Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial começou
em meados do século XX, que abrange o período de 1950 e permanece até a
atualidade. Foi nesse momento que ocorre um grande avanço da ciência, da
tecnologia, da informática, (com o surgimento de computadores, criação da
internet, dos softwares e dos dispositivos móveis) da robótica e da eletrônica.
Na área das ciências merece destaque o
desenvolvimento da engenharia genética e biotecnologia, com a produção em massa
de diversos medicamentos e avanços da medicina.
Embora o uso de outras fontes de energia já
tinha evoluído anteriormente, nesse momento, surge a energia atômica com o uso
de elementos radioativos, especialmente o urânio.
Ainda que a ideia inicial era a geração de
energia, o final da segunda guerra mundial (1939-1945) demostrou o perigo no
uso dos elementos radioativos. Como exemplo, temos o lançamento da bomba
atômica no ano 1945 em Hiroshima e em Nagasaki, no Japão.
Outro importante marco dessa fase foi a
conquista espacial, quando Neil Armstrong chegou a lua em 1969, revelando a
força e as conquistas tecnológicas do seu humano.
Foi, portanto, no período conhecido como
Guerra Fria, que a corrida espacial, iniciada em 1957, foi travada entre os
Estados Unidos e a União Soviética. Isso demostrou ainda mais os avanços nas
áreas da tecnologia e da produção de armamentos.
Nos avanços da metalurgia, as descobertas
químicas foram essenciais para seu progresso. Houve o surgimento de novas ligas
metálicas que proporcionaram o avanço dos meios de transportes, com a
construção de naves espaciais e aeronaves.
Quanto aos trabalhadores, os direitos
trabalhistas começam a se ampliar, diminuindo as horas de trabalho, incluindo
benefícios e proibindo o trabalho infantil.
Todos esses fatores foram essenciais para a
modernização das indústrias e que até os dias de hoje continuam marcando os
avanços das tecnologias de informação bem como da globalização no mundo.
Consequências da Revolução Industrial
As consequências da Revolução
Industrial, movimento que teve início na Inglaterra no século XVIII,
influenciaram e influenciam diretamente o sistema social, econômico e político
mundial até os dias de hoje.
Ela teve início por diversos motivos dos
quais se destacam: fortalecimento da classe burguesa na Inglaterra, diversas
invenções (máquina de fiar, tear mecânico, da máquina a vapor, etc.), o uso de
fontes modernas de energia (carvão e o petróleo) e o aperfeiçoamento das
técnicas de produção a partir do avanço tecnológico e científico.
Ainda que muitos pontos positivos surgiram
junto à expansão da industrialização, os trabalhadores das fábricas viviam em
condições precárias, com altas jornadas de trabalho e salários baixos. Mulheres
e crianças também trabalhavam nas fábricas e recebiam menos que os homens.
Esse processo concentrou a riqueza nas mãos
de uma elite e com isso, a miséria e a insalubridade em que viviam as
populações menos favorecidas aumentaram significativamente.
Principais Consequências da Revolução Industrial:
Divisão e especialização do trabalho
Fortalecimento de duas classes: burguesia
industrial e o proletariado fabril
Elevado crescimento econômico
Concentração de renda na mão dos donos das
indústrias
Fortalecimento político e econômico da
burguesia
Formação de uma elite industrial
Surgimento das linhas de montagem (Fordismo e
Taylorismo)
Diminuição das corporações ligadas ao
artesanato (manufaturas)
Substituição da manufatura para a
maquinofatura
Criação de empresas e indústrias
Dinamização do processo industrial
Aumento do rendimento do trabalho
Redução do custo de produção
Aumento da concorrência
Expansão e consolidação do sistema
capitalista
Surgimento do Socialismo
Progresso científico e tecnológico
Avanço dos sistemas de comunicações e
transporte
Desenvolvimento industrial e urbano
Aumento do êxodo rural
Crescimento das cidades e da população
Crescimento desordenado das cidades
As cidades tornam-se grandes centros
industriais
Expansão do comércio e das atividades
industriais
Aumento da produtividade e do mercado
consumidor
Surgimento de uma nova classe operária
(proletariado)
Aumento das lutas operárias
Surgimento
dos Trade Union (sindicatos)
Expansão do imperialismo
Aumento das desigualdades sociais
Avanço dos impactos ambientais
Tipos de Indústrias
Os tipos de indústrias envolvem as
mais variadas classificações dos sistemas industriais e estão relacionadas
segundo a atuação e produção de cada uma delas.
Vale ressaltar que as indústrias surgiram no
século XVIII com a Revolução Industrial que teve início na
Inglaterra. Desde então esse setor tem crescido muito nas últimas décadas.
Em suma, as indústrias são responsáveis por
transformar matéria-prima em produtos destinados para utilização de outras
industrias ou mesmo para o consumo dos cidadãos.
Basicamente, elas incluem as indústrias de
base, intermediárias, de bens de consumo e de ponta. Todas elas incluem elevada
mão-de-obra, além de máquinas para auxiliar no processo.
Dentro de cada grupo existem alguns
subgrupos. Confira abaixo as principais características de cada tipo:
Indústrias de Base
As indústrias de base, também chamadas de
“indústrias pesadas” ou “indústrias de bens de produção” envolvem as indústrias
extrativas e de bens de capital.
Nessa classificação, há transformação de
energia ou de matérias-primas brutas em processadas as quais são utilizadas em
outras indústrias.
As Indústrias Extrativas, como o próprio nome indica, extraem matérias-primas
(vegetal ou mineral), por exemplo, petróleo, madeira, minério, carvão mineral,
etc.
Indústrias de Bens de Capital
Já as indústrias de bens de capital produzem,
dentre outras coisas, diversos equipamentos e máquinas, por exemplo, as
metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas, navais, etc.
Indústrias Intermediárias
Nessa categoria estão as indústrias que
servem como intermediárias entre as indústrias de bens de produções e as de
bens de consumo.
Ou seja, elas coletam as matérias-primas
processadas pelas indústrias de base e produzem algumas peças e equipamentos
que serão utilizadas nas indústrias de bens de consumo.
São exemplo, as peças para automóveis,
máquinas, motores, computadores, etc.
Indústrias de Bens de Consumo
As indústrias de bens de consumo recebem esse
nome pois produzem diversos produtos que são diretamente voltados para o
mercado consumidor. Também são chamadas de “indústria leves”.
Importante destacar, que diferente das
indústrias de base, essas estão localizadas mais próximas dos centros urbanos.
Isso facilita o acesso aos produtos por seus consumidores.
Note que as matérias-primas utilizadas são
provenientes do trabalho realizado pelas indústrias de base e intermediárias.
Elas são classificadas de três maneiras:
Indústria de bens duráveis: incluem produtos
não-perecíveis como os eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis, veículos,
dentre outros. Recebe esse nome visto que os produtos gerados possuem uma longa
durabilidade.
Indústria de bens semiduráveis: é
intermediaria entre os dois outros tipos de indústria de bens de consumo. Ou
seja, os produtos gerados possuem uma vida útil mediana, por exemplo,
telefones, roupas, sapatos, etc.
Indústria de bens não-duráveis: envolvem
produtos perecíveis considerados de primeira necessidade, por exemplo, os
alimentos, bebidas, remédios, cosméticos, etc.
Indústrias de Ponta
As indústrias de ponta são aquelas que tem
como foco a alta tecnologia. Diferente de muitos delas, essas envolvem
mão-de-obra qualificada, ou seja, trabalhadores com títulos (graduação,
mestrado, doutorado, etc.).
Aqui, podemos citar as empresas relacionadas
com comunicação, computadores, telefones, aviação, navegação, dentre outras.
Indústria 4.0
A indústria mundial está em processo de
mudança tão acentuado quanto o ocorrido na Revolução Industrial. A este
conjunto de transformações se convencionou chamar 4.0 em referência à potência
dos motores.
A indústria 4.0 se caracteriza por unir três
fatores à sua linha de produção:o progresso tecnológico, a digitalização e a
inovação.
1. O progresso tecnológico que permitiu
baratear e expandir o uso de computadores tem criado máquinas cada vez mais
potentes e baratas.
A automação industrial reduz custos de
produção e aumenta a qualidade dos produtos. Os softwares que integram as
linhas de produção estão criando fábricas inteligentes. Através de sensores,
maquinário e produto trocam informações durante o processo de manufatura.
A indústria automobilística está entre as
mais robotizadas do mundo: os robôs com seus braços mecanizados fazem tudo,
desde o processo de fabricação até os testes finais de qualidade. Os
funcionários, em número reduzido, acompanham tudo pelas telas dos computadores.
2. A imensa quantidade de informação
digital disponível em alguns segmentos. A concepção de produtos, os testes
com novos materiais, com novas peças, o design, a arquitetura de fábrica, a
organização da linha de produção, o estoque de materiais, tudo é digital.
Inclusive, a tecnologia virtual em 3D já está
sendo usada para testar os novos produtos.
3. Os avanços na área de inovação é
outra grande ferramenta para as indústrias que podem recombinar tecnologias
existentes e fazer contribuições na área de design, de novos materiais, gestão
e produção.
Em apenas 15 anos, os computadores e a
internet já fizeram uma revolução nas indústrias. Embora seja um fenômeno
mundial, ele é mais presente nos Estados Unidos, Japão e na Europa.
Essa evolução tecnológica elimina empregos e
a mão de obra qualificada é cada vez mais requisitada.
Tipos de industrialização
Além das três Revoluções Industriais pelas
quais a humanidade passou em diferentes períodos, a sociedade em todo mundo já
testemunhou três diferentes tipos ou modelos de industrialização, cada um deles
ocorrendo em alguns determinados lugares. Esses modelos variavam conforme o
grau de desenvolvimento e domínio geopolítico dos Estados Nacionais. O processo
industrial ocorria, primeiramente, nos países considerados desenvolvidos e, por
último, nos países chamados subdesenvolvidos e emergentes.
Industrialização clássica
A industrialização clássica ocorreu nos
países desenvolvidos, acontecendo primeiramente na Inglaterra, na segunda
metade do século XVIII, e estendendo-se ao longo do século XIX em outros países
também considerados desenvolvidos.
Esses países, durante esse processo, passaram
por profundas mudanças em seus respectivos espaços geográficos, que se
transformaram conforme a economia e outros setores da sociedade também se
modificaram.
Os países que passaram pela revolução
clássica foram sempre pioneiros no que se refere à elaboração de novas
tecnologias. Caracterizam-se por serem grandes importadores de matérias-primas,
utilizadas em seu processo industrial, e por serem grandes exportadores de
produtos industrializados e, principalmente, de alta tecnologia.
A maior parte das empresas multinacionais da
atualidade é proveniente dos países de industrialização clássica.
Industrialização planificada
Esse tipo de industrialização ocorreu ao
longo do século XX e praticamente não existe mais. Iniciou-se após o surgimento
da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e estendeu-se por todos
os países que adotaram o modelo socialista soviético.
Ao contrário das demais formas de
industrialização, todas as fábricas, indústrias e propriedades eram estatais.
Nesse caso, não era o mercado quem regulamentava a economia, mas o Estado. Era
ele quem determinava os salários, os preços dos produtos e as transformações econômicas
e sociais.
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Com a queda do Muro de Berlim e o declínio do
mundo socialista pautado no modelo soviético ao final do século XX, esse tipo
de industrialização ruiu, as propriedades estatais foram, em sua maioria,
privatizadas para empresas estrangeiras ou fechadas, o índice de desemprego
aumentou e a economia desses países sofreu graves crises.
Industrialização tardia ou periférica
Esse modelo de industrialização ocorreu,
principalmente, nos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.
Iniciou-se a partir de meados do século XX, primeiramente na América Latina, na
década de 1950, e, posteriormente, em 1960, para o extremo oriente, o sudeste
da Ásia e para o Sul da África. Ainda hoje existem países que passam por
esse processo de industrialização.
A industrialização tardia caracteriza-se,
principalmente, pela instalação de empresas estrangeiras, as multinacionais.
Por isso, alguns críticos afirmam que esses países
não SE industrializaram, mas FORAM industrializados, ou
seja, o processo de crescimento industrial desses países foi passivo e
coordenado pelo capital estrangeiro a seu bel-prazer.
A maior parte das fábricas é do tipo de bens
de consumo, isto é, produzem mercadorias diretamente do consumidor. A
tecnologia utilizada, quase sempre, é de origem estrangeira.
A industrialização ocorre de forma desigual em diferentes
regiões do mundo.
Fatores locacionais
Os fatores locacionais referem-se aos
elementos socioeconômicos que orientam a distribuição de uma determinada
indústria sobre o espaço geográfico. Dentre os inúmeros fatores, podemos
destacar:
- Presença imediata de matérias-primas e recursos
naturais;
- Disponibilidade de mão de obra abundante e barata;
- Incentivos fiscais oferecidos pelo governo local
(isenção de impostos, etc.);
- Rede de transporte prática e eficiente que permite o
fácil escoamento da produção;
- Mercado consumidor amplo e acessível;
- Fontes de energia que garantam a produção;
- Presença de indústrias complementares ou de apoio;
- Em alguns tipos de indústria, é importante a
proximidade com centros de pesquisas, tais como as universidades.
Todos esses elementos (ou pelo menos a
maioria deles) são avaliados por uma indústria quando ela escolhe o local para
a sua instalação. Muitos governos municipais, estaduais e até federais atuam no
sentido de garantir essas condições (sobretudo os incentivos fiscais) para que
as fábricas instalem-se em seus territórios e, assim, gerem mais empregos
diretos e indiretos, dinamizando mais a economia.
Em alguns locais, formam-se os complexos industriais com grande infraestrutura.
Nesse contexto, é válido ressaltar a
importância crescente das empresas multinacionais ou globais, que muitas
vezes se deslocam de uma área para outra a fim de obter tais benefícios. Muitas
delas migram para países subdesenvolvidos, onde a mão de obra é mais barata, ou
seja, com menos salários aos trabalhadores. Além disso, muitas delas fragmentam
a produção em muitas regiões, a exemplo das indústrias automobilísticas, em que
as várias partes de um carro são produzidas em diferentes lugares do mundo para
a obtenção de maiores vantagens e a máxima geração de lucro.
Os efeitos da industrialização sobre o espaço
geográfico
Como já mencionamos, a indústria é um dos
principais agentes de transformação do espaço. Quando uma área antes não
industrializada recebe um relativo número de fábricas, a tendência é receber
mais migrantes para a sua área, acelerando a sua urbanização.
Com mais pessoas residindo em um mesmo local,
gera-se mais procura pela atividade comercial e também no setor de serviços,
que se expandem e produzem mais empregos. Entre outros aspectos positivos,
menciona-se a maior arrecadação por meio de impostos (embora, quase sempre, as
grandes empresas não contribuam tanto com esse aspecto).
As indústrias contribuem para a geração de empregos
Dentre os efeitos negativos da
industrialização, podemos citar os impactos gerados sobre o meio ambiente, haja
vista que, a depender do tipo de fábrica e das infraestruturas para ela
oferecidas, são gerados mais poluentes na atmosfera e também nos solos e cursos
d'água. Além disso, os incentivos fiscais oferecidos pelo poder público são
criticados por fazer com que a população arque mais com os impostos do que as
grandes empresas.
O poder de intervenção da indústria nas
sociedades é tão elevado que até as suas modalidades de produção, ou
seja, a forma predominante com que suas linhas de produção atuam, interferem na
organização do espaço, gerando mais ou menos produtos e empregos, entre outros
elementos. Na era do fordismo, a produção era em massa, com mais empregos
situados no setor secundário; o que se transformou radicalmente na era do
toyotismo.
___________________________________ AULA
DIA 01-04 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO
AGRICULTURA NOS PAÍSES
DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS
A agricultura é uma atividade produtiva de grande importância, essa
atividade possui duas vertentes principais: a agricultura de subsistência e a
agricultura comercial.
Agricultura é a
união de técnicas aplicadas no solo para o cultivo de vegetais
destinados à alimentação humana e animal, produção de matérias-primas e
ornamentação. A agricultura é uma atividade produtiva de grande importância
para o homem, pois é a partir dela que temos o nosso sustento. Existem três
fatores ligados à produção agrícola: o físico, como o solo e o clima; o fator
humano, que corresponde à mão de obra em seu desenvolvimento; e o fator
econômico, que se refere ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas
na produção. Dentre os fatores naturais, sem dúvida, o clima é o que exerce
maior influência no desenvolvimento da agricultura. Caso a chuva atrase, por
exemplo, a lavoura fica comprometida; se chover excessivamente, a mesma também
será prejudicada. Outro elemento natural indispensável para a agricultura é o
solo. Esse é um recurso mineral renovável essencial para os vegetais, uma vez
que é nele que a planta se desenvolve e retira nutriente e água para a
germinação, crescimento e produção de frutos.
O fator humano
está ligado diretamente com a força de trabalho empregada no plantio, nos
cuidados e na colheita. Desta forma, é possível verificar o tipo de mão de obra
aplicada, a quantidade, a qualificação e também as relações de trabalho
estabelecidas entre o empregado e o empregador, as quais são determinadas pelo
nível tecnológico inserido na produção. Assim, quanto mais mecanizada e
desenvolvida for a propriedade, menor será a necessidade de mão de obra. A
seguir, as duas principais vertentes da agricultura: primitiva ou de
subsistência e comercial ou monocultora.
A evolução na
produção fez com que houvesse hoje a possibilidade de uma divisão entre
os sistemas produtivos.
Conheceremos hoje as modalidades de produção chamadas de agricultura
extensiva e intensiva.
Agricultura
intensiva
É uma modalidade
de produção agrícola que utiliza intensivamente insumos e tecnologia para o
aumento da produtividade e redução nos prazos. É um sistema comum em países
desenvolvidos. Nos subdesenvolvidos, quando é utilizado, geralmente tem a
produção destinada ao mercado externo.
Na agricultura
intensiva, há a utilização de máquinas, tecnologia e mão de obra especializada
Características
da agricultura intensiva
·Há uma intensa mecanização de
todas as etapas do processo produtivo. Desde a preparação do solo, passando
pelo combate às pragas da lavoura e finalizando na colheita, são usadas máquinas para
realizar cada uma dessas etapas;
·Grande parte da mão de obra utilizada
é qualificada. Como o uso de máquinas é frequente, os poucos
trabalhadores dessa modalidade estão concentrados nas áreas técnicas e de
manutenção e operação dos equipamentos;
·A agricultura intensiva utiliza diversos tipos
de insumos para otimizar a produção e aumentar a
produtividade. Antes do plantio, o solo é corrigido e fertilizado por meio
de fertilizantes químicos. As pragas também são controladas
por agrotóxicos, os chamados defensivos agrícolas, que possuem alto
custo, mas alto poder de sucesso no combate a organismos nocivos às lavouras;
·Geralmente é utilizada a seleção de
sementes e espécies ou que são imunes ou mais resistentes às pragas.
Além das sementes selecionadas, é cada vez mais comum o uso de sementes e
mudas geneticamente modificadas, as sementes transgênicas;
·Na modalidade de produção intensiva, é comum a
utilização de técnicas e tecnologia, como irrigação, terraceamento,
drenagem dos solos etc.
·A finalidade desse sistema e talvez a principal
característica é a alta produtividade. Seu alcance depende do
investimento em insumos e recursos tecnológicos. Como resultado, obtém-se
aumento da produtividade e a diminuição do tempo para a colheita.
Agricultura
extensiva
É um sistema
agrícola caracterizado pelo uso de técnicas rudimentares ou tradicionais na
produção. Esse tipo de agricultura pode ser encontrado tanto nas pequenas
quanto nas grandes propriedades com o predomínio da mão de obra humana e baixa
mecanização. É comum nos países subdesenvolvidos, pois é uma modalidade de
produção que demanda menor necessidade de recursos financeiros. Nesse quesito,
opõe-se à agricultura intensiva, onde há investimento financeiro significativo.
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Na agricultura extensiva, é
comum o uso de mão de obra sem qualificação.
Características
da agricultura extensiva
·Esse sistema de produção agrícola, ao contrário da
agricultura intensiva, é realizado de forma tradicional e trabalha com grande
número de trabalhadores;
·O uso de tecnologia é reduzido ou inexistente. Por
ser uma modalidade de produção que dispõe de poucos recursos para investimento,
as caras técnicas de produção agrícola geralmente não são utilizadas;
·A preparação do solo é feita de maneira rudimentar.
Em muitos casos, usa-se o arado puxado por animais e não há preparação do solo,
como a correção ou utilização de fertilizantes. O plantio é feito no solo, nas
condições em que ele se apresenta;
·As sementes utilizadas não são selecionadas. Muitas
vezes, o agricultor extensivo guarda uma parte da produção anterior para ser
utilizada como semente nos próximos plantios;
·A competitividade no mercado interno e externo fica
comprometida, pois a qualidade da produção e a produtividade por hectare não
conseguem chegar próximo ao patamar alcançado pela produção intensiva;
·A agricultura extensiva é encontrada tanto nas
pequenas quanto nas grandes propriedades. O que caracteriza a agricultura extensiva
é a baixa utilização de técnicas, mecanização e insumos agrícolas, e não o
tamanho da área plantada;
·Está refém das condições naturais, como a condição
dos solos na época da semeadura, a quantidade de chuvas nos períodos certos e a
umidade e temperatura;
·É uma modalidade que muitas vezes apresenta baixaprodutividade
por hectare. Contudo, pode apresentar alta produção, quando a área plantada é
grande e as condições naturais (como as chuvas e o solo) favoreceram a produção
naquele determinado período.
A AGRICULTURA NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Com a
revolução agrícola do século XX (revolução verde), os países
ricos passaram a empregar cada vez menos mão de obra nas atividades rurais.
Nesse conjunto de países, a agropecuária é moderna e utiliza
recursos avançados de produção, como o uso intensivo de agrotóxicos, fertilizantes,
mecanização, recursos biotecnológicos e métodos adequados de manejo dos solos.
O resultado disso é a alta produtividade e a grande produção agropecuária.
Nos
países ricos vigora uma política agrícola que busca sempre grandes margens de
lucros e benefícios para sua produção interna. Muitos deles produzem e estocam
alimentos esperando o melhor momento para comercializá-los, obtendo assim
maiores lucros.
Mas a
ação mais comum dos países desenvolvidos é o protecionismo.
A maioria dos produtos comprados dos países subdesenvolvidos é sobretaxada ao
entrar no mercado desses países para que não faça concorrência com os produtos
locais.
Existem
diversos exemplos atuais que envolvem o Brasil, como o açúcar no mercado
europeu, o suco de laranja e os biocombustíveis no mercado dos EUA. O que
ocorre é que o governo dos países ricos subsidia seus
produtores rurais através de créditos a taxas de juros baixíssimas. Essa
prática faz com que essas vantagens oferecidas sejam repassadas para o custo
final dos gêneros agrícolas, barateando-os de tal forma que se torna muito
difícil a concorrência.
Essas
políticas agrícolas têm sido discutidas fervorosamente na OMC (Organização Mundial de Comércio),
entidade, com sede em Genebra (Suíça), que cuida das relações internacionais de
comércio. Uma de suas principais atribuições é combater o protecionismo e
incentivar o comércio mundial.
Atualmente,
a maioria das nações (especialmente do mundo capitalista rico) defende os
ideais neoliberais (minimização da ação do Estado, privatizações e maior
liberdade comercial). Entretanto, quando algum país subdesenvolvido adquire
condições de competitividade, nem sempre obtém êxito em seus pedidos de quebra
das medidas protecionistas.
Resumidamente, a produção agrícola desses países é
altamente mecanizada, tem baixo percentual de mão de obra, possui alta
produtividade, tem grande utilização de insumos e implementos agrícolas,
pratica o protecionismo comercial e é responsável por grande parte da produção,
do comércio e do consumo mundial de alimentos.
Como é a agricultura dos Estados
Unidos?
A agricultura nos
Estados Unidos é uma das prioridades do governo, recebendo vários incentivos
que ajudam na manutenção de seu desenvolvimento. São alguns dos principais aspectos
desta o fato de que os Estados Unidos são o maior produtor de alimentos do
mundo (excedentes), existe um sistema de prioridade para o abastecimento
interno e não para as exportações, a produção é feita em zoneamento,
aproveitando as particularidades climáticas (cinturões produtivos), é empregada
uma elevada mecanização na produção, são destaques também os sistemas de
transportes intermodais (ligação entre rodovias, ferrovias, hidrovias, etc.),
ainda, há a regulação do mercado agrícola pela demanda, bem como uma alta
competitividade devido aos investimentos em transportes, armazenamento e
subsídios. O protecionismo agrícola dos Estados é feito através do programa
“Farm Bill”.
Como é a agricultura da Europa?
A Europa tem como
base de sua economia agrícola a contínua inovação dos processos, com um elevado
desenvolvimento técnico e uma intensa mecanização de seus processos. Com isso,
a Europa tem uma agricultura produtiva, sendo que a maior parte de sua produção
é consumida internamente. Existe uma grande variedade produtiva, de acordo com
os climas do continente. A especialização regional é valorizada pelo sistema de
redes comerciais que há entre elas. A agricultura europeia recebe incentivos –
subsídios – da União Europeia por meio da Política Agrícola Comum (PAC).
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Políticas agrícolas: Protecionismo na
agricultura.
São medidas que
visam proteger os setores mais vulneráveis da economia de um país. Estas
medidas aumentam a competividade, criam dificuldades aos países em
desenvolvimento em competirem. São também chamados de “subvenção”. Como
subsídios entendem-se as ajudas monetárias que os produtores agrícolas recebem
do Estado com o objetivo de reduzir o preço final dos produtos, permitindo
maior competitividade no mercado internacional. São geralmente juros mais
baixos do que o do mercado, barreiras fiscais e sanitárias para os produtos
similares importados, redução de impostos, financiamentos para compra de
adubos, de defensivos agrícolas, maquinários etc.
As principais medidas protecionistas
são:
·Subsídios:
crédito, seguros, benefícios.
·Barreiras alfandegárias: tornar
o produto externo mais caro do que o interno, inviabilizando as importações.
·Barreiras Sanitárias e Fitossanitárias: visam
proteger a saúde humana, animal e a sanidade vegetal por meio de normas,
procedimentos e controles aplicáveis ao comércio internacional de produtos
agrícolas, de forma a assegurar a inocuidade e a qualidade dos alimentos.
Organização Mundial
do Comércio – OMC.
A OMC foi criada
em 1995 e tem como metas: fixar as regras do comércio mundial para ampliá-lo e
atender aos governos que se sentem prejudicados nas transações internacionais.
Desde pelo menos o ano de 2001, quando ocorreu a Rodada de Doha no Catar, dois
assuntos principais estão sendo discutidos, ainda sem uma solução prática:
subsídios agrícolas e barreiras alfandegárias, as quais estão no âmbito das
chamadas políticas protecionistas.
A AGRICULTURA NOS PAÍSES
SUBDESENVOLVIDOS
Existe
um grande contraste na produção agropecuária dos países pobres. Alguns ainda se
encontram em um estágio de fraco desenvolvimento agrário e as suas áreas mais
modernas produzem em grandes plantations para o mercado externo. Outros, porém,
modernizaram-se e aumentaram substancialmente sua produção, como é o caso do
Brasil, do México, da Argentina e da Índia.
Em
muitos deles, convivem lado a lado estruturas modernas, bem desenvolvidas, com
estruturas arcaicas e atrasadas. As maiores produções são feitas em grandes
propriedades (latifúndios), altamente mecanizadas e com grande
disponibilidade de capitais, destinadas à exportação ou ao abastecimento
agroindustrial.
Mas a
maior parte desses países tem como base econômica as atividades agropecuárias,
já que são pouco industrializados e o setor terciário é pouco desenvolvido.
Outro fator importante é que, na maioria das vezes, a política agrícola adotada
pelos seus governos prioriza o mercado externo em detrimento das necessidades internas
da população, isso porque o mercado interno é de baixo poder aquisitivo e,
portanto, menos lucrativo.
A
modernização da agropecuária em alguns países pobres representou um êxodo rural acelerado
e um processo de urbanização caótico, levando milhares de trabalhadores rurais
à marginalização por falta de trabalho e melhores condições de vida.
No
mundo atual, os bens têm maior valor quanto maior forem os níveis de tecnologia
empregada, por isso os produtos primários, de modo geral, tendem a ter sempre
valores muito baixos. Por este motivo, os produtos comercializados sem grande
incorporação de tecnologia são classificados como comodities. Isso obriga os países dependentes da exportação
de produtos primários a se esforçarem muito para produzir em grandes
quantidades.
O mundo pobre apresenta
muitos problemas para se tornar competitivo na produção agropecuária. Vejamos
alguns:
1.ausência de infraestrutura de armazenagem dos produtos (silagem,
armazéns etc.);
2.falta de uma política agrícola para a aquisição de
insumos e implementos agrícolas;
3.dependência tecnológica;
4.utilização de meios de transporte inadequados, obsoletos
e muito caros;
5.sistema portuário pouco modernizado;
6.mecanização agrícola deficiente (fraca ou atrasada).
Brasil pode se tornar a maior potência agrícola mundial?
O
Brasil também é destaque na produção agrícola mundial. Porém, por enquanto, o
país ainda se encontra muito abaixo da União Europeia e, principalmente, dos EUA.
Porém, ao contrário dos líderes agrícolas mundiais, o país tem grandes
possibilidades de expansão nos próximos anos.
A
estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é que o
Brasil alcance a liderança mundial na safra de 2020/2021. Tal expansão deverá
ser ocasionada, sobretudo, pela modernização do campo, pela melhoria nas
condições da propriedade familiar e pelo aumento do volume de exportações. Os
produtos que mais devem ter sua produção aumentada são a soja, o etanol, o
algodão, o milho e o café.
AGROPECUÁRIA NO
BRASIL
Embora o Brasil não figure, no cenário
internacional, como um país do mundo desenvolvido, pode ser assim considerado
quando o aspecto avaliado é a produção agropecuária.
Em áreas cada vez mais amplas do território, a agropecuária
brasileira atinge padrões de lucratividade e produtividade elevadíssimos,
concorrendo com áreas agropecuárias situadas em nações desenvolvidas.
O agronegócio comanda a organização do
espaço produtivo. Vultosos investimentos em tecnologia (agricultura de
precisão) e pesquisa permitiram aproveitar de maneira mais eficiente e
produtiva o espaço, gerando alta rentabilidade e produção e colocando
algumas commodities agropecuárias
brasileiras em destaque mundial.
Cabe ressaltar, entretanto, que ainda há, em larga
escala no país, áreas de baixíssimo ou nenhum investimento de capitais,
resultando em baixos níveis de produtividade, o que acentua a contradição
presente na produção agropecuária nacional.
Produção pecuária brasileira
Há 40 anos, a boiada ficava no pasto até seis anos
para atingir o peso de abate. Em 2016, bastavam 24 meses ou menos. A produção
brasileira de carne bovina em 1970 era de 20 quilos por hectare ao ano; em
2000, este valor subiu para 34 quilos.
Atualmente, o Brasil tem o segundo maior rebanho
bovino comercial do planeta, correspondendo a 23% do total mundial e é o
segundo maior produtor de carne bovina, com 9,3 milhões de toneladas
equivalente-carcaça produzida a baixo custo de produção, tornando-se o país
mais competitivo em nível internacional. (Dados de 2016 – USDA/FAO)
Números como esses revelam os avanços da pesquisa
agropecuária no setor, deixando o Brasil numa confortável posição de
produtividade e qualidade do produto. O nosso “boi verde”, de alimentação
vegetariana, consagrou-se como o melhor para consumo humano, livre de males
como o Mal da Vaca Louca e febre aftosa – que já atingiu países da América do
Sul, Europa e Japão.
Na pecuária, a contribuição desse setor tem sido
crucial para o sucesso do plano de estabilização da economia e para a melhoria
nos padrões alimentares das camadas mais pobres da população, em termos do
consumo de proteína animal. Nos planos de estabilização anteriores a falta de
carnes nas prateleiras dos supermercados foi a causa mais evidente do fracasso
popular desses planos.
O setor avícola, pela estabilidade no fornecimento
da carne de frango e ovos e pela manutenção dos preços, mesmo com o impacto do
rápido crescimento da demanda (ocorrido em função da eliminação do imposto
inflacionário), foi uma peça-chave para o sucesso do Plano Real.
Isso não ocorreu à toa. Intimamente ligado à
expansão da produção de grãos, o desenvolvimento da avicultura, pode ser
considerado como a síntese e o símbolo do crescimento e modernização do
agronegócio no Brasil.
A atividade avícola reúne em sua estrutura
funcional os três elementos mais importantes no cálculo econômico do
capitalismo em sua configuração atual: tecnologia de ponta, eficiência na
produção e diversificação no consumo.
Produção Agrícola Brasileira
O notável crescimento da produção de grãos
(principalmente da soja) foi a força motriz no processo de transformação do
agronegócio brasileiro e seus efeitos dinâmicos foram logo sentidos em toda a
economia. Inicialmente surgiu um imenso parque industrial para a extração do
óleo e do farelo da soja e outros grãos.
A disponibilidade de grande quantidade de farelo de
soja e milho permitiu o desenvolvimento de uma moderna e sofisticada estrutura
para a produção de suínos, aves e leite, bem como a instalação de grandes
frigoríficos e fábricas para a sua industrialização.
Foi criado também um sistema eficiente de
suprimento de insumos modernos (fertilizantes, defensivos, maquinários
agrícolas etc) e uma rede de distribuição que inclui desde as grandes cadeias
de supermercados até os pequenos varejistas locais.
Inicialmente calcado na expansão da área plantada,
principalmente nas regiões de fronteira, a partir da década de noventa o
crescimento da produção, em bases competitivas, passou a depender cada vez mais
da adoção de novas tecnologias no processo produtivo.
A política agrícola a partir de 1995 foi a de
combinar, de forma eficiente, a utilização de instrumentos econômicos como o
crédito rural e os programas de suporte à comercialização com instrumentos
estruturais como a pesquisa agropecuária.
O crédito rural oficial foi reformulado para
estimular uma participação maior do setor privado. As dívidas anteriores foram
securitizadas e a estrutura governamental de apoio à comercialização passou por
profundas mudanças com a criação de instrumentos mais modernos e menos
intervencionistas.
Na pesquisa agropecuária foram adotadas várias
medidas para torná-la mais afinada com o mercado e portanto mais objetiva em
termos de áreas a serem pesquisadas e de produtos a serem desenvolvidos.
A Embrapa está fomentando a formação de consórcios
de indústrias de confecção e de artesanatos, que estão exportando para a Europa
coleções de moda e artesanato usando o algodão colorido como matéria-prima, com
benefícios para todos os componentes da cadeia produtiva.
VÍDEO AULA
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AULA DIA 25-03 – GEOGRAFIA/PROF. PAULO Agropecuária
Evolução da agricultura e suas técnicas
A
evolução da agricultura foi diretamente acompanhada da transformação do espaço
geográfico e das técnicas que compõem as atividades humanas.
A
prática da agricultura é
uma das mais antigas atividades desenvolvidas pelos humanos. No Período
Neolítico, a constituição das primeiras técnicas e materiais utilizados
para o cultivo de plantas e confinamento de animais foi a principal causa para
aquilo que se denominou como a sedentarização do ser humano, o que permitiu a
sua moradia fixa em uma dada localidade, embora a coleta e a caça tenham
convivido por muito tempo lado a lado da agricultura.
O
desenvolvimento da agricultura, portanto, esteve diretamente associado à
formação das primeiras civilizações, o que nos ajuda a entender a importância
das técnicas e do meio técnico no processo de construção das sociedades e seus
espaços geográficos. Nesse sentido, à medida que essas sociedades modernizaram
suas técnicas e tecnologias, mais a evolução da agricultura conheceu os seus
avanços.
Originalmente,
a prática da agropecuária foi desenvolvida na proximidade de grandes rios,
notadamente o Tigre e Eufrates, além do Nilo, o Ganges e outros. Não por
coincidência, foram nessas localidades que surgiram as primeiras grandes
civilizações que se teve notícia, pois a prática da agricultura permitiu o
desenvolvimento do comércio graças à produção de excedente.
A revolução agrícola
Um
dos momentos mais importantes do processo de evolução da agricultura ao longo
da história foi, sem dúvidas, aquilo que ficou conhecido como a Revolução
Agrícola. Podemos dizer que, com o passar do tempo, várias revoluções agrícolas
sucederam-se, mas a principal delas ocorreu a partir da Revolução
Industrial.
O
processo de industrialização das sociedades permitiu a transformação do espaço
geográfico no meio rural, o que ocorreu graças à inserção de maiores aparatos
tecnológicos na produção agrícola, permitindo uma maior mecanização do campo.
Essa transformação materializou-se a partir do fornecimento de insumos da
indústria para a agricultura, tais como maquinários, fertilizantes e objetos
técnicos em geral.
O
desenvolvimento da revolução agrícola no mundo também esteve diretamente
associado à expansão marítimo-colonial europeia, em que os povos europeus
disseminaram as diferentes culturas pelo mundo por meio das plantations.
No Brasil, o caso mais evidente foi a produção da cana-de-açúcar. Vale lembrar
que essa interação entre colonos e colonizadores também contribuiu para a
evolução agrícola, na medida em que técnicas antes pouco conhecidas passaram a
ser aplicadas, a exemplo do terraceamento praticado tanto na China antiga
quanto pelas civilizações pré-colombianas.
A Revolução Verde
No
século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, a evolução da
agricultura conheceu um de seus patamares mais importantes, o que ficou
conhecido como Revolução
Verde. Trata-se, basicamente, de um conjunto de medidas e promoção de
técnicas baseado na introdução de melhorias genéticas nas plantas e na evolução
dos aparatos de produção agrícola para ampliar, sobretudo, a produção de
alimentos.
A
introdução das técnicas provenientes da revolução verde permitiu um aumento, em
larga escala, da produção de grãos e cereais, diminuindo sensivelmente a
necessidade por alimentos em várias regiões da Ásia, África e América Latina,
muito embora a fome não tenha sido erradicada, uma vez que a sua existência não
se deve somente à falta de alimentos. O impacto no mundo foi tão amplo que o
agrônomo estadunidense Norman Borlaug, considerado o “pai” da Revolução
Verde, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1990.
Embora
a Revolução Verde seja bastante criticada pelos seus impactos ambientais e
também pelo processo de concentração de terras que acompanhou a sua evolução, é
inegável a sua importância para o desenvolvimento da agricultura no mundo. Além
do mais, como extensão, ampliaram-se nas décadas posteriores as melhorias
decorrentes da tecnologia no campo, como a biotecnologia e
a introdução dos Sistemas de
Informações Geográficas na linha de produção agropecuária, o que vem
intensificando a elevação da produtividade.
As transformações técnicas permitiram a evolução da
agricultura ao longo da história
Agropecuária e biotecnologia
Atualmente
as técnicas de biotecnologia têm alavancado a produção agropecuária.
O
aumento da produção agropecuária no decorrer de muito tempo esteve ligado
diretamente à área cultivada ou expansão de suas fronteiras. Isso quer
dizer que nesse período, para aumentar a produção, era preciso abrir novas
áreas de cultivo.
Experimento de plantas em laboratório
No
entanto, atualmente isso não é fundamentalmente necessário, pois atingir
um alto índice de produtividade depende de um conjunto de técnicas e
conhecimentos oriundos de estudos e pesquisas direcionadas ao seguimento em
questão.
O
conjunto de tecnologias, conhecimentos e técnicas são denominados de
biotecnologia. As biotecnologias são responsáveis por produzir elementos
agrícolas ou pecuários capazes de gerar uma grande produtividade, como sementes
imunes a pragas e adaptadas ao solo e clima, espécies novas de plantas
entre outros.
Pesquisadores verificando experimentos
Na
pecuária, a biotecnologia é usada no desenvolvimento de medicação animal,
melhoramento genético, alimentação balanceada, cruzamento de raças entre
outros.
O aumento de produtividade oriunda desse tipo de técnicas e tecnologias não
depende da expansão de novas áreas, pois essa é chamada de agropecuária de
precisão ou intensiva, ou seja, grande produção em pequeno espaço físico.
Animal de genética apurada
A
elevação da produtividade promove diminuição dos custos de produção e,
automaticamente, gera lucratividade maior ao produtor.
Nos
países desenvolvidos, a biotecnologia é parte integrante da agropecuária, assim
conseguem alcançar elevados índices de produtividade. Nesse sentido, as
pesquisas e estudos ligados à produção agropecuária no Brasil recentemente cresceu,
principalmente nos últimos vinte anos, e a instituição responsável por elas é a
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que conta com quarenta
pontos de pesquisas dispersos no território nacional, nos quais cerca de dois
mil pesquisadores atuam no melhoramento da produção agrícola e pecuária.
A biotecnologia impulsiona a produtividade na
agropecuária
A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
Mecanização das atividades agrícolas
As
atividades agrícolas estão em constante processo de inovação para obter maior
produtividade. Nesse contexto, durante a década de 1950, ocorreu de forma mais
intensa o processo de modernização da agricultura que envolveu um grande
aparato tecnológico provido de variedades de plantas modificadas geneticamente
em laboratório, espécies agrícolas que foram desenvolvidas para alcançar alta
produtividade, uma série de procedimentos técnicos com uso de defensivos
agrícolas e de maquinários.
Todo esse processo ficou conhecido na década de 1960 como Revolução Verde,
programa financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Sob o
pretexto de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, o
grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação
com vendas de verdadeiros pacotes de insumos agrícolas.
Esse programa surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através do
desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de
máquinas no campo que aumentassem a produtividade. Isso se daria através do
desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas,
adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas.
Agrotóxicos
O aumento da produtividade agrícola foi expressivo,
porém, a Revolução Verde não eliminou o problema da fome, pois os produtos
plantados nos países em desenvolvimento (Brasil, México, Índia, entre outros),
basicamente cereais, eram exportados em grande parte para países ricos
industrializados como os Estados Unidos, Canadá e União Europeia.
Principais
pontos positivos:
Grande aumento da produtividade de alimentos;
Aumento da produtividade agrícola em países não industrializados;
Desenvolvimento agrícola;
Expansão da fronteira agrícola;
Desenvolvimento tecnológico.
Principais
pontos negativos:
O aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores;
O crescimento da dependência entre os países;
Esgotamento do solo;
Ciclo vicioso de fertilizantes;
Perda de biodiversidade;
Erosão do solo;
Poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes;
Redução da mão de obra rural.